Em mediunidade
Bezerra
de Menezes
Para muitos
companheiros
menos avisados,
aí na Terra,
mediunidade
significa
martirológio.
Entretanto, é
glorioso caminho
de resgate
espiritual, com
sublime ascensão
para os cimos da
vida. É luz para
a penetração no
vale das
sombras, consolo
para derramar
bênçãos
renovadoras na
noite do
sofrimento.
Claro que são
indispensáveis a
coragem e a fé
viva, a
esperança e o
valor moral a
fim de
prosseguir
caminho afora.
A
estrada
permanece
repleta de
espinhos e a
floresta, em
torno, é sempre
ameaçadora.
Todavia, meus
filhos, como se
verificaria a
conquista de
espaços novos
sem o
desassombro dos
que preferem as
angústias da
frente?
Conhecemos de
perto as
vigílias e as
inquietações dos
trabalhadores
fiéis do Senhor
no campo do
mundo.
Às vezes,
sozinhos com a
prece,
interrogam a
esmo o porquê de
semelhante
tarefa,
extenuados ante
as lutas.
Por toda a parte
o combate, o
atrito e a
incompreensão.
Mas é
indispensável
recordemos
Aquele Divino
Médico que se
afirmou
mensageiro para
os doentes e não
emissário para
os sãos. Aquele
que foi
igualmente
peregrino
sagrado do bem
na floresta do
mal e que amou
até à cruz, no
sacrifício
supremo.
Sem o Cristo no
coração, é
impossível
servir com a
eternidade. Só
Ele é
suficientemente
grande para
arrebatar-nos à
pequenez em que
temos vivido;
apenas Ele
possui bastante
amor para
satisfazer-nos a
sede espiritual.
Liguemo-nos a
Jesus como
lâmpadas à usina
vigorosa. Sem
essa operação é
difícil
transmitir nos
carreiros
empedrados da
terra.
Meus amigos,
procuremos
valer-nos do
sofrimento com a
habilidade de
quem encontrou
vasta e preciosa
fortuna.
Na
espiritualidade
quase sempre os
valores são
inversos. Entre
os homens
encarnados, a
filosofia
imperante é a do
imediatismo, e
muitas vezes, é
a do jogo
desenfreado das
ambições sem
rumo. As
criaturas
amontoam sempre,
isso ou aquilo,
sedentas de
posse, para tudo
deixarem um dia
à herança de
cinzas.
Somente as almas
nobres,
amadurecidas na
escola da razão
iluminada pela
fé viva,
conseguem
compreender o
câmbio divino.
É
indispensável
entesourar para
a vida
verdadeira,
amealhar luzes e
bênçãos, como
quem sabe que
todo o material
da existência
humana se resume
a recursos
didáticos de uma
escola grandiosa
e bendita que
apenas a
ignorância
humana converte
em teatro de
lutas sangrentas
pelo propósito
de domínio e
pelo desvairado
apego à ambição.
Não nos
detenhamos ao
lado daqueles
que olvidaram o
valor da
Espiritualidade
e que perderam a
noção da sublime
dádiva do corpo.
Convertamo-nos,
realmente, ao
Cristo,
atendendo-lhes
aos desígnios
misericordiosos
e justos. Nosso
lar, meus
filhos, é o
mundo inteiro. E
a nossa família
é a humanidade
integral.
Na soberana lei
do Supremo
Senhor o que dá
recebe sempre
mais e o que dá
com alegria
recebe
centuplicadamente.
Bem-aventurados
aqueles que se
entregam ao
serviço do bem,
como a semente
humilde na
obscuridade da
terra. O Pai
enriquece-lhes
as mãos de
alegrias e
bênçãos, como
enriquece os
ramos verdes das
árvores de
flores e frutos.
Agradeçamos o
privilégio de
compreender e
servir.
A
existência no
plano carnal bem
considerada, é
quase um
pesadelo em
plena
eternidade. As
nuvens passarão
e, finda a
tormenta, que a
lavoura do bem
nos valorize a
tarefa.
Agir e
construir,
trabalhar e
elevar sempre.
Não há vida mais
digna que esta –
a de cooperar
com a própria
dor para que as
dores alheias
desapareçam.
Do livro
Bezerra, Chico e
você, obra
psicografada
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier.