Manutenção das
instituições
espíritas
“Nas reuniões
doutrinárias,
jamais angariar
donativos por
meio de coletas,
peditórios ou
venda de
tômbolas, à
vista dos
inconvenientes
que apresentam,
de vez que tais
expedientes
podem ser
tomados à conta
de pagamento por
benefícios.
A pureza da
prática da
Doutrina
Espírita deve
ser preservada a
todo o custo.”
(2)
Lamentavelmente,
o equívoco de
que ora tratamos
é recorrente no
meio espírita,
seja pela falta
de estudo – fato
muito comum, em
boa parte das
Casas Espíritas
de nosso país –,
seja pelos
hábitos
ancestrais de se
valorizar
recursos
materiais, em
detrimento do
ensino e da
prática moral,
essência da
Doutrina
Espírita.
Em reuniões
públicas nos
Centros
Espíritas,
periodicamente
há divulgação de
eventos com o
fim de arrecadar
recursos para
aplicação nas
atividades de
assistência e/ou
promoção social
que desenvolvem.
Às vezes,
sinto-me
constrangido ao
perceber a
ênfase e o tempo
dedicado à
oferta de
ingressos dessas
promoções ao
público presente
às reuniões.
Em muitos casos,
não fazem
convites: coagem
as pessoas a
adquiri-los e a
comprar livros e
outros objetos,
postando-se
estrategicamente
na saída dos
presentes!
A divulgação de
qualquer evento
para obter
recursos de
manutenção das
atividades de
Casas Espíritas
deve ser feita,
a meu ver, em
local próprio,
com indicações
precisas, quanto
a dia, hora,
local de suas
realizações e a
que se destinam
os valores a
arrecadar. Que
aí se faça
convite à
participação de
todos, e até
como fazê-lo,
seja na doação
de víveres, seja
nas preparações
que os
antecedem. Ou em
ambos os casos.
*
Quantos não
conhecem as
atividades dos
Centros
Espíritas e que
se decepcionam,
pensando de si
para consigo:
religião é tudo
igual: só pensa
em dinheiro!
Quantos estão em
tratamento,
melhoram e se
sentem obrigados
a cooperar,
ainda que não
disponham de
meios para
fazê-lo?
[“Dai de graça o
que de graça
recebestes.” - O
Centro Espírita
é instituição de
acesso
totalmente
gratuito! Esse
tópico,
indiscutivelmente,
é um dos pontos
de honra da Casa
Espírita. O
desrespeito a
esse
Ensinamento,
além de
desvalorizar
quaisquer
atividades do
ponto de vista
moral, elimina
delas o rótulo
de “Espírita”.
Além disso, os
dirigentes devem
evitar solicitar
com frequência
doações de
caráter material
durante as
reuniões
públicas para
não constranger
os
frequentadores.
Independentemente
do nível
econômico da
assembleia
reunida, não
devemos fazer os
adeptos
sentirem-se
pressionados a
ajudar
materialmente.]
– Leonardo
Marmo Moreira.
Site:
www.oconsolador.com.br
edição 247, de
12.02.12.
Resumidamente,
eis
recomendações do
Manual de
Administração
das Instituições
Espíritas – 1995
(p. 161/2).
Editado pela
USEERJ, e
aprovado pelo
Conselho
Federativo
Nacional, da
FEB:
Instituições
Espíritas devem
observar meios
coerentes com os
princípios
doutrinários,
preservando o
respeito que a
atividade
espírita
conquistou
perante a
opinião pública;
Que ofereçam aos
frequentadores
oportunidades de
trabalho e de
confraternização:
a)
Realização de
chás e almoços
beneficentes;
b) Bazar e
feiras
comunitárias,
com vendas de
trabalhos
manuais,
artesanatos,
roupas, plantas,
flores, livros e
outros objetos;
c)
Elaboração de
listas para
angariar
donativos, que
devem ser
distribuídas
entre sócios e
amigos da
Instituição;
d)
Realização de
atividades
artísticas, com
a apresentação
de arte
espiritualizada
ou com mensagem
espírita.
Jamais angariar
recursos
financeiros nas
reuniões de
Assistência
Espiritual ou
Doutrinárias
(Reuniões
Públicas),
“(...) de vez
que tais
expedientes
podem ser
tomados à conta
de pagamento por
benefício”.
Que se evite
angariar
recursos
econômico-financeiros
nos ambientes
reservados às
atividades
mediúnicas ou de
aplicação de
passes.
Buscar
autossuficiência
econômica para
as Entidades que
tenham caráter
permanente, ou
minimizar sua
dependência de
outras fontes.
Aplicar
corretamente os
recursos,
controlando-os e
registrando-os,
para a prestação
de contas à
comunidade,
através de
balancetes
mensais.
Em todas as
atividades,
observar as
exigências
legais
Municipais,
Estaduais e
Federais.
Ideal é que as
Instituições
busquem a
autossuficiência
(ou menor
dependência de
terceiros),
dedicando-se a
produzir
utilidades não
só para o
próprio consumo,
mas para vendas
do que exceder.
Eis sugestões
contidas em
obras mediúnicas
de reconhecido
valor:
“(...) as
próprias casas
de beneficência,
no porvir, se
manterão por si
próprias à custa
do esforço e da
colaboração dos
que se
beneficiam delas
e daqueles que
as dirigem com
alma e coração."
Batuíra
(Espírito)(2):
“Corvino, porém,
obtemperou,
firme:
– Sim, temos o
direito de
esmolar. Esse,
contudo, é
também o direito
do mendigo. Não
nos cabe,
segundo nos
parece, olvidar
a produção de
benefícios para
o mundo. Temos
terra
disponível, sob
a
responsabilidade
de vários
irmãos. O
arado não mente.
Os grãos
respondem com
fidelidade ao
nosso esforço.
Podemos
trabalhar. Não
devemos recorrer
ao concurso
alheio, senão em
circunstâncias
especiais.
Não seria
aconselhável
manter a
comunidade
improdutiva
(...)”.(3)
(Grifamos).
Esta última
citação
demonstra que a
questão tem a
idade do
Cristianismo!
Por respeito a
ele e ao
Espiritismo não
podemos
compactuar com
tais
desvirtuamentos!
Referências:
1. Conduta
Espírita – Waldo
Vieira/André
Luiz, cap. 11:
No templo, p.
51/52.
2. XAVIER,
Francisco C.
Mais Luz.
Espírito
Batuíra. 5ed.
GEEM: São Paulo,
1980. p.
109-110: Cap.
84;
3.
Emmanuel/Francisco
C. Xavier. Ave,
Cristo! 5ed. FEB:
Rio de Janeiro,
1975. p. 101:
Cap. V.