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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 9 - N° 439 - 8 de Novembro de 2015
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Tormentos da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 5)

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Tormentos da Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 2001.

Questões preliminares 

A. Que elementos deparamos no caso Ludgério?

Na complexidade do problema obsessivo de Ludgério deparamos: 1) o paciente soberbo, cuja dor não lhe alterara a conduta da existência anterior, quando malograra, exatamente na faixa do comportamento obstinado e violento, traindo lembranças de poder e ostentação, que lhe davam um aspecto quase ridículo de prepotência entre farrapos e imundície; 2) os inimigos, insolentes e perversos, aqueles que padeceram nas suas mãos impiedosas, e hoje buscavam desforçar-se sem qualquer escrúpulo. (Tormentos da Obsessão, cap. 3 – Reminiscências.)

B. Em que fase da vida Ludgério passou a usar bebidas alcoólicas?

Sem apoio no próprio lar, onde era repreendido e surrado com frequência sem motivo, Ludgério viu lentamente se lhe instalar no imo sentimentos de ira e mágoa contra os genitores, transferindo-os para os demais irmãos, que com ele não mantinham bom relacionamento. Frequentou a escola pública para o curso primário, sempre depressivo e atemorizado, expressando conduta antissocial, até que, aos doze anos, experimentou o primeiro trago, no próprio lar, por ocasião do aniversário do genitor. A partir daí, passou a tomar bebidas alcoólicas às ocultas e a entregar-se a pensamentos vulgares na área sexual. (Tormentos da Obsessão, cap. 3 – Reminiscências.)

C. Movidos pelo desejo de vingança, qual era o plano que os inimigos de Ludgério arquitetaram?

O plano, do qual vários Espíritos participavam, era armá-lo contra alguém, a fim de que Ludgério cometesse um hediondo crime, com o que o teriam para sempre em seu poder. Para eles, Ludgério era o devedor, a quem se recusavam desculpar, porquanto jamais usara de piedade, mínima que fosse, para quem lhe sofria a crueza. Perverso e obstinado, caprichoso e mau, sobrepôs-se às Leis e destruiu vidas incontáveis que deveria preservar, dominado pela loucura do poder que logo lhe escapou das mãos hediondas quando lhe adveio a morte. (Tormentos da Obsessão, cap. 3 – Reminiscências.)

Texto para leitura 

34. Soberba e vingança, elementos da trama obsessiva – Ludgério era normalmente de trato irritável, de maneiras rudes e possuidor de ego muito sensível, que o armava contra as demais pessoas que nem sequer o podiam olhar, produzindo-lhe sempre a ideia falsa de que o estavam censurando. Na complexidade desse problema obsessivo defrontamos: 1) o paciente soberbo, cuja dor não lhe alterara a conduta da existência anterior, quando malograra, exatamente na faixa do comportamento obstinado e violento, traindo lembranças de poder e ostentação, que lhe davam um aspecto quase ridículo de prepotência entre farrapos e imundície; 2) os inimigos, insolentes e perversos, aqueles que padeceram nas suas mãos impiedosas, e hoje buscavam desforçar-se sem qualquer escrúpulo. A pugna se instalara quando, identificado na atual reencarnação pelas suas antigas vítimas, passou à convivência psíquica dominadora, conduzido ao vício, no qual experimentava prazer, facultando-lhe descarregar as complexas excentricidades que lhe remanesciam no inconsciente. Podia-se perceber a extensão do ódio que vicejava entre ambos, comparsas do comprometimento, porquanto, esclarecido quanto à interferência desses Espíritos em sua conduta, Ludgério reagia entre blasfêmias e maldições, que denotavam a rebeldia que lhe era peculiar, facultando o campo vibratório específico para maior intercâmbio com os perseguidores. Estes, por sua vez, desejavam derrotá-lo cada vez mais, não se contentando em vê-lo jogado à ruína física, moral, mental, econômica, sem qualquer amigo, dormindo em verdadeiras pocilgas, nas ruas imundas do hórrido bas fond onde permanecia semi-hebetado. Planejavam recebê-lo, após exaurir-lhe as energias animais por vampirização, além do portal do túmulo para darem prosseguimento ao conúbio vingador. (Tormentos da Obsessão, cap. 3 – Reminiscências.)

35. Origens do caso Ludgério – Em uma das raras oportunidades em que se encontrava lúcido e com relativa paz, foi possível manter com ele, que, então, informou que desde a primeira infância era acometido de sonhos terrificantes, nos quais seres monstruosos perseguiam-no, ameaçando destruí-lo por meio de formas terríveis. Ele sempre despertava daqueles sombrios pesadelos banhado em álgido suor e apavorado. As sombras da noite passaram a ser-lhe um incomparável tormento. Não tendo renascido em lar equilibrado, consequência compreensível, porque decorrente da conduta anterior vivenciada, os pais não lhe proporcionaram o carinho necessário, antes repreendendo-o, surrando-o sem aparente motivo e obrigando-o a silenciar o sofrimento, que se lhe foi agigantando, a ponto de passar a temer as noites e o sono. Lentamente se lhe instalaram no imo sentimentos de ira e mágoa contra os genitores, transferindo-os para os demais irmãos, que com ele não mantinham bom relacionamento. Frequentou a escola pública para o curso primário, sempre depressivo e atemorizado, expressando conduta antissocial, até que, aos doze anos, experimentou o primeiro trago, no próprio lar, por ocasião do aniversário do genitor. A partir daí, após uma alucinação que o venceu, criando tumulto e sendo sovado impiedosamente pela ignorância que predominava na família, passou a tomar bebidas alcoólicas às ocultas e a entregar-se a pensamentos vulgares na área sexual, que lhe constituía um tormento cruel, em razão do surgimento de impotência psicológica, que era também resultado da somatização dos conflitos mantidos, bem como efeito do alcoolismo em instalação no seu organismo debilitado. (Tormentos da Obsessão, cap. 3 – Reminiscências.)

36. A bebida levou Ludgério à marginalidade – À medida que os anos se passaram, viu diminuir as perspectivas de vida alegre ou feliz, sendo empurrado para a região do meretrício, após desavenças domésticas contínuas, quando sua presença se tornou insuportável na família difícil, em razão das crises alcoólicas que se faziam prolongadas e gravemente perigosas. Muitas vezes foi levado ao cárcere público por policiais impiedosos que o surpreenderam nas casas de lascívia em deploráveis situações, ou por desordens nos bares, quando lhe era negada bebida sem o correspondente pagamento. Transformar-se em pária social, detestado por uns e ameaçado por outros companheiros de desdita. Nunca ouvira falar a respeito do Espiritismo, porém sabia que a morte não representava o fim da vida, porquanto, nos delírios alcoólicos, conseguia detectar os inimigos que o afligiam e o levavam a recordar-se dos atos ignóbeis que lhe haviam sofrido. Juravam jamais o perdoar, mas vingar-se sem piedade até que, rastejante, experimentasse o máximo de padecimentos que lhe imporiam. Tratava-se, bem se vê, de muito difícil conjuntura espiritual, cuja alteração dependeria do paciente submetido e sem resistências morais, em face do largo período de entrega espontânea. Apesar disso, a Casa Espírita procurou envolvê-lo em carinho, oferecendo-lhe os instrumentos poderosos do Evangelho de Jesus, particularmente o amor e o perdão, que deveria usar com segurança, a fim de reconquistar aqueles a quem maltratara, e agora cometiam erro equivalente, tomando a clava da justiça nas mãos desvairadas. Desse modo, parecendo despertar do largo transe, passou a frequentar as reuniões dominicais de exposição doutrinária, iniciando um período de abstinência alcoólica. Embora auxiliado pela Casa Espírita, que procurava diminuir-lhe a penúria econômica, sentia-se atraído aos antros conhecidos, quando os companheiros de desdita o instigavam a novas libações alcoólicas, tombando muitas vezes em recidivas dolorosas. Algumas vezes, banhado em lágrimas, ele dizia que sempre lhe negavam alimento, enquanto lhe ofereciam as bebidas malditas. Sem resistências morais e dependente dos tóxicos do álcool, fraquejava, porquanto, simultaneamente, os inimigos desencarnados não apenas inspiravam os doadores, mas também o induziam à queda. (Tormentos da Obsessão, cap. 3 – Reminiscências.)

37. O plano dos obsessores de Ludgério – Solicitada ajuda espiritual para Ludgério, o Benfeitor espiritual encarregado disse que traria à sessão um dos seus verdugos, a fim de se ter uma ideia da gravidade do caso. Menos de um mês transcorrido, incorporou-se em um dos médiuns sonambúlicos da Casa um dos obsessores, que, vociferando, golpeando o ar e arquejante sob a ação do ódio, declarou, asselvajado: “Aqui estou, atendendo à solicitação do Sr. Miranda, que se atreve a envolver-se em problemas que não lhe dizem respeito. Nunca tive defensores, e sufoquei as minhas penas por largo período em silencioso sacrifício, até o momento, quando posso desforçar-me do bandido...” O diálogo que se seguiu foi muito difícil. Totalmente desvairado, na cegueira que o tomava, o Espírito passou a detalhar as ocorrências que o desgraçaram antes, bem como a outros que ora participavam do programa de cobrança. E revelou que seu plano, do qual vários Espíritos participavam, era armá-lo contra alguém, a fim de que Ludgério cometesse um hediondo crime, com o que o teriam para sempre em seu poder. Justificando-se, ele reafirmou que Ludgério era o devedor, a quem eles se recusavam desculpar, porquanto jamais usara de piedade, mínima que fosse, para quem lhe sofria a crueza. Perverso e obstinado, caprichoso e mau, sobrepôs-se às Leis e destruiu vidas incontáveis que deveria preservar, dominado pela loucura do poder que logo lhe escapou das mãos hediondas quando lhe adveio a morte. O doutrinador falou-lhe sobre os mecanismos soberanos da Vida e, entre outras considerações, afirmou: “Só o amor possui a chave para decifrar todos os enigmas existenciais e solucionar as dificuldades do caminho evolutivo. Assim, rogamos-lhe, e aos demais companheiros, que lhe seja concedida uma chance pelo menos, para reabilitar-se pelo bem que possa oferecer àqueles aos quais prejudicou, especialmente os incluindo por haverem sido os ofendidos...”. A resposta do obsessor foi incisiva: “Nunca! Ele nos pagará, e isso acontecerá sem demora... Utilizamos da lei de talião: olho por olho, dente por dente”. E, em face da argumentação feita pelo doutrinador de que, segundo Jesus, somente o amor possui os mecanismos que desagregam as construções do mal, gerando bênçãos e proporcionando o bem, ele acrescentou com ironia, após ruidosa gargalhada: “Não me fale em amor, nem em Jesus. Também se dizia cristão, o covarde, e após os crimes tenebrosos que praticava contra aqueles que lhe caíam no desagrado, corria ao culto religioso a que se filiava, e rogava perdão do seu confessor, que o atendia, igualmente infame, enquanto suas vítimas eram dilaceradas pelo relho, trucidadas por métodos incomuns de perversidade. Onde o amor desse Jesus?” (Tormentos da Obsessão, cap. 3 – Reminiscências.)(Continua no próximo número.)

 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita