ANSELMO FERREIRA
VASCONCELOS
afv@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
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Qual será o
nosso legado?
A encarnação é
um momento
capital na
trajetória das
almas. As
provas,
expiações e
aferição de
valores que
aguardam o
Espírito em
trânsito
temporário pela
matéria
constituem
episódios
cruciais e que
determinarão o
seu futuro. A
rigor, a maioria
dos Espíritos
decide
conscientemente
sobre o que vai
lhe suceder, o
caminho a
percorrer, as
deficiências
d’alma a
corrigir, as
tentações a
serem superadas
e assim por
diante.
Allan Kardec
explorou, com
muita
propriedade,
esse tema ao
indagar aos
mentores
espirituais,
conforme consta
na questão nº
258 do Livro
dos Espíritos:
“Quando na
erraticidade,
antes de começar
nova existência
corporal, tem o
Espírito
consciência e
previsão do que
lhe sucederá no
curso da vida
terrena? Ele
próprio escolhe
o gênero de
provas por que
há de passar e
nisso consiste o
seu
livre-arbítrio”.
Portanto, via de
regra deixamos o
Plano Espiritual
no tempo
aprazado e,
assim,
adentramos novo
envoltório
material
carregando um
plano completo
de
autoaperfeiçoamento
indelevelmente
gravado nos
escaninhos do
nosso ser.
Definitivamente,
não renascemos
para matar,
dilapidar,
espoliar,
extorquir,
roubar ou dar
vazão a qualquer
instinto
primitivo ou a
pura maldade. De
fato, renascemos
com tendências e
características
que moldam a
nossa alma e que
normalmente
necessitam de
reajustes ou
melhorias
significativas
considerando o
estágio de
desenvolvimento
em que a maioria
de nós se
encontra.
Felizmente, o
Espiritismo nos
traz um
autêntico curso
sobre os
meandros e
propósitos da
reencarnação e
que mereceriam
profundas
reflexões das
almas humanas.
Mas isso ainda
não ocorre na
proporção
desejada. Não é
por outra razão,
aliás, que os
indivíduos se
perdem
clamorosamente.
Afinal,
desprezam
oportunidades e
alvitres
cuidadosamente
endereçados pela
espiritualidade
em favor deles.
Posto isto, cabe
a indagação:
qual será o
nosso legado ao
término da
jornada? Como
seremos
lembrados? O que
deixaremos para
trás em termos
de recordações
sobre a nossa
pessoa? Com
efeito, quantos
Espíritos nascem
cercados de
carinho e
atenção, mas se
perdem
chocantemente em
certo momento?
No presente
texto queremos
rapidamente
lembrar a
trajetória
desesperada de
um personagem
típico dos
tempos modernos
de desamor e
violência
desenfreada, e
que chamou a
atenção da
opinião pública
mundial pelas
razões erradas.
Trata-se do
jovem Mohammed
Emwazi, mais
conhecido pelo
pseudônimo de
“Jihadi John”.
Nascido no Kwait
em agosto de
1988, filho de
pais iraquianos
aparentemente
bem sucedidos,
emigrou com eles
para a
Inglaterra
quando tinha
seis anos.
Por
conseguinte,
tornou-se um
cidadão
britânico,
recebendo
educação
esmerada. Chegou
inclusive a se
graduar em
informática pela
prestigiosa
Universidade de
Westminster.
Aos 21 anos
mudou-se para o
Kwait
onde iniciou uma
carreira
promissora como
técnico e
vendedor, mas
logo depois
transladou-se
para a Síria,
num momento em
que o conflito
interno já se
alastrara
naquela nação,
chegando a
alistar-se num
grupo
fundamentalista.
A partir daí
tornou-se
mundialmente
conhecido pelos
motivos mais
abjetos
possíveis.
Lamentavelmente,
tornou-se
executor de
jornalistas que
simplesmente
cobriam a guerra
e pessoas
ligadas a
trabalhos
humanitários que
ali estavam para
ajudar a atenuar
o sofrimento
humano.
Assumindo o
papel de
porta-voz da
organização
terrorista ISIS
exibiu vídeos
por ele
protagonizados
com forte
sotaque inglês –
o que ajudou as
autoridades na
sua
identificação –
decapitando as
vítimas
indefesas.
A sua crueldade
e inclemência
ficaram
registradas
pelas imagens
horrendas
postadas na
Internet. A
enciclopédia
eletrônica
Wikipédia chegou
a lhe atribuir
uma página (ver
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jihadi_John).
A partir desses
eventos
nefastos, uma
caçada sem
precedentes foi
iniciada pelas
grandes nações
do planeta a fim
de exterminar
esse selvagem
indivíduo –
símbolo, aliás,
do mal, da fé
cega e da
ignorância
suprema que
grassam em
certas partes do
planeta. Desse
modo,
supostamente no
último dia 12 de
novembro, as
operações
militares
americanas,
finalmente, o
localizaram em
frente à corte
do ISIS em Raqqa,
na Síria,
entrando em um
veículo, e o
atingiram
mortalmente por
meio de um
ataque aéreo
realizado por um
drone.
À luz das leis
universais
podemos concluir
que, apesar de
ter recebido
todas as
condições
propícias para
desenvolver uma
encarnação
proveitosa e
realizadora, o
Espírito
Mohammed Emwazi
deixou-se
seduzir, em dado
momento, pelos
apelos das
trevas vindo a
desencarnar
tragicamente e
fazendo
prevalecer, uma
vez mais, o
axioma popular:
“Quem com o
ferro fere, com
o ferro será
ferido”. Ainda
segundo a
Ramadhan
Foundation,
organização
islâmica do
Reino Unido,
Emwazi será
tristemente
lembrado como a
manifestação do
mal.