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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 9 - N° 442 - 29 de Novembro de 2015
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Tormentos da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 8)

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Tormentos da Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 2001.

Questões preliminares 

A. Pode ocorrer nos casos de suicídio a participação de obsessores?

Sim. Além das tormentosas obsessões muito bem catalogadas por Allan Kardec, os objetivos mantidos pelos perseguidores são muito variados. Suas maldades abarcam alguns dos crimes que todos conhecemos, a saber: autocídios, homicídios, guerras e outras calamidades, em decorrência da intervenção que realizam no comportamento de todos aqueles que se afinizam com seus planos nefastos. Agindo mediante hábeis programações adrede elaboradas, conquistam as resistências do seu dependente mental, de forma que, quase sempre, quando não haja uma reação clara e definitiva por parte da sua vítima, alcançam os objetivos morbosos. Um deles é o suicídio. (Tormentos da Obsessão, cap. 4 – Novos descortinos.)

B. Com base nos ensinamentos espíritas, pode-se afirmar que as obsessões campeiam à larga em nosso mundo?

Sim. As obsessões campeiam desordenadamente em nosso mundo. O fato não implica dizer que as criaturas terrestres se encontram à mercê das forças desagregadoras da erraticidade inferior, porque em toda parte está presente a misericórdia de Deus convidando ao bem, ao amor, à alegria de viver. A opção inditosa, no entanto, de grande número de criaturas, é diversa dessa oferta, o que facilita a assimilação das ideias tenebrosas que lhes são dirigidas. (Tormentos da Obsessão, cap. 4 – Novos descortinos.) 

C. É mandamento da lei que a dívida moral que contraímos contra a vida seja resgatada?

Sim. Embora o Mestre Jesus, como ele próprio prometeu, conceda alívio a todos aqueles que O buscam sob o pesado fardo das aflições, é necessário que a dívida moral contraída contra a vida seja resgatada até o último centavo, quando, então, o devedor se sentirá equilibrado para conviver com aquele que lhe padeceu a impiedade. Somente através do perdão e da reconciliação, da reparação e da edificação do bem incessante, é que o flagelo das obsessões desaparecerá da Terra de hoje e de amanhã, pelo que todos nós nos devemos empenhar desde este momento. (Tormentos da Obsessão, cap. 4 – Novos descortinos.)

Texto para leitura 

48. Nos suicídios ocorre por vezes a ação dos obsessores – Dr. Inácio fez uma pausa em sua palestra e em seguida prosseguiu lembrando que a inspiração espiritual se faz em todos os fenômenos da Natureza, inclusive nas atividades humanas. É, pois, compreensível que, além das tormentosas obsessões muito bem catalogadas por Allan Kardec – obsessão simples, fascinação e subjugação – os objetivos mantidos pelos perseguidores sejam muito variados. Suas maldades abarcam alguns dos crimes que todos conhecemos, a saber: autocídios, homicídios, guerras e outras calamidades, em decorrência da intervenção que realizam no comportamento de todos aqueles que se afinizam com seus planos nefastos. Agindo mediante hábeis programações adrede elaboradas, conquistam as resistências do seu dependente mental, de forma que, quase sempre, quando não haja uma reação clara e definitiva por parte da sua vítima, alcançam os objetivos morbosos a que se entregam enlouquecidos. Asseverou então o palestrante: “Quando das suas graves intervenções no psiquismo dos seus hospedeiros, suas energias deletérias provocam taxas mais elevadas de serotonina e noradrenalina, produzidas pelos neurônios, que contribuem para o surgimento do transtorno psicóticomaníaco-depressivo, responsável pela diminuição do humor e desvitalização do paciente, que fica ainda mais à mercê do agressor. É nessa fase que se dá a indução ao suicídio, através de hipnose contínua, transformando-se em verdadeiro assassínio, sem que o enfermo se dê conta da situação perigosa em que se encontra”. Desse modo, não poucas vezes, quando incorre no crime infame da destruição do próprio corpo, o indivíduo foi vitimado pela força da poderosa mentalização do adversário desencarnado. Por isso existem, para o desditoso, atenuantes, em razão do processo malsão em que se deixou encarcerar, apesar das inspirações benéficas que não cessam de ser direcionadas para as criaturas e as advertências que chegam de todo lado, recomendando o respeito pela vida e sua consequente dignificação. (Tormentos da Obsessão, cap. 4 – Novos descortinos.) 

49. Como os obsessores levam uma pessoa ao crime – Fenômeno idêntico ocorre também quando se trata de determinados homicídios, que são planejados no mundo espiritual, nos quais os algozes se utilizam de enfermos por obsessão, armando-lhes as mãos para a consumpção dos nefastos crimes. Realizam o trabalho a longo prazo, interferindo na conduta mental e moral do obsesso, a ponto de interromperem-lhe os fluxos do raciocínio e da lógica, aturdindo-os e dominando-os. Tão perversos quão desnaturados se apresentam alguns desses perseguidores infelizes, que se utilizam da incapacidade de reação dos pacientes para os incorporar, podendo saciar sua sede de vingança contra aqueles que lhes estão ao alcance. Utilizando-se do recurso da invisibilidade material, covardemente descarregam a adaga do ódio nas vítimas inermes, tombando, mais tarde, na própria armadilha, porquanto não fugirão da justiça divina instalada na própria consciência, em face das Leis cósmicas, que sempre alcançam a todos. De maneira idêntica, desencadeiam guerras entre grupos, povos e nações, cujos dirigentes se encontram em sintonia com as suas terríveis programações, formando verdadeiras legiões que se engalfinham em lutas encarniçadas visando alcançar os objetivos infelizes a que se propõem. Passam desconhecidas essas causas, que os sociólogos, os políticos, os psicólogos, os religiosos não conseguem detectar, mas que estão vivas e atuantes nas paisagens terrestres. (Tormentos da Obsessão, cap. 4 – Novos descortinos.) 

50. As obsessões campeiam à larga em nosso mundo – Na sequência de sua fala, Dr. Início esclareceu que, como foi visto, na raiz de inumeráveis males que afetam a coletividade humana encontramos o intercâmbio espiritual manifestando-se com segurança. “As obsessões campeiam desordenadamente”, asseverou o palestrante, o que não implica dizer que as criaturas terrestres se encontram à mercê das forças desagregadoras da erraticidade inferior, porque em toda parte está presente a misericórdia de Deus convidando ao bem, ao amor, à alegria de viver. A opção inditosa, no entanto, de grande número de criaturas é diversa dessa oferta, o que facilita a assimilação das ideias tenebrosas que lhes são dirigidas. Assim mesmo, ante a preferência das terríveis alucinações, o amor paira soberano aguardando, e quando não é captado, a dor traz de volta o calceta, encaminhando-o para o reto proceder mediante o oportuno despertar. Todos esses criminosos espirituais, terminadas as batalhas em que se empenham, passam a experimentar incomum frustração por haverem perdido as metas que desapareceram e por se darem conta dos tormentos íntimos em que naufragam, descobrindo-se sem objetivo e sem razão para continuarem a viver. Como não podem fugir da vida em que se encontram, são atraídos compulsoriamente às reencarnações dolorosas, experimentando os efeitos das hecatombes para as quais contribuíram. Mergulham, então, na grande noite terrestre do abandono, da loucura, das anomalias, emparedados em enfermidades reparadoras, experimentando rudes expiações, que lhes serão a abençoada oportunidade para reencontrar o caminho do futuro. (Tormentos da Obsessão, cap. 4 – Novos descortinos.) 

51. O amor é o eterno bem que sobrepaira em todas as situações – Dando sequência à sua fala, Dr. Inácio lembrou que Jesus foi enfático ao enunciar: — Vinde a mim todos vós que estais cansados e eu vos aliviarei, complementando com segurança: — Em verdade vos digo que ninguém sairá dali (do abismo) enquanto não pagar até o último ceitil. Ele alivia realmente todos aqueles que O buscam sob o pesado fardo das aflições, entretanto é necessário que a dívida moral contraída contra a Vida seja resgatada até o último centavo, quando, então, o devedor se sentirá equilibrado para conviver com aquele que lhe padeceu a impiedade, sendo perdoado e reconciliando-se com a própria consciência e com seu próximo. Somente, portanto, através do perdão e da reconciliação, da reparação e da edificação do bem incessante, é que o flagelo das obsessões desaparecerá da Terra de hoje e de amanhã, pelo que todos nós nos devemos empenhar desde este momento. Dito isso, Dr. Inácio concluiu: “O amor é o bem eterno que sobrepaira em todas as situações, mesmo nas mais calamitosas, apontando rumos e abrindo espaços para a realização da felicidade total. Vivê-lo em clima de abundância é o dever a que nos devemos propor, inundando-nos com a sua sublime energia que dimana de Deus. Que esse amor, procedente de nosso Pai, nos permeie todos os pensamentos, palavras e ações, são os votos que formulamos ao terminarmos a rápida análise em torno desse tema palpitante”. (Tormentos da Obsessão, cap. 4 – Novos descortinos.) 

52. O estágio no Sanatório Esperança – Concluída a palestra, o venerável Eurípedes assomou à tribuna e dirigiu palavras estimuladoras aos presentes, encerrando a reunião com sentida prece, que a todos reconfortou. No dia seguinte, ainda vibrando de emoção pelas lições recebidas na véspera, Manoel Philomeno de Miranda dirigiu-se ao Sanatório Esperança, estuante de alegria, por considerar excepcional a oportunidade de aprendizagem naquele reduto de bênçãos que o amor havia erguido para auxiliar os combalidos e fracassados nas lutas espirituais da Terra. O dedicado médico aquiescera ao seu pedido para ali realizar o pretendido estágio. Philomeno conhecia, através de referências, desde há muito, aquele Nosocômio, de que ouvira falar em conversações habituais com diversos amigos. Todavia, por reconhecer a precariedade dos seus conhecimentos em torno das doutrinas psíquicas e das conquistas realizadas por especialistas dessa área, nunca se atrevera a solicitar oportunidade para conhecer mais de perto as enobrecedoras realizações que ali tinham lugar. Embora soubesse superficialmente da finalidade a que se destinava, ignorava os métodos e as terapêuticas utilizadas no tratamento dos pacientes espirituais. Eram, portanto, compreensíveis, a euforia e expectativa que o assaltavam. O dia estava esplêndido, banhado de suave luz e agradável temperatura, quando, vencendo alguma distância e atravessando os jardins bem cuidados, enriquecidos de flores e arbustos formosos, ele deu entrada no agradável hall, dirigindo-se à recepção. Solicitando o encontro com Dr. Inácio, foi informado de que ele o esperava no seu gabinete. Um voluntário que ali se encontrava ofereceu-se para conduzi-lo à sala, explicando que também estava em estágio, na fase do atendimento, a fim de preparar-se para iniciar estudos especiais sobre a problemática do comportamento humano, quando se encontrasse habilitado. (Tormentos da Obsessão, cap. 5 – Contato precioso.) (Continua no próximo número.)


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita