Confortinho
Cornélio Pires
Nada punha preceito em
Zé do Zote,
Nem remédio, nem reza,
nem mandraca...
De pequeno comeu
jaratataca
E trazia a lombeira no
cangote.
Só vivia na rede ou no
capote.
Tinha zonzeiro em pé,
cabeça fraca,
Tangolomango, sarna,
urucubaca,
Agarrado no truque e no
calote.
Foi à sessão espírita...
Às ocultas,
João pincha o nome dele
entre as consultas,
Pedindo um confortinho à
Irmã Ciana.
E veio escrito assim no
documento:
- “Zé do Zote precisa é
movimento,
Numa enxada, seis dias
por semana...”
Do livro O Espírito
de Cornélio Pires,
obra mediúnica
psicografada pelos
médiuns Francisco
Cândido Xavier e Waldo
Vieira.
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