Um amigo pede-nos que
falemos sobre os precursores
do Espiritismo – quem foram
eles, onde e quando viveram?
Como já se divulgou nesta
revista em inúmeras
ocasiões, o surgimento do
Espiritismo moderno está
diretamente ligado aos
fenômenos ocorridos em uma
tosca cabana situada em um
vilarejo de nome Hydesville,
pertencente ao Condado de
Wayne, no Estado de Nova
York (Estados Unidos), onde
residia a família Fox: o Sr.
John, sua mulher Margareth e
as filhas Kate e Margareth.
Os fatos, a partir do
primeiro diálogo mantido
pela Sra. Fox com um
Espírito na noite de 31 de
março de 1848, empolgaram a
população do lugar e
marcaram, de forma que
ninguém contesta, o advento
do Espiritismo, cuja parte
teórica ou doutrinária
apareceria anos depois,
precisamente no dia 18 de
abril de 1857, com o
lançamento d´O Livro dos
Espíritos, escrito por
Allan Kardec.
Antes, porém, da família Fox
e de Kardec, alguns
fenômenos de natureza
desconhecida agitaram a
sociedade terrena, que, como
sabemos, já havia tomado, ao
longo da história,
conhecimento dos fenômenos
mediúnicos, que ocorriam,
contudo, esparsamente,
diferentemente do que
aconteceria a partir de
1848.
Conforme anotou o
pesquisador e escritor
Arthur Conan Doyle, a
diferença entre os fenômenos
registrados modernamente e
os antigos está em que, além
de esporádicos, os fatos não
obedeciam antigamente a uma
sequência metódica, ao passo
que os fenômenos da era
moderna apresentavam as
características de uma
“invasão organizada",
expressão utilizada por
Conan Doyle no livro
História do Espiritismo.
Precedendo o advento do
Espiritismo (31 de março de
1848) três vultos se
destacam e podem ser
perfeitamente nomeados como
precursores do que viria
mais tarde.
Um deles foi o sensitivo
Emanuel Swedenborg,
engenheiro militar,
autoridade em Física e em
Astronomia, zoologista e
anatomista, financista e
político, além de insigne
teólogo, dotado de largo
potencial de forças
psíquicas. Nascido em 29 de
janeiro de 1688 em
Estocolmo, Suécia,
Swedenborg faleceu em 1772,
em Londres, Inglaterra.
Já na infância tiveram
início suas visões, numa
continuidade que se
prolongou até a morte.
Médium de grande poder,
Swedenborg dizia que o
Senhor abrira os olhos de
seu Espírito para ver,
perfeitamente desperto, o
que se passava no outro
mundo e para conversar, em
plena consciência, com anjos
e Espíritos.
Swedenborg foi o primeiro
vidente a registrar em livro
pormenores sobre a vida e os
costumes do chamado plano
espiritual, o que ele deixou
consignado em diversas
obras.
Outro precursor digno de
menção foi Franz Anton
Mesmer, o médico que
descobriu e divulgou
modernamente o chamado
magnetismo curador. Nascido
em 23 de maio de 1734 na
Suábia, região pertencente à
Baviera (Alemanha), Mesmer
faleceu em 1815 em Meersburg,
Alemanha.
Em 1775, ele reconheceu o
poder da cura mediante a
aplicação das mãos.
Acreditava ele que por
nossos corpos transitam
fluidos curadores,
preparando o caminho para o
Hipnotismo de Marquês de
Puységur.
Como ninguém certamente
ignora, os passes magnéticos
têm um papel fundamental no
funcionamento dos modernos
centros espíritas,
notadamente no Brasil, onde
são bastante conhecidos e
procurados por espíritas e
não espíritas.
O terceiro precursor do
Espiritismo também digno de
nota foi o sensitivo Andrew
Jackson Davis, que nasceu em
11 de agosto de 1826 em
Blooming Grove, Nova York
(Estados Unidos) e faleceu
em 1910, em Boston.
Davis foi considerado por
Arthur Conan Doyle como o
profeta da Nova Revelação.
Seus poderes psíquicos
começaram na infância,
quando ele ouvia vozes de
Espíritos que lhe davam
conselhos. À clarividência
seguiu-se a clariaudiência.
Certa vez, em 6 de março de
1844, Davis foi tomado por
uma força que o fez voar da
pequena cidade onde residia
e fazer uma viagem até as
Montanhas de Catskill,
distante 40 milhas de sua
casa.
O surgimento do Espiritismo
foi predito por Davis em seu
livro "Princípios da
Natureza", de 1847. Segundo
Conan Doyle, foi de grande
importância o papel
representado por Davis no
começo da revelação
espírita. Ele começou a
preparar o terreno, antes
que se iniciasse a
revelação, e estava
claramente fadado a
associar-se intimamente com
ela, uma vez que conhecia a
demonstração de Hydesville,
desde o dia em que ela
ocorreu.
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