GUARACI DE LIMA
SILVEIRA
guaracisilveira@gmail.com
Juiz de Fora, MG
(Brasil)
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Qual Natal?
Noutro dia
caminhava por
uma rua
movimentada de
importante
capital
brasileira. Eu a
vi tão deserta
de imagens
positivas,
advindas de
pensamentos,
sentimentos...
Olhei em
derredor e
procurei uma
criança que
buscasse o Papai
Noel com aquela
alegria que
encanta. Porém,
vi mães e pais
apressados
batendo uma foto
com o bom
velhinho, mas de
forma descrente
e as crianças,
após a
fotografia,
perguntavam
ansiosas:
– Papai, mamãe,
vocês acreditam
mesmo no Papai
Noel? Se ele não
existe, o que
faz este senhor
vestido de
vermelho?
Enganando ou
enganando-se?
Essas crianças
de um novo tempo
que já chegam
para
construí-lo!
Claro que Papai
Noel é fruto da
imaginação que
perdura por anos
a fio. Mas é um
símbolo e nossas
mentes
necessitam
deles.
Noutras épocas,
quando se
aproximava o
natal, as
pessoas ficavam
felizes. Era uma
felicidade
efusiva e que
aflorava lá de
baixo, do
inconsciente e
as pessoas
reviviam suas
múltiplas
infâncias em
múltiplos corpos
nos quais
viveram outrora.
Sim, havia as
compras, os
presentes, as
ceias. Mas
também havia o
doce toque do
piano por aquela
adolescente,
virtuose da
família, nos
momentos em que
os convidados se
reuniam. Havia o
cálido sorriso
da vovó, do
vovô, a gravidez
da primeira
neta, segunda
neta... Ainda
tão jovem, mas
que receberia
mais um membro
daquele clã. Os
pais e as mães
corriam de cá
para lá tentando
agradar a todos.
E depois vinha o
mais importante:
a oração que
todos faziam
antes de tudo;
dos presentes,
dos abraços, das
ceias. Ah que
tempo generoso!
Os panetones, as
castanhas, uvas,
sucos. Quantas
sãs
formalidades!
Sabemos que o
Mestre Jesus não
nasceu no dia 25
de dezembro.
Sabemos que foi
uma justa
posição ao dia
dos festejos do
Rei Sol pelos
cristãos
antigos. Porém
Jesus não está
se importando
com datas e sim
com sentimentos
e avanços
espirituais.
Hoje, contudo,
aqueles momentos
quase não
acontecem como
antes. Há sim
encontros de
familiares,
trocas de
presentes etc.
Mas... Falta!
E o que falta? É
o espírito do
natal. A
harmonia dos
sinos, das
músicas, dos
sonhos, das
lembranças do
suave Menino.
Ainda nos tempos
anteriores havia
a lágrima que
descia pelas
abençoadas
recordações do
nascimento de
Jesus. Hoje,
contudo...
É preciso que
nos capacitemos
para viver de
novo aquele
tempo. Que
nossos jovens
busquem nos
álbuns de
família as
marcas daqueles
encontros. Mas,
antes, é preciso
abrir-se para
que Jesus de
fato se faça
presente em nós.
O espírito do
natal é este:
abrir-se para o
Mestre Divino.
Muitos deste
presente O
desconhecem.
Pouco se ouve
falar Dele com a
profusão de
luzes que Dele
são emanadas.
Fala-se apenas
de um Homem que
viveu num tempo
distante e que
cura. Mas não
falam das
consolações, dos
ensinamentos,
dos caminhos por
Ele abertos para
que a humanidade
se encontre e vá
com galhardia
para um tempo de
profundos
avanços
espirituais.
Era noite de
natal e, numa
colônia
espiritual
próxima da
crosta, os
Espíritos se
encontraram na
praça. Dos
planos
superiores
desciam pétalas,
luzes, aromas,
sons... É que
aqueles irmãos e
irmãs se
reuniram para
agradecer ao
Divino Mestre a
sublime renúncia
de ter nascido
entre nós. Nem
de longe
imaginamos os
esforços que
despendeu para
ajustar-se a um
corpo grosseiro
como o nosso.
Mas, vencendo
todas as
dificuldades,
encarnou num
corpo físico
como o nosso e
viveu por aqui
durante quase
quatro décadas
falando-nos de
Deus, como magno
representante do
Criador de todas
as coisas e
inteligência
suprema.
Este é o momento
para refletirmos
e, se não
pudermos
presentear, cear
ou encontrar
todos os amigos
e familiares que
gostaríamos,
façamos nosso
encontro
definitivo com
Jesus,
sentando-nos à
mesa na qual Ele
é o anfitrião.
Na noite de
natal, olhemos
para dentro de
nós onde se
encontra ainda
viva a estrela
de Belém, a
manjedoura e os
animais e
falemos de nós
para nós:
“Glória a Deus
nas alturas. Paz
na Terra e boa
vontade entre os
homens”. Porém,
que tudo isso
aconteça mesmo e
sempre em cada
um de nós. Feliz
Natal!