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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 445 - 20 de Dezembro de 2015

MARCOS PAULO DE OLIVEIRA SANTOS
mpoliv@bol.com.br
Taguatinga, DF (Brasil)

 


O perdão


Encontramos no capítulo X de “O Evangelho segundo o Espiritismo” a preciosíssima lição: “Perdoai, para que Deus vos perdoe”, tema sobre o qual faremos breves reflexões.

Faz-se mister penetrarmos os arcanos das palavras do insigne Mestre. Vejamos:

Bem-aventurados os que são misericordiosos, porque obterão misericórdia. (Mateus, 5:7.)

Se perdoardes aos homens as faltas que cometerem contra vós, também vosso Pai celestial vos perdoará os pecados; mas, se não perdoardes aos homens quando vos tenham ofendido, vosso Pai celestial também não vos perdoará os pecados. (Mateus, 6:14 e 15.)

Se contra vós pecou vosso irmão, ide fazer-lhe sentir a falta em particular, a sós com ele; se vos atender, tereis ganho o vosso irmão. Então, aproximando-se dele, disse-lhe Pedro: “Senhor, quantas vezes perdoarei a meu irmão, quando houver pecado contra mim? Até sete vezes?” — Respondeu-lhe Jesus: “Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes”. (Mateus, 18:15, 21 e 22.)

Os trechos supracitados carregam acentuados valores ético-morais para a nossa felicidade plena. O primeiro texto, exarado em Mateus, 5:7, o Mestre estabelece como condição sine qua non a misericórdia, que se consubstancia em relevar as ofensas; ser bondoso. E faz o adendo, ao agirmos desta maneira, receberemos igualmente a misericórdia, porque ainda somos muito imperfeitos e careceremos dela em algum momento existencial.

No segundo trecho, exposto em Mateus, 6:14 e 15, encontramos a noção de proporcionalidade. Assim, conforme julgamos e agimos contra os outros, seremos julgados e receberemos uma reação. Ou seja, se perdoamos, se respeitamos, se amamos, certamente, receberemos essas virtudes no mesmo diapasão. Quando se diz que o “Pai” não perdoará aquele que não tiver perdoado, trata-se de um recurso pedagógico para que o próprio sujeito tenha paz no coração e leveza de Espírito. Uma vez que seria um absurdo acreditar que o Criador não perdoaria a falta dos filhos.

É a consciência da culpa que não nos deixa em paz e, por este motivo, temos a necessidade do arrependimento e do reparo da falta cometida.

Por fim, o ato de perdoar deve ser infinito (setenta vezes sete vezes). Ora, se vivemos num mundo de “provas e expiações” e, por conseguinte, se cometemos falhas, não faz sentido não perdoarmos, visto que precisaremos também do perdão alheio em algum momento da trajetória evolutiva.

É por isso que este capítulo faz da tolerância e do perdão os nortes para uma vida feliz.

O perdão deve ser encarado como uma prática ou um exercício de vida. Allan Kardec estabelece dois tipos de perdão. Vejamos:

“Há, porém, duas maneiras bem diferentes de perdoar: uma, grande, nobre, verdadeiramente generosa, sem pensamento oculto, que evita, com delicadeza, ferir o amor-próprio e a suscetibilidade do adversário, ainda quando este último nenhuma justificativa possa ter; a segunda é a em que o ofendido, ou aquele que tal se julga, impõe ao outro condições humilhantes e lhe faz sentir o peso de um perdão que irrita, em vez de acalmar; se estende a mão ao ofensor, não o faz com benevolência, mas com ostentação, a fim de poder dizer a toda gente: vede como sou generoso! Nessas circunstâncias, é impossível uma reconciliação sincera de parte a parte. Não, não há aí generosidade; há apenas uma forma de satisfazer ao orgulho. Em toda contenda, aquele que se mostra mais conciliador, que demonstra mais desinteresse, caridade e verdadeira grandeza da alma granjeará sempre a simpatia das pessoas imparciais”. (KARDEC, 2013, p. 142.)

Muitos asseveram que não conseguem perdoar, porque o confundem com o esquecimento. É importante destacar que este ato nobre nada tem a ver com o esquecimento. Pois esquecer é um ato da memória. E os fatos sociais, que nos imprimem qualquer sentimento positivo ou negativo, são capazes de ficar em nossos arquivos mentais... Esquecer, portanto, é um problema de memória.

O diferencial está em não guardar mágoa; rancor; lixo na alma!!!

Perdoar significa compreender que cada um tem um estágio evolutivo; uma percepção da vida; uma idiossincrasia e, portanto, é da condição humana estar suscetível a erros.

O perdão diz respeito à alteridade. Tentar se colocar no lugar do semelhante e entender suas ações. Perdoar é, antes de qualquer coisa, exercitar o amor.

 

Referência:

KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo: com explicações das máximas morais do Cristo em concordância com o Espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida. 131. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2013.

 
 

 


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