Além do preço e da
etiqueta
Você já pensou no
tumulto que seria a
presença de um Roberto
Carlos ou de uma Ivete
Sangalo cantando numa
estação de metrô?
Conhecidos e aplaudidos
em shows na televisão e
grandes casas de
espetáculo, são artistas
caros, que todos
conhecemos e admiramos.
Agora, nem sempre o que
é bom é valorizado.
Tempos atrás, o jornal
“The Washington Post”
fez uma experiência
curiosíssima. Levou o
famoso violinista Joshua
Bell a tocar num metrô
da capital americana.
Vestido de calça jeans,
camisa e boné,
executando belíssimas
músicas de seu
repertório, Joshua, um
dos mais famosos
instrumentistas do
mundo, ali esteve por 43
minutos. Nesse tempo,
1.097 pessoas
transitaram pela
estação. Todas
apressadíssimas, indo ou
vindo do trabalho. O
máximo que faziam era
jogar uma moedinha num
pires colocado em frente
ao artista que tocava
num “Stradivarius”,
violino raríssimo,
fabricado em 1713.
Só um homem o
reconheceu. E não
entendeu nada. Uma
semana antes, havia pago
100 dólares para
assistir a um espetáculo
de Joshua em requintado
teatro de Washington. Um
contraste com a renda do
show do metrô: a soma
das moedas ali jogadas
foi Us$ 32,17, logo
encaminhados a uma
instituição de caridade.
Quando contei a história
a um amigo, ele disse: o
que as pessoas hoje
valorizam são etiquetas
e preços altos. As
coisas mais belas e
valiosas da vida nem
sempre têm etiquetas ou
são comercializadas a
altos preços.
Bell, na sua obscura
apresentação do metrô de
Washington, era uma
valiosa obra de arte,
naquele momento, sem
moldura ou etiqueta.
Talvez esta reflexão
possa ser importante na
hora da escolha de um
presente de Natal às
pessoas a quem você
realmente ama.