Conhecimento e
comportamento
Muitas vezes temos
confundido comportamento
com conhecimento. O
conhecimento é o que nos
possibilita ser aquilo
que almejamos. Já o
comportamento que
assumimos diante das
situações define o que
realmente somos, ou por
outra, em que grau
evolutivo nós nos
encontramos perante a
lei de amor.
Naturalmente que é
importante conhecer para
praticar. Mas muito mais
importante, para
facilitar nossa
caminhada e nos deixar
em paz conosco mesmos,
com nossa consciência, é
o nosso comportamento em
harmonia com este
conhecimento. Por esta
razão Jesus resumiu
todos os ensinamentos no
“amar a Deus sobre todas
s coisas e ao próximo
como a si mesmo”.
O amor é necessariamente
um comportamento que nos
transforma através da
sua prática. Ninguém foi
criado amando. Fomos
criados simples e
ignorantes, como nos
esclarece a questão n.°
115 de O Livro dos
Espíritos. Tivemos que
compreender o amor
através de nossas
escolhas, que geraram
nossas atitudes.
Paulo de Tarso, um dos
maiores divulgadores da
doutrina cristã, definiu
com maestria este
comportamento:
O amor é sofredor, é
benigno; o amor não é
invejoso; o amor não se
vangloria, não se
ensoberbece, não se
porta
inconvenientemente, não
busca os seus próprios
interesses, não se
irrita, não suspeita
mal; não se regozija com
a injustiça, mas se
regozija com a verdade;
tudo sofre, tudo crê,
tudo espera, tudo
suporta. Agora, pois,
permanecem a fé, a
esperança, o amor, estes
três; mas o maior destes
é o amor. (Paulo de
Tarso - Bíblia Sagrada.
1 Coríntios 13:1-13.)
Vejamos que todas estas
características são
comportamentais. Não são
sentimentos. Apesar de
ser evidente que aquele
que hoje se comporta
amorosamente de forma
espontânea seja
possuidor por isto mesmo
de um sentimento
profundo de paz. Porque
se tornou hábito amar. E
se tornando também
habitual vibrar nesta
sintonia, atraindo
constantemente para si
energias afins.
Em consonância com estes
pensamentos, afirmou o
sábio grego,
Aristóteles, que somos
aquilo que fazemos
repetidamente, repetidas
vezes. E, por esta
razão, a excelência é
fruto do hábito, é não
do ato. Advertindo-nos,
desta forma, que a
felicidade não é um
presente, mas uma
conquista dos
esforçados. E na questão
894, também de o Livro
dos Espíritos, temos a
confirmação da
espiritualidade de Luz a
este respeito, nos
esclarecendo que “Só não
têm que lutar aqueles em
quem já há progresso
realizado. Esses lutaram
outrora e triunfaram.
Por isso é que os bons
sentimentos nenhum
esforço lhes custam e
suas ações lhes parecem
simplíssimas. O bem se
lhes tornou um hábito.
Devidas lhes são as
honras que se costumam
tributar a velhos
guerreiros que
conquistaram seus altos
postos”.
Ah, não desistamos então
e não nos façamos de
vítimas diante de nossas
limitações, pois somos
um projeto fadado a dar
certo. Mas um projeto
que não prescinde de
nossa própria vontade.
Aliás, na questão 909 da
obra já citada, temos a
resposta que finaliza
esta discussão sem que
consigamos inventar uma
teoria para nos
escondermos: “Poderia
sempre o homem, pelos
seus esforços, vencer as
suas más inclinações?
Resposta: Sim, e,
frequentemente, fazendo
esforços muito
insignificantes. O que
lhe falta é a vontade.
Ah! Quão poucos dentre
vós fazem esforços!”.