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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 448 - 17 de Janeiro de 2016

JOSÉ LUCAS
jcmlucas@gmail.com
Óbidos, Portugal

 


Vamos pazear?


A vida do ser humano é feita de rotinas, de hábitos, de ciclos que se repetem.

No fim de mais um ano civil, altura em que se comemora a passagem de ano com várias festas, é normal as pessoas entupirem os telemóveis com mensagens de esperança, de ânimo, de desejo de êxito, para o novo ano que aí vem.

Numa dessas mensagens, em jeito de brincadeira, enviei uma mensagem dizendo "Que possamos todos pazear em 2016".

A resposta não demorou muito, sob a forma de uma pergunta. "Pazear ou passear?"

Em jeito de provocação respondi: "pazear... vai ao dicionário ver o que significa".

De fato, o verbo pazear é um ilustre desconhecido entre nós, e certamente muitos leitores irão confirmar, ao seu dicionário, se ele existe mesmo...

Pazear significa pacificar, fazer a paz, e é interessante que seja um verbo que caiu em desuso na língua portuguesa.

É nosso hábito, nestas ocasiões, desejar tudo de bom para os amigos e familiares, certamente com boa vontade e intenção, que logo passa, à primeira contrariedade que nos apareça, nem que seja 10 segundos depois. 

Falamos muito de paz, mas fazemos pouco por ela...

Todos queremos a paz, mas favorecemos a guerra com as nossas atitudes belicosas...

Queremos viver em paz, mas cada vez há mais violência doméstica...

Desejamos a paz, mas temos o coração envolto na sombra da agressividade...

Temos sentimentos pouco pacíficos, o que se torna real quando somos contrariados...

Temos pensamentos de agressividade, cada vez que a nossa paciência é posta à prova...

Temos palavras que ferem, cada vez que alguém discorda de nós...

Temos atitudes que magoam, cada vez que nos sentimos ameaçados na nossa zona de conforto...

Há mais de 2 mil anos, Jesus de Nazaré deixou um roteiro de felicidade à Humanidade: "não fazer ao próximo o que não desejamos para nós próprios"...

Há mais de 2 mil anos que, apesar dos estrondosos avanços tecnológicos e intelectuais, o homem avança lentamente no campo moral, fazendo questão de carregar ódios, mágoas, egoísmo, orgulho, ao invés de investir na paz, ao invés de... pazear.

O convite sublime que os Espíritos superiores deixaram há cerca de 158 anos, quando do aparecimento da Doutrina dos Espíritos (ou Doutrina Espírita ou Espiritismo), foi que nos amássemos e nos instruíssemos.

Contrariamente a este novo apelo, que vem de encontro ao convite de Jesus de Nazaré, o Homem em vez de se amar e de amar o próximo, ele se arma, seja com armas de fogo, seja com a arma da língua afiada, do pensamento em desalinho, do sentimento perturbado.

Neste início de ano de 2016, reiteramos aqui a solução apresentada por Jesus, e reiterada pelos Bons Espíritos desde meados do século XIX até os dias de hoje, para que em cada dia que passa, possamos pazear cada vez mais, na certeza de que, somente assim, cada um, pazeando de per si, o mundo melhorará!

Vamos pazear? Fica a seu critério...


 

 


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