Vamos pazear?
A vida do ser humano é
feita de rotinas, de
hábitos, de ciclos que
se repetem.
No fim de mais um ano
civil, altura em que se
comemora a passagem de
ano com várias festas, é
normal as pessoas
entupirem os telemóveis
com mensagens de
esperança, de ânimo, de
desejo de êxito, para o
novo ano que aí vem.
Numa dessas mensagens,
em jeito de brincadeira,
enviei uma mensagem
dizendo "Que possamos
todos pazear em 2016".
A resposta não demorou
muito, sob a forma de
uma pergunta. "Pazear
ou passear?"
Em jeito de provocação
respondi: "pazear...
vai ao dicionário ver o
que significa".
De fato, o verbo pazear
é um ilustre
desconhecido entre nós,
e certamente muitos
leitores irão confirmar,
ao seu dicionário, se
ele existe mesmo...
Pazear significa
pacificar, fazer a paz,
e é interessante que
seja um verbo que caiu
em desuso na língua
portuguesa.
É nosso hábito, nestas
ocasiões, desejar tudo
de bom para os amigos e
familiares, certamente
com boa vontade e
intenção, que logo
passa, à primeira
contrariedade que nos
apareça, nem que seja 10
segundos depois.
Falamos muito de paz,
mas fazemos pouco por
ela...
Todos queremos a paz,
mas favorecemos a guerra
com as nossas atitudes
belicosas...
Queremos viver em paz,
mas cada vez há mais
violência doméstica...
Desejamos a paz, mas
temos o coração envolto
na sombra da
agressividade...
Temos sentimentos pouco
pacíficos, o que se
torna real quando somos
contrariados...
Temos pensamentos de
agressividade, cada vez
que a nossa paciência é
posta à prova...
Temos palavras que
ferem, cada vez que
alguém discorda de
nós...
Temos atitudes que
magoam, cada vez que nos
sentimos ameaçados na
nossa zona de
conforto...
Há mais de 2 mil anos,
Jesus de Nazaré deixou
um roteiro de felicidade
à Humanidade: "não
fazer ao próximo o que
não desejamos para nós
próprios"...
Há mais de 2 mil anos
que, apesar dos
estrondosos avanços
tecnológicos e
intelectuais, o homem
avança lentamente no
campo moral, fazendo
questão de carregar
ódios, mágoas, egoísmo,
orgulho, ao invés de
investir na paz, ao
invés de... pazear.
O convite sublime que os
Espíritos superiores
deixaram há cerca de 158
anos, quando do
aparecimento da Doutrina
dos Espíritos (ou
Doutrina Espírita ou
Espiritismo), foi que
nos amássemos e nos
instruíssemos.
Contrariamente a este
novo apelo, que vem de
encontro ao convite de
Jesus de Nazaré, o Homem
em vez de se amar e de
amar o próximo, ele se
arma, seja com armas de
fogo, seja com a arma da
língua afiada, do
pensamento em desalinho,
do sentimento
perturbado.
Neste início de ano de
2016, reiteramos aqui a
solução apresentada por
Jesus, e reiterada pelos
Bons Espíritos desde
meados do século XIX até
os dias de hoje, para
que em cada dia que
passa, possamos
pazear cada vez
mais, na certeza de que,
somente assim, cada um,
pazeando de per si, o
mundo melhorará!
Vamos pazear? Fica a seu
critério...