WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 449 - 24 de Janeiro de 2016

CLÁUDIO BUENO DA SILVA
Klardec1857@yahoo.com.br
Osasco, SP (Brasil)

 


Criadores de escândalos


As dores e sofrimentos derivados da desorientação moral/espiritual têm fustigado a nossa gente. É fácil encontrar hoje, pulverizadas, a desobediência a normas e regras, a burla de convenções sociais, o desprezo a padrões éticos.  A TV, as redes sociais, jornais e Internet mostram a todo instante flagrantes de desrespeito a tudo e a todos. Não são apenas as falcatruas dos políticos que chocam a opinião pública. Os delitos e infrações generalizados provocam a revolta da sociedade que, para demonstrar sua contrariedade, por sua vez, agride, odeia, desqualifica, faz justiça com as próprias mãos. E muitas vezes se percebe, curiosamente, que o que se reclama nos outros como defeito imperdoável é o mesmo que se pode encontrar em muitos de nós; o que se aponta nos outros como falta grave já foi feito por nós ou será feito, havendo oportunidade.

O fato é que temos que aprender, nestes tempos, a conviver com a rebeldia generalizada, que torna muitos de nós indisciplinados nas menores coisas, certos de que a cultura da impunidade, introjetada em nossos hábitos, está em vigor.

Mas essa rebeldia, essa revolta, essa indisciplina dos brasileiros vão passar. São sentimentos negativos que nós mesmos transformaremos na medida em que formos reformando o nosso mundo íntimo. A vida nos propõe na Terra lições nem sempre fáceis de aprender, mas que, com um pouquinho de esforço, iremos compreendendo.

Dá para ver que a crise moral, cheia de grandes e pequenos escândalos diários, depende do nosso empenho para ser erradicada. Assim como os fatos escandalosos têm provocado a irritação e a indignação de todos, fatos novos, mais amenos e assertivos, criados por nossa vontade de mudança, deverão trazer-nos o equilíbrio do sentimento e da razão. Pode demorar um pouco, mas o importante é começar agora.

Enquanto isso não acontece, mesmo não podendo fechar os olhos à indignação, podemos nos indignar sem revolta e intolerância. Para eliminar do nosso coração os sentimentos velhos e caducos por outros novos e nobres é preciso tenacidade. Todos podem.

Nesse período caótico de transformações em que vivemos, nossas feridas se abrem, as mazelas que temos no coração impulsionam nossos atos, nossa fala, nossos pensamentos para as energias ruins. E de um clima social nervoso não se pode esperar grande coisa. Por isso, é preciso cuidado.

Conforme a bílis do nosso corpo social for drenando as toxinas das nossas imperfeições, os humores do convívio humano se tornarão mais leves, e os que erraram serão punidos, os que promoveram escândalos responderão por eles. Não há convulsão que resista às mudanças sérias. Escolhamos para a nossa vida tudo o que possa aprimorar a educação do espírito, como a família, a escola, o trabalho, a religiosidade, o exercício solidário etc.

O escritor maranhense Humberto de Campos, pouco tempo depois de desencarnar, em 1934, às vésperas da segunda guerra mundial, encontrando no mundo espiritual um ancião cujo aspecto denotava experiência e sabedoria, confessou-lhe sua preocupação com o espetáculo desolador do mundo e perguntou-lhe: – “O que podemos fazer para melhorar a situação do orbe terreno? A família parece que se dissolve... O lar está balançando como os frutos podres na iminência de caírem... Muitos submergem no gozo aparente e fictício; multidões passam fome. E, sobretudo, Mestre, a perspectiva horrorosa da guerra... Não há tranquilidade e a Terra parece mais um fogareiro imenso, cheio de matérias em combustão...”

Brando e humilde, o bondoso Espírito-ancião respondeu ao escritor confuso e preocupado:

- “Meu filho... Esquece o mundo e deixa o homem guerrear em paz!...” ¹

A estranha resposta do Espírito a Humberto de Campos, talvez caiba ao momento presente. Se pensarmos bem, não há muito que possamos fazer além dos nossos limites. Mas o que pudermos, façamos. Preocupemo-nos rigorosamente com o cumprimento dos nossos deveres e obrigações, de forma honesta, digna e bem-intencionada. Façamos a nossa parte, bem feita. O interesse é nosso. Nós não mudamos as pessoas, elas próprias precisarão fazer isso. Já a nossa mudança ninguém fará por nós.

Quanto aos criadores de escândalos, nunca será demais repetir o ensino evangélico: “Ai daquele por quem vem o escândalo”.

 

¹ Cândido Xavier, Francisco. Humberto de Campos. Crônicas de Além-túmulo, FEB.


 

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita