FERNANDO
ROSEMBERG
PATROCÍNIO
f.rosemberg.p@gmail.com
Uberaba, MG
(Brasil)
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Espiritismo em síntese
Vejamos, de modo
resumido, algumas
propriedades que definem
o caráter mesmo do
Espiritismo que, sendo
simples, paradoxalmente,
é bastante complexo,
pois que o mesmo detém:
- Tríplice Aspecto, bem
como:
- Dúplice e Multíplice,
em sua:
- Unidade Contextual ou
Monista.
Mas não é só, pois
inclui, ainda,
caracteres outros que
envolvem sua
Aplicabilidade; sua
Singularidade;
Racionalidade;
Consensualidade;
Impessoalidade;
Neutralidade, dentre
outros.
Primeiramente, pois,
sabe-se que o
Espiritismo assume o
Tríplice Caráter de ser
Ciência, Filosofia e
Religião, sendo esta:
Religião Pura, em
Espírito e Verdade,
escoimada, pois, de
espúrios humanos. Mas
como já dito, outro modo
de se encará-lo está em
seu Dúplice Caráter, ou
seja, com a pesquisa de
Kardec (Ciência
Espírita), em separado,
e a Filosofia-Moral
instituída pelo
Espiritismo (Doutrina
dos Espíritos
Superiores), pois que
sua Moralidade, como
Religião, esta decorre,
modo natural, de sua
ampla e vasta Filosofia.
Entretanto, ressalte-se
que, doutro modo, mais
amplo e bem mais
abrangente,
conceber-se-ia tais
Caracteres: Tríplice, ou
Dúplice, com um seu
aspecto Multíplice,
tendo em vista que
Kardec, em sua obra
derradeira, chegara a
postular que:
“O Espiritismo e a
Ciência se completam
mutuamente”. (Vide: “A
Gênese” – AK – 1868 –
Ide.)
Ora, se o Espiritismo e
a Ciência (oficial) se
completam mutuamente,
isto quer dizer, noutros
termos, que o
Espiritismo está na
Ciência e a Ciência no
Espiritismo; e conquanto
se nos pareçam
disciplinas específicas,
tais, em sua integração,
formam uma só e a mesma
coisa, constituindo,
paradoxalmente, um
Caráter Multíplice do
Espiritismo que também
se nos revela Uno, pelos
fatos incontestáveis de
que:
- A Psicologia, quando
estuda a psique, ela
estuda,
fundamentalmente, o
Espírito e suas
manifestações
cognitivas: seu ego, seu
superego, que
compreendem, em seu
todo, manifestações de
um subterrâneo psíquico,
o denominado
subconsciente, repleto
de motivos, emoções,
instintos, saberes e
aquisições muitas do
processo palingenésico;
- A Medicina, quando
estuda o Complexo
Biológico Humano, suas
doenças e demais
mazelas, ela também
estuda, em seus efeitos
(e, sem o querer), o
Perispírito e o
Espírito, sua
constituição, pois que
tais elementos são seus
mais relevantes
componentes que, afinal,
se corporificam no Mundo
terreno, lhe expressando
as necessidades
evolutivas ao bojo das
sociedades humanas;
- A Antropologia, quando
estuda o Homem e a
Humanidade em sua
totalidade, ela também
estuda o Espírito sem o
querer, e estuda, pois,
sua evolução, sua
jornada palingenésica;
- A Química, quando
pesquisa os elementos,
ela também pesquisa
modalidades outras da
substância, a
espiritual, que, numa
curva cinética (onda?),
se reduz à partícula
(matéria?) que, se
aglomerando, constitui
corpo sólido que, por
sua vez, não se
paralisa, pois que se
transforma ainda nas
tramas da evolução
radioativa, energética,
cujos estudos são ainda
primários, mas
reveladores de algo
mais, e, quem sabe
mesmo, da mônada, do
princípio espiritual.
E assim por diante com,
praticamente, todas as
ciências e todos os
saberes do nosso Orbe,
pois quando o homem
pensa e trabalha em seu
plano mental
(matemática, por ex.),
quem o faz,
fundamentalmente, é o
Ser principal, é o
Espírito e não o cérebro
propriamente falando,
pois que este não passa
de instrumento
secundário daquele
outro.
Logo, o Espiritismo, em
seu Caráter Multíplice,
que também é Uno,
entrosa-se com Tudo, com
todas as Ciências hoje
formalizadas, quer
queiram, quer não
queiram, pois quem pensa
e cria (as ciências) é o
Homem que, como já dito,
é Espírito, o Ser
consciencial. De tal
modo que, Espírito e
Matéria, e suas
infinitas gradações,
parecem decorrer de um
mesmo elemento
primordial (Deus,
Substância etc.),
constituindo uma
concepção unitária do
Universo físico e
metafísico, material e
espiritual.
Mas um outro aspecto do
Espiritismo codificado é
o firmado pelo preceito
da Concordância
Universal. Note-se que
foram cotejadas
instruções dos Espíritos
em cerca de mil centros
sérios de trabalhos
mediúnicos, dos mais
diversos pontos da
Terra, e isto, digo, ao
tempo da Codificação
Espírita. Tal medida,
sem dúvida, fora capaz
de uniformizar
relativamente bem os
ensinos básicos
doutrinários,
conformando-os ao
progresso científico de
sua época, no Século 19;
sua sentença doutrinária
assim se expressa:
“A garantia única,
séria, do ensinamento
dos Espíritos está na
concordância que existe
entre as revelações
feitas espontaneamente,
por intermédio de um
grande número de
médiuns, estranhos uns
aos outros, e em
diversos lugares”. (AK)
Diga-se que tal
Concordância, conquanto
assistamos
a toda sua
inaplicabilidade nos
tempos atuais,
dir-se-ia que, no caso
da imensa obra de
Francisco Cândido
Xavier, admite-se haver
nela toda uma
Concordância dos homens
que acataram ou acatam a
sua obra no Mundo
terreno, e toda uma
Concordância dos
Espíritos que a
consolidaram, sendo que,
no tópico ‘homens’ se
faz a seguinte ressalva:
são apenas alguns poucos
que, por motivos banais,
ou, por ignorância, a
desaprovaram ou a
desaprovam, sendo, pois,
de um caráter
irrelevante em face de
sua ampla e total
aprovação.
Todavia, dentre outras
propriedades do
Espiritismo, em
resumindo-as,
poder-se-ia mencionar as
seguintes:
- Como Aplicabilidade,
dir-se-ia que o
Espiritismo aniquila a
superstição, desfaz a
ignorância, e se coloca
a favor das conquistas
científicas voltadas
para o bem, para o
progresso, para a
sublimação do Espírito
imortal; e, mais ainda,
substitui e unicidade da
existência humana pela
palingenesia agora vista
não mais como simples
crença, mas, sim, pelo
apoio da pesquisa, da
prova evidente e cabal
da experimentação
científica. O
Espiritismo, pois, por
tais condições, leva o
Homem a aplicar-se e a
conduzir-se como um
Cristão Redivivo, porém,
racionalista, tendo em
vista seu progresso
intelectivo, espiritual
e moral.
- Como Singularidade,
constata-se que o
Espiritismo não tem
chefias humanas,
pastores ou sacerdotes,
pois cada qual de seus
adeptos tem por guia sua
própria Consciência
alicerçada por uma fé
raciocinada. Noutros
termos, nós, os
espiritistas, tão só
acatamos as propostas
doutrinárias e as
colocamos à nossa
maneira de ser e de
viver, consoante, ainda,
nosso grau de percepção
e de entendimento das
mesmas; e, mais ainda,
nos propondo reformas
corrigindo nossas
mazelas espirituais.
- No aspecto
Racionalidade, vemo-lo
com um colorido
diferente,
estabelecendo-se no
império da análise, do
método, da lógica que
exclui crendices e
superstições. Ora, todos
os nossos estudos da
natureza terrena e
universal, bem como os
relativos ao Espírito,
encarnado e
desencarnado, devem
submeter-se ao império
da análise, do exame,
para constatar-se sua
veracidade; e tudo
quanto contrarie o bom
senso, a lógica, os
dados da experiência já
adquirida, deve ser
desaprovado. Como já
dito: é melhor repelir
dez verdades do que
admitir uma só mentira,
uma só teoria errônea.
- Como Impessoalização,
um outro aspecto seu,
note-se que ninguém é
autoridade incontestável
do Espiritismo que,
afinal, fora elaborado
por uma plêiade de
Espíritos Superiores,
luminares do Saber e do
Amor, sendo, pois, uma
obra sua, e não há, para
o mesmo, um seu criador
e um seu chefe do ponto
de vista humano.
- Como Neutralidade
vê-se que o Espiritismo
não tem nacionalidade e
não provém de nenhum
culto religioso
estabelecido no Mundo.
Sua nacionalidade,
digamos assim, é
universal e provém de um
ensino igualmente
universal: o
Cristianismo Puro, seus
ensinos e sua ética
válida para todo o
sempre, pois que provêm
da Inteligência Suprema,
do nosso Criador. O
Espiritismo, pois, é
para todos, e não tão só
para certos grupos ou
pessoas, em particular.
- Por ser Doutrina de
Essência Evolutiva, o
Espiritismo não se
engessa no tempo, não se
paralisa, e isto se
constata nos
aprofundamentos
doutrinários deste
sesquicentenário de sua
presença no Mundo
terreno.
- Mais ainda: o
Espiritismo participa da
Revelação Divina
(espiritual) e da
Revelação Humana
(científica), pois, nos
precisos termos de
Kardec:
“Resulta da primeira no
sentido de que seu
advento foi
providencial, e não o
resultado da iniciativa
e de um desejo
premeditado do homem;
que os pontos
fundamentais da Doutrina
são o fato do
ensinamento dado pelos
Espíritos encarregados
por Deus para
esclarecerem os homens
sobre as coisas que
ignoravam, que não
poderiam aprender por si
mesmos, e que lhes
convinha conhecer, hoje
que estão amadurecidos
para compreendê-las.
Resulta da segunda no
sentido de que esse
ensinamento não é
privilégio de nenhum
indivíduo, mas é dado a
todo mundo pelo mesmo
meio; que aqueles que os
transmitem e os que os
recebem não são Seres
passivos, dispensados do
trabalho de observação e
de pesquisa; que não
renunciam ao seu juízo e
ao seu livre-arbítrio;
que o controle não lhes
é proibido, mas, ao
contrário,
recomendado...”. (Vide:
“A Gênese” – AK – 1868 –
Ide.)
No tocante ao referido
Mediunismo, como sendo
mais uma de suas facetas
doutrinárias, e de
pesquisa de seus
profitentes, penso que
aí mesmo residem nossas
maiores dificuldades
geradas pela ignorância
e pela promiscuidade dos
médiuns e dos Espíritos
que se munem de tal via
de comunicação.
Infelizmente, em nosso
meio, e, exceto pelos
grandes missionários do
Cristo, o fato é que
estamos longe de um
mediunismo tão só
iluminado e construtivo;
mas estamos a caminho de
tal, pois as ferramentas
de detecção e exclusão
das fraudes doutrinárias
foram ministradas pelo
sábio cientista e
codificador Allan Kardec
e por toda uma plêiade
de Espíritos elevados.
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