WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 451 - 7 de Fevereiro de 2016

ANSELMO FERREIRA VASCONCELOS
afv@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

 


Abraçando o ideal do amor


Em tempos de intensa crueldade e indiferença pela vida humana é preciso resgatar os salutares efeitos da terapia do amor. É verdade que vivemos numa era de intolerância e maldade chocantes, mas nem por isso devemos abdicar do imperativo de melhorar o nosso templo interior, impregnando-o, por assim dizer, com substância sublime. Para que isso ocorra torna-se fundamental, no entanto, que o ser humano busque se reencontrar com a divindade para expressar o maior dos sentimentos: simplesmente o amor.

Afinal, todos nós o temos em maior ou menor quota. Reencontrá-lo em nossa intimidade, portanto, não enseja um desafio insuperável. Muito pelo contrário. Suficiente ativá-lo por meio dos exercícios de introspecção e na adoção de pensamentos automotivadores na direção do bem. Com efeito, somos criaturas pulsantes, livres e pensantes por causa do extraordinário gesto de amor de Deus que nos concebeu. Como explica o Espírito Emmanuel, na obra A Caminho da Luz (psicografia de Francisco Cândido Xavier), “A ciência do mundo não lhe viu as mãos augustas e sábias na intimidade das energias que vitalizam o organismo do Globo. Substituíram-lhe a providência com a palavra ‘natureza’, em todos os seus estudos e análises da existência, mas o seu amor foi o Verbo da criação do princípio, como é e será a coroa gloriosa dos seres terrestres na imortalidade sem-fim”.

Allan Kardec, o sábio codificador do Espiritismo, acrescenta, por sua vez, conforme lemos na introdução do O Evangelho segundo o Espiritismo, que “[...] O amor está por toda parte em a Natureza, que nos convida ao exercício da nossa inteligência; até no movimento dos astros o encontramos. É o amor que orna a Natureza de seus ricos tapetes; ele se enfeita e fixa morada onde se lhe deparem flores e perfumes. É ainda o amor que dá paz aos homens, calma ao mar, silêncio aos ventos e sono à dor”. Desse modo, amar não é algo estranho à nossa essência. Assim sendo, como podemos relegá-lo se ele nos envolve desde a nossa origem? Ademais, pondera também Emmanuel que “O determinismo do amor e do bem é a lei de todo o Universo e a alma humana emerge de todas as catástrofes em busca de uma vida melhor”.

Diante das catástrofes humanas que abundam, os mais céticos em relação ao papel divino podem questionar onde está presente o amor nisso tudo que ora atinge o planeta? Por que Deus permite tais coisas? É verdade que presentemente divisamos tragédias por toda parte, mas é preciso entender também os efeitos que elas produzem além dos danos materiais que provocam. A propósito, encontramos na resposta à pergunta nº 740 de O Livro dos Espíritos a judiciosa explicação: “Os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina o egoísmo”. Temos aí o sensato esclarecimento de que tais eventos nos proporcionam ensejo de manifestar o amor que dormita dentro de nós.

Essas tragédias são, na essência, oportunidades de expressarmos a nossa sensibilidade à dor e sofrimento dos nossos semelhantes, de ampará-los consoante as nossas possibilidades, de manifestarmos a nossa solidariedade, de lhes endereçarmos as nossas preces e vibrações sinceras para que suportem a prova, de rompermos a casca do egoísmo dos nossos interesses exclusivos – muitas vezes sórdidos e mesquinhos – e nos concentrarmos em algo mais...

Allan Kardec, nos comentários atinentes à questão nº 886 da mesma obra, acrescenta que “O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos”. O Espírito Joanna de Ângelis, a seu turno, adverte, na obra Florações Evangélicas (psicografia de Divaldo Pereira Franco): “Com a moeda do amor se adquirem todos os bens da Terra e os incomparáveis tesouros do Céu”.

Infelizmente, prevalece nas sociedades humanas – particularmente na brasileira em que ora habitamos – um solene desprezo a essa recomendação. Os descasos que ora assistimos com a saúde pública, educação e segurança; os maus exemplos que observamos advindos do meio empresarial nos quais os consumidores são explorados de maneira aviltante; as condutas delinquentes e irresponsáveis de políticos e autoridades que primam por desrespeitar as leis constituídas ou forjam outras para o seu próprio benefício são alguns sinais do profundo desamor que aqui ainda viceja. Neles reside essencialmente uma crônica falta de empatia às necessidades humanas e desprezo absoluto aos sagrados ensinamentos.

No mesmo diapasão, cabe recordar as ações terroristas que lamentavelmente marcam esse século, nas quais indivíduos ensandecidos pela crença cega ou ignorância extrema buscam dizimar os que lhes não comungam das ideias absurdas. De modo geral, praticamente por toda parte, se observa a ausência do amor e da caridade fraterna nas medidas necessárias. Não obstante, há muito dispomos de orientações pertinentes para o enfrentamento dos tempos modernos. Aliás, um Espírito Protetor assim observou em O Evangelho segundo o Espiritismo:    
 

“Se tendes amor, possuís tudo o que há de desejável na Terra, possuís preciosíssima pérola, que nem os acontecimentos, nem as maldades dos que vos odeiem e persigam poderão arrebatar. Se tendes amor, tereis colocado o vosso tesouro lá onde os vermes e a ferrugem não o podem atacar e vereis apagar-se da vossa alma tudo o que seja capaz de lhe conspurcar a pureza; sentireis diminuir dia a dia o peso da matéria e, qual pássaro que adeja nos ares e já não se lembra da Terra, subireis continuamente, subireis sempre, até que vossa alma, inebriada, se farte do seu elemento de vida no seio do Senhor”.

Conjectura Allan Kardec ao aventar excitantes possibilidades ao Espírito mais sequioso por dias melhores no mundo:
 

“Quando a Humanidade se submeter à lei de amor e de caridade deixará de haver egoísmo; o fraco e o pacífico já não serão explorados, nem esmagados pelo forte e pelo violento. Tal a condição da Terra, quando, de acordo com a lei do progresso e a promessa de Jesus, se houver tornado mundo ditoso, por efeito do afastamento dos maus”.

Dessa forma, se há dúvida ainda a nos assaltar quanto ao melhor caminho para proceder, lembremos igualmente da advertência de que, em sã consciência, sempre desejamos que o melhor seja feito para nós. Então por que não retribuímos tão lídima aspiração provendo os outros com o melhor de nossas possibilidades? Amando a Deus e fazendo o bem ao próximo, estaremos sempre avançando.

 

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita