Na Argentina, um cão
insiste em ficar no
hospital onde o seu dono
morreu
As pessoas que trabalham
no hospital de San
Antonio de Padua, região
argentina de Córdoba,
não estranham mais a
presença constante de um
simpático cachorro que
atende pelo nome de
Pirata. Elas confirmaram
à reportagem da emissora
de TV Canal 13: há três
meses, o cão chegou com
seu dono que precisou
ser internado para uma
cirurgia de urgência,
mas morreu pouco tempo
depois. E, desde então,
o Pirata não mais se
afastou do local. Os
funcionários desse
hospital – que fica em
Rio Cuadro, acerca de
600 km de Buenos Aires –
já tentaram em diversas
ocasiões levá-lo para
casa, mas ele volta
sempre, conforme
publicaram os jornais de
Córdoba, neste início de
ano.
O caso faz lembrar o
filme “Sempre ao Seu
Lado”, com Richard Gere.
Trata-se de um cão que
costumava esperar seu
dono todos os dias, na
estação ferroviária.
Depois que o personagem
de Gere faleceu, o
animal permaneceu em
frente à estação até
morrer. E lembra também
uma outra história bem
mais antiga, conforme
consta na Revista
Espírita de junho de
1860, publicação
francesa que tinha a
direção de Allan Kardec.
Um homem morrera há oito
meses e sua família, na
qual se encontravam três
irmãs médiuns, evocava-o
quase diariamente com a
ajuda de uma Cesta de
Ouija (antigo
instrumento de
comunicação com os
Espíritos, hoje em
desuso no moderno
Espiritismo). Cada vez
que o Espírito era
chamado, seu cãozinho de
estimação saltava sobre
a mesa e vinha cheirar e
brincar com a cesta,
dando pequenos latidos,
A primeira vez que isto
ocorreu, o Espírito
escreveu através da
cesta: “meu bravo
cãozinho está me
reconhecendo”.
Algo semelhante pode
estar acontecendo com o
cachorro do hospital San
Antonio de Padua. De
alguma forma, o cão
sente a presença de seu
antigo dono que talvez
ainda ande por ali, na
condição de Espírito
desencarnado, sem dar-se
conta que já morreu.
Francisco Xavier,
através de seus livros
mediúnicos, mostra que o
outro lado da vida é
muito parecido com o
lado de cá. É por isso,
penso eu, que muitos
Espíritos não sabem ou
não conseguem entender
que foram a óbito. São
aqueles que acreditam
que ao morrer irão para
o céu, o purgatório ou o
inferno, ou então, que a
morte irá apagá-los até
o Dia do Juízo Final.
Veem as pessoas, tentam
falar com elas, mas as
pessoas não os percebem.
Os animais, entretanto,
principalmente cães,
gatos e cavalos podem
sentir e interagir com
presenças espirituais.
A maioria das pessoas
desconhece, mas uma das
caridades praticadas nos
centros espíritas é o
esclarecimento e o
encaminhamento desses
Espíritos desorientados.
Numa sessão espírita,
através do médium, o
doutrinador conversa com
o Espírito necessitado
de ajuda, explicando-lhe
sua nova realidade. Todo
o grupo ora, pedindo as
bênçãos de Jesus para o
Espírito em crise.
Depois de entender a sua
nova situação, ele é
levado para uma das
“muitas moradas da casa
do Pai”, de que nos fala
o Evangelho de João,
14,1-2, onde a vida
continua. A morte é
apenas uma simples
mudança de endereço.
Pedro Fagundes Azevedo,
ex-presidente da Legião
Espírita de Porto
Alegre, é jornalista.