Igualdade de
direitos
e
deveres
Hoje é tão
notória a
atuação da
mulher nos mais
diversos
setores, que
ninguém, a não
ser por machismo
ou por
sentimentos
menos dignos,
nega o grau de
competência
delas, em
atividades antes
ocupadas somente
por homens.
Até a vinda de
Jesus à Terra, a
mulher era
considerada
simplesmente um
“zero à
esquerda”,
classificação
pejorativa dada
àqueles que nada
representam. O
Mestre, no
entanto,
dispensou-lhe
tratamento
nobre, em
igualdade com o
homem.
O Evangelho
registra a
participação de
várias mulheres.
Como Maria de
Nazaré, a mãe de
Jesus; Isabel,
mãe de João
Batista e prima
de Maria de
Nazaré; Maria
Madalena, a quem
o mundo oferecia
todas as
vantagens, mas
que palmilhou,
junto ao Mestre,
os caminhos da
redenção
espiritual;
Maria de Betânia,
que lavou os pés
do Mestre com
lágrimas e com
perfumes e
enxugou-os com
seus cabelos.
Cabe registrar,
também, o
exemplo de Joana
de Cusa, o
intendente de
Herodes Antipas;
ela, que possuía
verdadeira fé,
não conseguiu
livrar-se das
amarguras
domésticas, pois
o seu esposo não
compartilhava
das verdades do
Evangelho.
Segundo Humberto
de Campos, no
livro Boa
Nova,
psicografado por
Francisco
Cândido Xavier,
quando as
lágrimas da
fogueira
rodeavam o seu
corpo, um dos
algozes, ante a
sua serenidade,
perguntou-lhe:
“O teu Cristo
soube apenas
ensinar-te a
morrer?” Ela
ainda teve
forças para
responder: “Não
apenas a morrer,
mas também a vos
amar!...”
E ainda: Salomé
e a própria
esposa de Pôncio
Pilatos, que
teve um sonho
revelador,
quando do
julgamento de
Jesus. Segundo
Mateus, 27:19,
“E, estando ele
assentado no
tribunal, sua
mulher mandou
lhe dizer: Não
entres na
questão desse
justo, porque
num sonho muito
sofri por causa
dele”.
O Espiritismo,
doutrina que
segue os passos
de Jesus,
considera a
mulher com
nobreza. Ela
desempenha as
mesmas funções
exercidas pelo
homem, com o
mesmo grau de
dedicação e
responsabilidade.
Em O Livro
dos Espíritos,
perguntas 817 a
822-a –
Igualdade dos
direitos do
homem e da
mulher –, vemos
que perante Deus
o homem e a
mulher são
iguais e têm os
mesmos direitos,
pois Deus deu a
ambos a
inteligência e a
faculdade de
progredir.
A pretensa
inferioridade
entre o homem e
a mulher,
considerada em
determinadas
regiões, como
acontece em
países
africanos, é
próprio do
domínio que o
homem sempre
exerceu sobre
ela.
Fisicamente – e
só fisicamente –
a mulher pode
ser considerada
mais fraca que o
homem, não para
ser sua escrava,
mas para
caracterizar
funções
particulares: “O
homem se destina
aos trabalhos
rudes, por ser o
mais forte; a
mulher aos
trabalhos
suaves; e ambos
a se ajudarem
mutuamente nas
provas de uma
vida cheia de
amarguras”.
O Livro dos
Espíritos
explica que
“Deus deu a
força a uns para
proteger o fraco
e não para o
escravizar”. A
organização de
cada ser foi
apropriada por
Deus conforme as
funções a
desempenhar. Se
a mulher tem
menor força
física, “deu-lhe
ao mesmo tempo
maior
sensibilidade,
em relação com a
delicadeza das
funções
maternais e a
debilidade dos
seres confiados
aos seus
cuidados”.
As funções
conferidas à
mulher têm tanta
importância
quanto as
funções
conferidas ao
homem e até
maior; “é ela
quem dá as
primeiras noções
da vida”.
Perante a lei
humana este deve
ser o primeiro
princípio de
justiça: “Não
façais aos
outros o que não
quereis que os
outros vos
façam”. Para que
se tenha uma
legislação
justa, deve-se
consagrar a
igualdade de
direitos entre o
homem e a
mulher.
O capítulo em
referência de
O Livro dos
Espíritos
diz que “todo
privilégio
concedido a um
ou a outro é
contrário à
justiça. A
emancipação da
mulher segue o
processo da
civilização, sua
escravização
marcha com a
barbárie. Os
sexos, aliás, só
existem na
organização
física, pois os
Espíritos podem
tomar um e
outro, não
havendo
diferença entre
eles a esse
respeito. Por
conseguinte,
devem gozar dos
mesmos
direitos”.
Na tradução de
O Livro dos
Espíritos
feita por J.
Herculano Pires,
ele coloca a
seguinte nota de
rodapé, no
capítulo em
referência: “Há
mais de cem anos
este livro
indicava a
solução exata do
problema
feminino:
igualdade de
direitos e
diversidade de
funções. Marido
e mulher não são
senhor e
escrava, mas
companheiros que
desempenham uma
tarefa comum,
com a mesma
responsabilidade
pela sua
realização. O
feminismo
adquire um novo
aspecto à luz
deste princípio.
A mulher não
deve ser a
imitadora e a
competidora do
homem, mas a sua
companheira de
vida, ambos
mutuamente se
completando na
manutenção do
lar, que é a
célula básica da
estrutura
social”.