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Ano 9 - N° 457 - 20 de Março de 2016

HUGO A. NOVAES
hugonovaes64@gmail.com
Santa Rita do Sapucaí, MG (Brasil)

 
 

Hugo A. Novaes

A Bíblia não é a Palavra de Deus


A Bíblia nunca foi, não é e jamais será a “Palavra de Deus”, como dizem.

“Mas é claro que ela foi escrita pelos homens”, dirão alguns, dando um risinho irônico.

E continuarão: “Todavia as Escrituras Sagradas tiveram uma Inspiração Divina”.

Nada disso. Afirmo-lhes que o referido livro foi totalmente grafado por mãos humanas, sem nenhuma interferência mediúnica do Criador Supremo.

Este preceito pueril, ou seja, de a Bíblia ser a Palavra de Deus, foi criado pela Igreja Católica Apostólica Romana, e chega a ser um acinte à inteligência humana, rebaixa o ser humano aquém dos animais irracionais que nada pensam.

Para alguns líderes religiosos, nós somos pouco melhores do que as pedras, pois, afinal, damos dinheiro a eles; não é verdade?

Vejamos bem: “de duas, uma”: se Deus é perfeito (e para nós Ele o é), Sua Palavra também há de ser perfeita. Caso contrário, ou seja, se ela não é perfeita, fica provado que a “Bíblia não é a Palavra de Deus, mas sim dos Homens”.

No princípio da citada obra literária, encontramos:
 

GÊNESIS, capítulo 1: 1 No princípio criou Deus os céus e a terra. 2 A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas. 3 Disse Deus: haja luz. E houve luz. 4 Viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas. 5 E Deus chamou à luz dia, e às trevas noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro. 

O Sol foi criado no 4º dia, depois de serem criados
o dia e a noite
 

Percebemos que: no versículo 3, Deus ordena que haja a luz.  Concluímos então, que ela, a luz, não veio com Ele e nem faz parte Dele, como alguns dizem.

Notamos, no versículo 4, que Deus achou a luz boa, e até fez separação entre a luz e as trevas. Com esse ato Divino reparamos que essa luz, que está no princípio do Gênesis, não é espiritual.

Tanto isso é verdade que Deus passou a chamar a luz de dia e as trevas de noite. E então, foi feito o dia primeiro.

Passa o dia segundo...

Passa o dia terceiro...

No quarto dia, porém... Bem, vejamos o que nos diz a própria Bíblia; é melhor:
 

GÊNESIS, capítulo 1: 14 E disse Deus: haja luminares no firmamento do céu, para fazerem separação entre o dia e a noite; sejam eles para sinais e para estações, e para dias e anos; 15 e sirvam de luminares no firmamento do céu, para alumiar a terra. E assim foi. 16 Deus, pois, fez os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; fez também as estrelas. 17 E Deus os pôs no firmamento do céu para alumiar a terra, 18 para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas.  E viu Deus que isso era bom. 19 E foi a tarde e a manhã, o dia quarto. 

Segundo a Bíblia, Adão foi o 1º habitante da
Terra. Será?
 

Bem, sabemos que o luminar maior é o Sol e o luminar menor é a Lua. Sabemos também que a luz nos é dada pelo Sol.

Outra coisa: aprendemos na escola que desde os primórdios dos tempos existe o Sublime bailado astral, entre o Orbe Terrestre e a Estrela Solar, representado pelos movimentos de ROTAÇÃO que cria os dias e as noites, e o de TRANSLAÇÃO, responsável pelo surgimento das quatro estações do ano, inverno, outono, verão e primavera, existentes desde as parcas eras da humanidade. Daí a perguntar-nos: 1: Que luz é aquela que Deus criou no primeiro dia? 2: que parâmetros Deus usou para calcular as horas, e delimitar o 1º, 2º e 3º dias se Ele ainda não tinha criado o Sol?

Em Êxodo 24,9-10, é-nos dito que Arão, Nadabe, Abiu e setenta anciãos viram a Deus. O mesmo livro fala-nos que nenhum homem pode vê-lo e viver (Êxodo 33,20). O apóstolo João afirma que ninguém jamais viu a Deus (João 1,18).

Segundo uns, Adão foi o 1º habitante da Terra. Entretanto, seu filho Caim, quando expulso do paraíso, edificou uma cidade (Gênesis 4,17). Ora, para fazer isso ele precisaria de muitas pessoas; mas só existia então a família de Adão.

Quanto aos israelitas no Egito, não sabemos se foram expulsos (Êxodo 12,39), se lhes foi permitido sair (Êxodo 13,17) ou se fugiram (Êxodo 14,5).

Também desconhecemos o verdadeiro sogro de Moisés: se Jetro (Êxodo 18,1) ou Hobabe (Juízes 4,11).

Igualmente ignoramos se somos punidos por nossos erros na 3ª e 4ª gerações (Êxodo 20,5), se cada um pagará por sua falta (Deuteronômio 24,16) ou se o justo receberá a justiça que merece e o injusto pagará por sua injustiça (Ezequiel 18,20). 

A ideia de penas eternas contradiz o Antigo e o
Novo Testamento
 

Ficamos em dúvida se Deus (2 Samuel 24,1) ou Satanás (1 Crônicas 21,1) ordenou a Davi que fizesse o censo de Israel.

Notamos que a Bíblia, ao citar o inferno e suas penas eternas, entra em contradição consigo mesma, no momento em que nos mostra o seguinte:

 

"Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade. Não reprovará perpetuamente, nem para sempre reterá a sua ira. Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos recompensou segundo as nossas iniquidades." (Salmos 103, 8)

De acordo com esse trecho bíblico, fica evidenciado que a Bíblia não pode ser considerada como sendo a "Palavra Divina", pois uma punição para todo o sempre ao homem contradiz tanto o Antigo quanto o Novo Testamento. Além disso, contraria também o magistral ensinamento do Cristo que nos recomendou que perdoássemos setenta vezes sete vezes (Mateus 18,21-22), ou seja, indefinidamente. Como acreditamos que o Altíssimo tem a perfeição como um de seus principais atributos, não admitimos que uma obra sua seja contraditória. Se devemos perdoar, por que Ele não nos perdoaria?

Na 2ª Revelação, não poderíamos nos furtar de comentar sobre o acontecido na “Tumba do Mestre”.

Os líderes religiosos deveriam falar o que houve com o corpo do Divino Rabi no túmulo de José de Arimateia, não, porém, encobrir o ocorrido dizendo que deveríamos nos apegar à glória do Cristo vencendo a morte, dando-nos a impressão de que os demais acontecimentos são irrelevantes para o nosso crescimento espiritual.  

Maria Madalena foi a única a entrar onde o corpo
de Jesus estava?
 

Na verdade, eles sabem que na Bíblia há um grande desencontro de informações a respeito desse assunto e, propositadamente, escondem-no de nós.

Até hoje não sabemos o que se passou lá.

Vejamos isso logo abaixo.

Que mulheres foram ao túmulo de Cristo? Mateus diz que foi Maria Madalena e outra Maria. Marcos já afirma que apenas Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e Salomé estavam no local. Lucas não especifica mulher alguma. Em contrapartida, João diz-nos que Maria Madalena foi a única a entrar no lugar onde o corpo de Jesus se achava.

Também não temos certeza de quem retirou a pedra do sepulcro. Mateus fala-nos que foi um anjo. Enquanto Marcos, Lucas e João relatam-nos que ela já havia sido removida.

No Sacrário Divino há uma controvérsia no sentido de quem estaria dentro dele. Mateus diz-nos que um anjo com vestes brancas como a neve encontrava-se lá. Mas Marcos dá-nos a informação de que era um jovem vestido de branco. No entanto, Lucas assevera-nos que dois homens com roupas brilhantes é que estavam naquele local. Ao passo que João declara que foram dois anjos com roupas brancas. Afinal de contas, ficamos sem saber quem verdadeiramente estava ali: se um ou dois anjos, um ou dois homens?

Esses fatos são literais e podem ser vistos na Bíblia em: Mateus 28:1-3; Marcos 16:1-5; Lucas 24:1-4 e João 20:1,11 e 12.

A maioria dos dirigentes religiosos não atenta para o que dizem, ou seja, se a Bíblia foi inspirada por Deus, nela não pode haver incoerências, contradições, divergências ou conflitos. 

Se Nosso Pai Maior é perfeito, sua palavra também
teria de ser
 

Ora, se temos a mesma fonte, ou seja, se única é sua origem, o máximo que podemos admitir é que cada um dos autores usasse suas palavras, mas o conteúdo deveria ser igual.

Raciocinemos: se o Nosso Pai Maior é perfeito, sua palavra também teria de ser. Portanto, se o conteúdo da narrativa bíblica apresenta contradições como as vistas, tranquilamente deduzimos que nas Escrituras os textos são de lavra humana.

Só por ter ela coisas edificantes, não nos é lícito atribuir-lhe uma divindade mentirosa. Afinal, outros livros apresentam elevadas lições e nem por isso são considerados deíficos.

Respeito e admiro a Bíblia por demais, entretanto não posso admitir que inverdades sejam divulgadas, ainda mais quando servem para que o poder religioso melhor controle e tire proveito das massas. Enquanto tivermos pessoas poderosas dominando a opinião da população, fazendo com que o povo creia nas Escrituras como fonte infalível e divina, que ninguém se engane: em vez de Deus, o financeiro será sua meta principal.

Tendo tudo isso em vista, pergunto-lhes: o que vale mais para esses sacerdotes? A verdade ou o dinheiro?

Somos pela transparência; mas alguns, não.

Deixo-lhes, por fim, um conhecido preceito cristão, para que reflitamos:
 

“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.” (Mateus 6:24)


 


 
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