Tormentos da
Obsessão
Manoel Philomeno
de Miranda
(Parte 24)
Damos
prosseguimento
ao
estudo metódico
e sequencial do
livro Tormentos
da Obsessão, obra de
autoria de
Manoel Philomeno
de Miranda,
psicografada por
Divaldo P.
Franco
e publicada em 2001.
Questões
preliminares
A. Como deve
proceder o
médium se quiser
resistir às
investidas do
mal?
Segundo disse
Licínio ao autor
desta obra, não
é fácil a um
médium resistir
às investidas do
mal. Contudo,
quando o médium
se torna dócil
às orientações
dos seus Guias,
seguindo-as, em
vez de
estabelecer ou
impor conduta
que supõe seja
correta,
granjeia-lhes a
proteção e o
concurso. É bom
lembrar, diz o
amigo
espiritual, que
a faculdade que
permite as
comunicações é
neutra em si
mesma e depende
das disposições
morais do
médium, que é,
como sabemos,
invariavelmente,
um Espírito
comprometido
negativamente
com a vida e as
experiências
evolutivas.
Portanto, todo
cuidado e toda
vigilância
tornam-se
essenciais nesse
propósito. (Tormentos
da Obsessão,
cap. 13 – A
experiência de
Licínio.)
B. Médium desde
a infância,
Licínio diz que
a ajuda recebida
de sua avó
materna foi
muito
importante. Em
que consistiu
essa ajuda?
Espíritos que
ele prejudicara
no passado
apareciam-lhe,
assustavam-no,
ameaçavam-no e o
agrediam com
frequência e
impiedade. Em
compensação,
Amigos
espirituais
afeiçoados,
quais sua avó
materna, a quem
ele não havia
conhecido no
corpo, sempre
interferiam
socorrendo-o e
orientando-o,
carinhosamente
ajudando-o a
compreender a
ocorrência
penosa. Além da
ajuda do
Espírito de sua
avó, Licínio foi
também auxiliado
por seu
padrasto, que o
ajudou a
encontrar o
caminho da
renovação de que
necessitava e,
ciente dos
fenômenos
mediúnicos que
ocorriam,
levou-o a uma
Instituição
Espírita.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
13 – A
experiência de
Licínio.)
C. É difícil
suportar a
viuvez quando o
casamento é
pleno de
felicidade?
Sim. Pelo menos
foi o que
Licínio
declarou,
reportando-se à
sua própria
experiência
conjugal,
seguida da
viuvez. Disse
ele: “Um homem
que se consorcia
e é feliz,
quando lhe chega
a viuvez, essa
se lhe torna um
fardo pesado em
demasia. Os
hábitos
conjugais, o
companheirismo,
a afetividade
bem sustentada
agora em falta,
transformam-se-lhe
em vazio
existencial que,
muitas vezes,
conduz o
solitário a
precipitados
relacionamentos
como fuga ou
busca de
solução, ou o
empurram para
transtornos
depressivos
muito graves”. O
que, segundo
ele, o ajudou
foram a oração e
o apoio da
esposa
desencarnada,
que passou a
visitá-lo.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
13 – A
experiência de
Licínio.)
Texto para
leitura
125. Como
resistir às
investidas do
mal –
Segundo Licínio,
não é fácil a um
médium resistir
às investidas do
mal. “Todavia –
afirmou – quando
o médium se
torna dócil às
orientações dos
seus Guias,
seguindo-as,
antes que as
estabelecendo ou
impondo as que
supõe serem
corretas,
granjeia-lhes a
proteção e o
concurso.
Ocorre,
normalmente, que
a faculdade que
permite as
comunicações é
neutra em si
mesma,
dependendo das
disposições
morais do
médium,
invariavelmente
um Espírito
comprometido
negativamente
com a Vida e as
experiências
evolutivas.”
Continuando seu
relato, ele
acrescentou: “Em
diversas
ocasiões tentei,
nos encontros
fraternos que o
mundo espiritual
nos
proporcionou,
advertir o amigo
iludido,
convidando-o a
retornar às
origens do
trabalho, na
simplicidade,
nos labores
desobsessivos e
no socorro aos
desencarnados em
aflição.
Demonstrando
simpatia e mesmo
sensibilizado
com minhas
palavras,
sorria, gentil,
e retrucava-me:
- Já realizei
essas atividades
no começo...
Agora
encontro-me
noutro patamar,
em contato com
Entidades
Superiores que
não se envolvem
com a
problemática
dessa natureza,
e que me
norteiam os
passos para
grandes
cometimentos,
para os
espetáculos de
impacto que
posso produzir...”
Ao ouvir essa
resposta,
Licínio deu-se
conta da
gravidade do
problema de
Ambrósio, mas
nada pôde fazer,
em face dos seus
próprios
deveres, que lhe
preenchiam as
horas e os dias,
até que foi
informado,
posteriormente,
da alienação em
que o amigo
derrapou e de
sua
desencarnação, a
seu ver,
prematura, que o
retirou do
corpo.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
13 – A
experiência de
Licínio.)
126. O
caso Licínio
– Foi nesse
clima de
solidariedade e
compaixão
fraternal que
Licínio convidou
Miranda à oração
em favor do
companheiro em
processo de
recuperação.
Retirando-se em
seguida, os
novos amigos
rumaram para o
parque onde um
lago
transparente,
refletindo o céu
de azul
turquesa,
tornava-se
convite natural
para um diálogo
demorado e
esclarecedor. A
brisa suave
carreava ondas
de perfumes que
os envolviam
agradavelmente.
Pequenos grupos
espirituais
espalhavam-se
nas alamedas
coloridas pelas
flores
primaveris,
enquanto outros
encontravam-se
em conversação
animada nos
diversos
recantos
programados para
esse fim.
Alberto, mais
familiarizado
com Licínio,
solicitou-lhe
que lhes falasse
um pouco mais
sobre suas
experiências
mediúnicas,
esclarecendo que
o interesse era
justificado em
razão do
programa de
aprendizado a
que Miranda se
propusera
naquele
Nosocômio
espiritual.
Informou-o,
outrossim, que
Miranda
funcionava, às
vezes, como
repórter de
acontecimentos
fora do corpo,
transferindo as
notícias para os
amigos da
jornada
terrestre em
convites
oportunos para
reflexões e
auxílios de
esclarecimentos.
Sem fazer-se
rogado, o amigo
sorriu com
amabilidade,
passando a
informar: “A
mediunidade
foi-me no
planeta a cruz
de elevação
moral, e
prossegue como
oportunidade de
crescimento
interior, face
às aspirações
acalentadas de
iluminação e
paz. Quando for
realmente
valorizada
conforme merece,
constituirá para
as criaturas
humanas uma
fonte de
inexauríveis
consolações,
assim como
incomparável
instrumento de
evolução. Por
mim próprio
aquilato as suas
bênçãos, porque
renasci na Terra
com pesada carga
de compromissos
infelizes que me
cumpria atender,
reabilitando-me
e ressarcindo
dívidas. Desde o
berço,
felizmente,
experimentei a
pobreza e o
desafio das
dificuldades
domésticas nos
braços de
genitores
atormentados que
se me tomaram
verdadeiros
benfeitores
pelas
exigências, às
vezes,
descabidas, e
pelos
sofrimentos que
me impuseram,
sem dar-se conta
certamente do
que realizavam,
porque também
obsidiados
tornavam-se
instrumento
daqueles que não
desejavam o meu
processo de
reeducação
espiritual. A
dor, desse modo,
foi-me sempre o
anjo alerta,
ensinando-me
obediência e
simplicidade”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
13 – A
experiência de
Licínio.)
127.
Licínio e o
importante papel
de sua avó
– Após ligeira
pausa,
prosseguiu
Licínio: “Os
fenômenos
começaram a
aturdir-me
durante a
primeira
infância, quando
se me
apresentavam
inúmeros
verdugos da paz
a quem eu
houvera criado
embaraços em
passado não
distante.
Assustavam-me,
ameaçavam-me e
agrediam-me com
frequência e
impiedade. Não
obstante, Amigos
espirituais
afeiçoados,
quais a minha
avó materna, a
quem não havia
conhecido no
corpo, sempre
interferiam
socorrendo-me e
orientando-me,
carinhosamente
ajudando-me a
compreender a
ocorrência
penosa. Na
adolescência
fiquei órfão de
pai, sendo
felicitado mais
tarde pela
presença de um
padrasto
caridoso que foi
enviado pelo
Senhor, e que me
ajudou a
encontrar o
caminho da
renovação de que
necessitava.
Facultou-me
possibilidades
para estudar e
granjeou-me o
trabalho honrado
para a conquista
do pão diário.
Acompanhando os
múltiplos
fenômenos de que
me fazia objeto,
levou-me a uma
Instituição
Espírita, que
passamos a
frequentar sob
os protestos
veementes de
minha genitora,
e onde
aprenderíamos as
lições
inquestionáveis
da Codificação
do Espiritismo.
Embora
vivêssemos em
cidade muito
católica, não
fomos
incomodados
quando da adoção
da nossa fé
religiosa,
exceto por
algumas pessoas
menos informadas
e mais
fanatizadas, o
que é natural.
Aos vinte e
cinco anos de
idade
consorciei-me e
transferi-me
para a capital
com a esposa, a
fim de cuidar
dos interesses
da Firma em que
trabalhava com
dedicação e
respeito. As
surtidas das
Entidades
perversas eram
constantes,
criando-me
embaraços
contínuos onde
quer que me
apresentasse.
Calúnias,
acusações sem
qualquer
justificativa,
antipatias
inexplicáveis,
azedume e
desprezo foram
as armas de que
se utilizaram
através de
pessoas
invigilantes
para me aturdir.
A própria esposa
— alma querida
que Deus pôs no
meu caminho, a
fim de torná-lo
menos áspero —
experimentou
cruas
perseguições por
ser-me fiel e
permanecer ao
meu lado em
todos os
momentos
difíceis. Não
resultando
favoráveis esses
mecanismos de
perseguição,
outros surgiram
em forma de
coima impiedosa
por parte de
senhoras
insatisfeitas e
vazias
interiormente,
que procuravam
compensação
sexual, passando
a atacar-me com
exigências
descabidas em
nome de paixões
atormentadas e
sem qualquer
sentido moral”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
13 – A
experiência de
Licínio.)
128. Como
a trama
obsessiva era
desfeita
– Disse Licínio,
prosseguindo em
seu relato, que
a trama sempre
se desfazia
quando, nas
reuniões de
desobsessão, os
Benfeitores
traziam à
psicoterapia
aqueles algozes
impenitentes que
através dele
próprio se
beneficiavam,
mudando de
ideias e
comportamento.
Mas não se
tratava de uma
tarefa de fácil
execução, por
motivos
compreensíveis,
por exigir
perseverança
renúncia,
coragem e fé.
Continuando a
narrativa, ele
informou: “Não
fomos
abençoados, a
minha mulher e
eu, com a
presença de
filhos
biológicos, mas
o nosso era e é
um amor
profundo. Aos
vinte oito anos
de idade, a
esposa contraiu
tuberculose
pulmonar, e após
menos de dois
anos de rudes
provações e
dores
libertou-se do
coma,
deixando-me
profundamente
sofrido.
Naqueles dias, a
tísica era
considerada uma
verdadeira peste
branca,
arrasadora e
insensível. A fé
espírita, no
entanto, que já
era o bastão de
segurança da
minha
existência,
fez-se-me mais
vigorosa,
sendo-me
possível então
prosseguir
abraçando os
compromissos
espirituais sem
desânimo ou
solução de
continuidade.
Naquela época,
eram comuns os
médiuns
denominados
receitistas, que
se faziam
instrumento de
devotados
médicos
desencarnados,
especialmente
dedicados à
Homeopatia, que
atendiam os
enfermos pobres
que os buscavam
nas reuniões
públicas ou lhes
escreviam cartas
solicitando
auxílio. Eu me
encontrava entre
esses
servidores, e de
cedo compreendi
a soberania das
Leis em relação
às
possibilidades
humanas. No
começo, após a
desencarnação da
esposa,
experimentei a
frustração
decorrente do
meu insucesso
mediúnico, não
conseguindo
salvar a
companheira
enferma que
também passara a
receber o
tratamento
conveniente do
esculápio a quem
recorrêramos. E
isso foi sempre
tido em
relevância por
alguns
companheiros,
que expressavam
suas dúvidas
quanto à
interferência
dos bons
Espíritos
através da minha
faculdade,
adindo que eu
sequer
conseguira curar
a esposa, como
se isso
dependesse das
pequenas
possibilidades
humanas de
qualquer um de
nós. Robustecido
na fé e
sustentado pela
palavra lúcida
do meu Guia
espiritual
prossegui com
ardor, sem olhar
para trás”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
13 – A
experiência de
Licínio.)
129. Um
casamento feliz
seguido de
viuvez –
Falando a
respeito do
casamento e de
sua experiência
pessoal, Licínio
acrescentou: “Um
homem que se
consorcia e é
feliz, quando
lhe chega a
viuvez, essa se
lhe torna um
fardo pesado em
demasia. Os
hábitos
conjugais, o
companheirismo,
a afetividade
bem sustentada
agora em falta,
transformam-se-lhe
em vazio
existencial que,
muitas vezes,
conduz o
solitário a
precipitados
relacionamentos
como fuga ou
busca de
solução, ou o
empurram para
transtornos
depressivos
muito graves.
Graças à oração
e ao apoio da
esposa
desencarnada,
que passou a
visitar-me,
fui-me
readaptando ao
estado de
solteiro, quando
o cerco dos
Espíritos
viciosos
fez-se-me mais
rude, atirando
pessoas
desprevenidas na
minha direção,
inspirando-lhes
sentimentos
contraditórios
que eu tinha que
administrar com
muito cuidado,
face à
invigilância que
se permitiam e à
frivolidade com
que se
apresentavam.
Dentre algumas
dessas almas
atormentadas,
uma se me
transformou em
intolerável
presença.
Dizendo-se
apaixonada e
recorrendo a
expedientes
falsos sobre
sermos almas
gêmeas
comprometidas,
passou a assumir
atitudes
incompatíveis
com o bom tom,
exigindo-me
adotar um
comportamento
enérgico,
dissuadindo-a de
qualquer próxima
ou longínqua
possibilidade de
futuro
relacionamento
íntimo, conjugal
ou não.
Desarvorada,
promoveu um
escândalo, no
qual, totalmente
incorporada por
Entidade leviana
do seu mesmo
jaez, acusava-me
de má conduta em
relação a outra
dama, de quem
tinha ciúme,
gerando ambiente
desagradável e
psicosfera
venenosa que
davam margem a
comentários
injustos e
sempre do agrado
daqueles
companheiros
desocupados, que
se comprazem em
gerar situações
penosas... Foram
dois anos de
lutas severas,
mas sem
desistência de
minha parte.
Felizmente, o
reto proceder, a
severidade
imposta aos meus
atos, a
disciplina na
desincumbência
dos deveres
fizeram-se os
meus argumentos
de inocência,
que terminaram
por prevalecer
ante a insidiosa
perseguição”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
13 – A
experiência de
Licínio.)
(Continua no
próximo número.)