Um dia na vida de Chico
Xavier: 300 consultas numa
só noite!
Chico Xavier tinha a saúde
física relativamente melhor,
apesar da sobrecarga de
trabalhos a que vinha se
dedicando. A atividade
psicográfica durante a
semana continuava intensa,
seguindo nesse mesmo ritmo
as atividades assistenciais
de fim de semana.
Desenrola-se o ano 51 de seu
mandato mediúnico. Dra.
Marlene Nobre tenta
descrever como foi um de
seus últimos fins de semana
quando esteve em Uberaba
para visitá-lo. Acompanhou-o
das 15 horas da sexta-feira
até 3h30 de sábado no
primeiro dia, e das 15 horas
de sábado até as 2 horas da
madrugada de domingo:
1) A fila de pessoas para a
sessão de sexta-feira teve
início na noite de
quinta-feira. Pernoitaram
nessa fila umas 80 pessoas,
observando-se dezenas de
automóveis estacionados nas
ruas próximas à sede do
Grupo Espírita da Prece.
2) Atendeu 55 pessoas dessa
fila e às 18 horas teve
início o trabalho
evangélico. Em cinco horas
ininterruptas psicografou
380 consultas, saindo do
receituário com aparência
tão descansada que parecia
não ter trabalhado um minuto
sequer.
3) Às 23h10 voltou à mesa
dos trabalhos e psicografou
uma mensagem de mais de 70
páginas de Maria Dolores,
contando antológica e
comovente história de um pai
viúvo que se torna vítima de
seu próprio filho. O
desventurado pai, após ser
expulso de sua própria casa,
pelo filho pródigo, termina
morrendo para salvar a vida
de seu neto. Foram ainda
psicografadas mais duas
mensagens de jovens
desencarnados dirigidas aos
respectivos pais presentes
ao trabalho, ambas com
dezenas de páginas.
4) Sábado de manhã, duas
horas de trabalho nas
respostas à entrevista
concedida à Dra. Marlene
Nobre.
5) Às 15 horas desse dia,
numa caravana que partiu de
sua residência, ela o
acompanha ao Culto do
Evangelho no Lar, com
distribuição de pães e algum
dinheiro para os
necessitados de um bairro
muito humilde de Uberaba.
Duração dos trabalhos:
aproximadamente duas horas.
6) Às 19 horas, nova ida ao
Grupo Espírita da Prece para
a sessão evangélica e
recepção de novas mensagens
de jovens desencarnados. Às
23 horas retornou a sua casa
para um café com doce.
Entretanto, mesmo nessas
horas Chico continuou
trabalhando, pois alguns
convivas prosseguiram as
consultas pessoais.
A própria Dra. Marlene fez
isso e se arrependeu depois,
por privá-lo de instantes de
palestra amena e
reconfortante com os que não
o consultam a toda hora. A
certa altura, entretanto,
perguntou: “Chico, esse
ritmo de trabalho me parece
intenso demais para sua
saúde. Entre a tarde de
sexta-feira e esta madrugada
de domingo, você trabalhou
mais de 13 horas!”
Resposta de Chico: “Enquanto
Jesus me der forças quero
prosseguir nas minhas
tarefas. Após o abalo
orgânico que sofri em
novembro de 1976, venho
rogando aos benfeitores
espirituais que me concedam
renovadas forças para a
manutenção dos serviços que
me tocam, até o fim.”
“E sobre sua saúde, como se
sente?”
“Relativamente bem. A angina
é um problema orgânico
repleto de dores em câmera
lenta, se posso assim
exprimir-me e me obriga a
frequentes repousos
obrigatórios, mesmo que seja
de alguns minutos, no curso
do dia. É uma moléstia de
presença calma e constante,
à maneira de advertência
serena, como a controlar-nos
emoções e movimentos. Mas
estou a estudá-la para
conhecê-la melhor e adotar
os padrões de convivência de
que necessito para viver com
ela sem conflitos, que
somente a mim prejudicariam,
não é? Tudo está certo e
tudo vai seguindo com as
bênçãos de Jesus.”
Do livro Lições de
Sabedoria, de Marlene
Rossi Severino Nobre.
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