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O maior e mais prolífico médium
psicógrafo do mundo em todas as
épocas, Francisco Cândido Xavier
nasceu em Pedro Leopoldo,
modesta cidade de Minas Gerais,
em 2 de abril de 1910,
desencarnando no dia 30 de junho
de 2002, filho de João Cândido
Xavier e a mãe Maria João de
Deus, que tiveram nove filhos:
Maria Cândida, Luíza, Carmozina,
José Cândido, Maria de Lurdes,
Francisco Cândido, Raymundo,
Maria da Conceição e Geralda.
Sua mãe desencarnou em 1915 e,
em 1960, seu pai.
Naquela época, o município
mineiro de Pedro Leopoldo era
uma cidade pequena, tranquila,
de tradição bandeirante, sem
atrações, vida pacata e comércio
rudimentar, tendo apenas a
agricultura como a base mais
importante de subsistência.
A chegada da indústria pesada,
do aço, fábricas de cimento e
outras, causou uma grande
transformação no município,
ocasionando o desenvolvimento e
o aumento populacional. Em
consequência, a vida pacata
passou a não fazer mais parte do
cenário de Pedro Leopoldo. O
município ficou conhecido
nacionalmente a partir da década
de 30, quando chegaram às
grandes cidades as primeiras
notícias da fama de Chico
Xavier. Em 1915, Dona Maria João de
Deus, percebendo a gravidade de
sua enfermidade e pressentindo o
desencarne próximo, entregou
seus filhos a pessoas amigas,
para cuidarem de sua educação.
Diante de tais circunstâncias,
Chico foi entregue a sua
madrinha, Dona Rita de Cássia,
mais conhecida como Ritinha.
Percebendo a separação de sua
família, o menino Chico
perguntou a sua mãe o porquê
daquilo estar acontecendo, sem
compreender a gravidade da
situação e, muito inocentemente,
chegou a pensar que a mãe não os
amava mais. Dona Maria,
conseguindo superar as emoções,
disse-lhe que se preparava para
sair da casa em tratamento de
saúde e que voltaria em breve
para cuidar de todos. Resignado
com a situação, aceitou as
palavras finais de sua mãe, que
veio a desencarnar no dia
seguinte, 29 de setembro. |
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A
Vida com sua Madrinha
Dona Ritinha
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Dona Ritinha levada por suas
constantes crises nervosas,
castigava Chico com surras que
chegaram a acontecer até três
vezes ao dia. A vida do menino
era cheia de desilusão e
provações, o que poderia tê-lo
feito um ser revoltado e
infeliz; contudo, isso não
ocorreu por força da riqueza
espiritual que possuía. Desde os 4 anos de idade o
menino Chico teve a sua vida
assinalada por singulares
manifestações. Seu pai chegou,
inclusive, a crer que o seu
verdadeiro filho havia sido
trocado por outro. Aquele seu
filho era estranho! De formação católica, o garoto
orava com extrema devoção,
conforme lhe ensinara sua
querida mãezinha, Dona Maria
João de Deus, que o deixaria
órfão aos 5 anos. Dentro de grandes conflitos e
extremas dificuldades, o menino
ia crescendo, sempre puro e bom,
incapaz de uma palavra obscena,
de um gesto de desobediência. As
"sombras" amigas, porém, não o
deixavam... Na escola, sentia a presença
desses amigos auxiliando-o nas
tarefas habituais. Chico sempre
reconheceu que os seus primeiros
anos o marcaram profundamente;
ele nunca os esqueceu. Um belo dia, Chico dirigiu-se à
madrinha, muito feliz, dizendo
que havia conversado com a mãe
desencarnada, o que foi
suficiente para receber uma
surra extra. Essa conversa com
sua mãe foi a primeira
experiência de Chico no campo da
mediunidade. No entanto, ele
continuava a ter visões e
conversas com sua mãe, o que
sempre narrava à madrinha. Dona
Ritinha decidiu então conversar
a respeito com o pároco do
local, o qual recomendou a Chico
que rezasse mil Ave-Marias com
uma pedra de 15 kg em cima da
cabeça durante a procissão. Não
bastasse isso, Chico foi
atingido por algumas garfadas, o
que algum tempo depois se
transformou numa hérnia
estrangulada, que o acompanhou
até o final da vida. Em suas visões, a mãe o
aconselhava a ter paciência.
Explicava-lhe que não podia
levá-lo para junto de si e
procurava ajudá-lo a superar os
maus tratos da madrinha. Outro
fato lamentável ocorreu quando
Dona Ritinha soube que a única
maneira de curar a ferida
infeccionada de seu outro filho
adotivo, o sobrinho Moacir, era
Chico lamber a ferida durante
três semanas seguidas, em
completo jejum. Incumbido dessa tarefa, Chico
foi desesperado até o quintal,
onde evocou o socorro de sua
mãe; tendo recebido dela
palavras que naquele momento lhe
confortaram. E quando iniciou a
penitência, percebeu com
surpresa que sua mãe colocava um
pozinho sobre a ferida. E assim,
pouco depois a perna de Moacir
estava curada. Apesar de tantos maus tratos,
até hoje nunca se ouviu uma só
palavra atribuída a Chico Xavier
queixando-se de sua madrinha. Ao
contrário, ele diz que o
temperamento de sua madrinha
Rita era benévolo. A necessidade de trabalhar desde
cedo para auxiliar nas despesas
domésticas foi, em sua vida,
conforme ele mesmo o diz, uma
bênção indefinível. A doença
também viera precocemente
fazer-lhe companhia: primeiro o
problema nos pulmões, quando
trabalhava na tecelagem; depois
os olhos; e finalmente mais
tarde a angina, que lhe fez
companhia até seus derradeiros
instantes de vida física. |
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Novo
Casamento de seu Pai
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A convivência de Chico com sua
madrinha Dona Ritinha durou dois
anos, pois, em 1917, seu pai
casou-se pela segunda vez com
Dona Cidália Batista, cuja união
fez a família Xavier crescer com
o nascimento de mais seis
filhos: André Luís, Lucília,
Neusa, Cidália, Doralice e João
Cândido. Além disso, pelas
bênçãos de Deus, Dona Cidália
fez questão de reunir todos os
filhos de João Cândido. Desse
modo, Chico mudou-se para junto
deles, para uma convivência de
compreensão e carinho por dez
anos, entre pai, mãe e quinze
filhos! |
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Primeiro
Fato Inexplicável
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Os Espíritos continuavam a
aparecerem e enviar mensagens
por Chico, mas ele receava ser
rotulado de louco se comentasse
com alguém as conversas que
mantinha com "almas do outro
mundo”; embora percebesse o que
se passava à sua volva e à sua
revelia, não sabia explicar como
os fenômenos se davam, inclusive
no período de quatro únicos anos
de instrução primária que
recebeu. Conta o próprio Chico que, em
1922, no primeiro centenário da
Independência do Brasil, todos
os alunos tiveram que apresentar
uma dissertação sobre a data, e
momentos antes de começar a
dissertação Chico viu um homem
ao seu lado ditando o que
deveria escrever. Assustado, foi
falar com a professora que o
aconselhou a escrever o que
ouvira, tranqüilizando-o:
"Ninguém lhe disse nada. O que
você ouviu veio de sua própria
cabeça". Esse trabalho rendeu ao
garoto Chico a sua primeira
Menção Honrosa.
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Dificuldades
no Estudo Doutrinário
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Era grande a dificuldade que o
nosso Chico tinha para conciliar
os ensinos Católicos, que lhe
foram impostos, com as
manifestações mediúnicas só
explicadas pelo espiritismo.
Contudo, resolveu se dedicar a
ler sobre a Doutrina Espírita
aos dezessete anos, justamente
quando veio a perder sua segunda
mãe Dona Cidália, que
desencarnou no dia 19 de abril
de 1931; resolvendo seu pai não
mais se casar, até sua
desencarnação ocorrida em 6 de
setembro de 1960, na cidade de
Pedro Leopoldo aos 92 anos de
idade.
Chico prosseguiu em seus estudos
doutrinários apesar de o padre
Sebastião, que era o conselheiro
da família e o mesmo que lhe
receitou as mil Ave-Marias como
penitência para acabar com as
"assombrações", deixar bem claro
que a igreja Católica não
aprovava o Espiritismo.
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Início
da Mediunidade
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Decidido, Chico aprofunda seus
conhecimentos pesquisando Allan
Kardec e se dedicando cada vez
mais ao desenvolvimento
mediúnico. No dia 7 de maio de
1927 participa de sua primeira
reunião espírita. |
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Parceria
com Emmanuel
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O trabalho de psicografia de
Chico Xavier foi iniciado em 8
de julho de 1927, em Pedro
Leopoldo. Contando 17 anos de
idade, recebeu as primeiras
páginas mediúnicas. Naquela noite dessa memorável
data, os Espíritos deram início
a um dos trabalhos mais belos de
toda a história da humanidade.
Foram dezessete folhas de papel
preenchidas, celeremente,
versando sobre os deveres do
espírita-cristão. Até o ano de 1931, Chico
psicografou muitas poesias e
mensagens, várias das quais
foram publicadas, à revelia do
médium, em jornais e revistas de
todo o Brasil. Nesse mesmo ano, tem a
oportunidade de ver, pela
primeira vez, o Espírito do
nobre Benfeitor Emmanuel, seu
inseparável mentor espiritual
até o último dia de sua estada
entre nós. O conhecido Benfeitor Emmanuel,
ao se apresentar ao médium,
falou-lhe do trabalho que a
espiritualidade tinha
pré-estabelecido para eles, e se
o Chico aceitasse a missão que
era de divulgar o espiritismo,
ele precisaria seguir três
requisitos fundamentais, sem os
quais o trabalho não lograria
êxito. Então lhe fez a seguinte
pergunta: − Está
você realmente disposto a
trabalhar na mediunidade com
Jesus?
− Sim,
se os bons Espíritos não me
abandonarem... − respondeu
o médium.
− Não
será você desamparado − disse-lhe
Emmanuel − mas
para isso é preciso que você
trabalhe, estude e se esforce no
bem. − E
o senhor acha que eu estou em
condições de aceitar o
compromisso? − tornou
o Chico. − Perfeitamente,
desde que você procure respeitar
os três pontos básicos para o
Serviço... Porque o protetor se calasse, o
rapaz perguntou: − Qual
é o primeiro? A resposta veio firme: − Disciplina.
− E
o segundo? − Disciplina.
− E
o terceiro? − Disciplina. |
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Orientação
de Emmanuel ao Médium
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A segunda mais importante
orientação de Emmanuel para o
médium é assim relembrada por
Chico: Lembro-me
de que num dos primeiros
contatos comigo, ele me preveniu
que pretendia trabalhar ao meu
lado, por longo tempo, mas que
eu deveria, acima de tudo,
procurar os ensinamentos de
Jesus e as lições de Allan
Kardec e, disse mais, que, se um
dia, ele, Emmanuel, algo me
aconselhasse que não estivesse
de acordo com as palavras de
Jesus e de Kardec, que eu devia
permanecer com Jesus e Kardec,
procurando esquecê-lo.
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Mudança
para Uberaba
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Em 5 de janeiro de 1959, Chico
mudou-se para Uberaba, sob a
orientação dos Benfeitores
Espirituais, iniciando, nessa
mesma data, as atividades
mediúnicas, em reunião pública
da Comunhão Espírita Cristã.
Começando daí em diante a famosa
peregrinação que procedia aos
sábados, saindo da "Comunhão
Espírita Cristã" para visitar
pessoalmente alguns lares
carentes, levando-lhes a alegria
de sua presença amiga,
acompanhado por grande número de
pessoas também dispostas a esse
tipo de trabalho, sob a luz das
estrelas e de um lampião que
seguia à frente, iluminando as
escuras ruas da periferia, ele
ia contando fatos de grande
beleza espiritual. A cidade de Uberaba, desse modo,
transformou-se num polo de
atração de inúmeros visitantes
das mais variadas regiões do
Brasil, e até mesmo do exterior,
que para lá se dirigiam com o
objetivo de conhecer o médium.
As cidades de Pedro Leopoldo e
Uberaba estão no coração de
Chico em igual plano, como ele
sempre disse. Seu amor pelas
duas cidades é assim justificado
por ele: "Pedro Leopoldo é meu
berço e Uberaba é minha bênção". |
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Produção
Literária
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No ano de 1932, saiu, publicado
pela FEB, o seu primeiro livro,
o até hoje famoso e discutido Parnaso
de Além-Túmulo; sua
produção, então, não teve mais
fim, enquanto o médium esteve
entre nós. Foi autor de 412
obras, várias delas traduzidas e
publicadas em espanhol,
esperanto, francês, inglês,
japonês, grego etc. Portador de uma moral ilibada,
de uma humildade impressionante
e de uma simplicidade
incontestável, Chico Xavier
jamais auferiu vantagens, de
qualquer espécie, ou se
apropriou de qualquer privilégio
advindo da sua incomparável
mediunidade. Sua vida privada e pública tem
sido objeto de toda especulação
possível, na informação falada,
escrita e televisionada;
acusações e críticas ferinas
foram por ele suportadas com o
exemplo do verdadeiro espírita.
Viajou com o médium Waldo Vieira
aos Estados Unidos e à Europa,
onde visitaram a Inglaterra, a
França, a Itália, a Espanha e
Portugal, sempre a serviço da
Doutrina Espírita. |
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Homenagens
que Recebeu
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Chico Xavier é hoje uma figura
de projeção nacional e
internacional, suas entrevistas
despertam a atenção de milhares
de pessoas, mesmo alheias ao
Espiritismo; em todas as
oportunidades em que esteve em
programas de TV, respondendo a
perguntas das mais diversas,
pautou suas respostas pelos
postulados espíritas. Foi
homenageado com o título de Cidadão
Honorário de
várias cidades: São José do Rio
Preto, São Bernardo do Campo,
Franca, Campinas, Santos,
Catanduva, em São Paulo;
Uberlândia, Araguari e Belo
Horizonte, em Minas Gerais;
Campos, no Estado do Rio de
Janeiro etc.
Foi eleito o “Mineiro do
Século”, superando até mesmo
personagens de destaque na
história do Brasil e do mundo,
como Santos Dumont, o pai da
aviação. Além disso, a grande
prova do reconhecimento popular
pelo seu trabalho foi a forte
campanha realizada para que
recebesse o prêmio Nobel
da Paz em
1981. Nesse encalço,
aproximadamente dez milhões de
brasileiros endossaram a
campanha, assinando manifestos e
cartas.
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A
Morte de Chico Xavier
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Chico voltou à pátria espiritual
na noite de 30 de junho de 2002,
da maneira que sempre dissera
que gostaria de morrer: em dia
de alegria para o povo
brasileiro. Foi atendido em seu
propósito, visto que exatamente
nessa data o Brasil conquistava
a Copa
do Mundo de Futebol pela
quinta vez, num domingo
inesquecível. Tinha 92 anos de
idade, estava com vários
problemas de saúde e teve uma
parada cardíaca; Chico
completaria 75 anos de atividade
mediúnica no dia 8 de julho de
2002.
Só nos resta agradecê-lo por
tudo que fez em benefício de
toda a humanidade e dizer do
fundo dos nossos corações
saudosos:
"Muito obrigado, amigo Chico".
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Alguns
Fatos da Vida de Chico
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2 abril 1910 − Nasce
Francisco de Paula Cândido, nome
de batismo, o Chico Xavier, na
cidade mineira de Pedro
Leopoldo, filho de João Cândido
Xavier, vendedor de bilhetes de
loteria, e de Maria João de
Deus;
29 setembro 1915 − Morre
sua mãe, Maria João de Deus;Setembro 1915 − Chico
Xavier vai morar com sua
madrinha, Maria Rita de Cássia,
amiga de sua mãe;
Dezembro 1917 − Seu
pai casa-se com Cidália Batista,
que reúne todos os filhos do
marido novamente e Chico volta a
viver em família;
Janeiro 1919 − Começa
a frequentar o Grupo Escolar São
José e a trabalhar na fábrica de
tecidos;1923 − Conclui
o curso primário, após repetir a
quarta série;
1925 − Começa
a trabalhar no comércio.
Primeiro, como auxiliar de
cozinha no Bar do Dove. Em
seguida, na venda de José
Felizardo Sobrinho;
7 maio 1927 − Tem
sua primeira experiência na
Doutrina Espírita, quando sua
irmã Maria Xavier Pena, doente e
desenganada pelos médicos, é
curada por meio de tratamento
espírita;
21 junho 1927 − Torna-se
secretário do recém-fundado
Centro Espírita Luís Gonzaga,
que funciona num barracão onde
mora o seu irmão e também
presidente do Centro, José
Xavier;
8 julho 1927 − Psicografa,
pela primeira vez, no Centro
Espírita Luís Gonzaga e escreve
17 páginas com a assinatura
final de Um
Espírito amigo;
1928 − São
publicadas suas primeiras
mensagens psicografadas pelo
matutino carioca O
Jornal e,
logo depois, peloAlmanaque de
Notícias, de Portugal;
1931 − Aparece-lhe
o que chama de seu Mentor
espiritual ou Espírito-guia, que
pede para ser chamado de
Emmanuel;
Março 1931 − Morre
Cidália Batista, sua madrasta e
amiga;
1931 − Psicografa
pela primeira vez um poema com a
assinatura de um morto: o poeta
fluminense Casimiro Cunha
(1880-1914). Poeta menor, mas
com uma particularidade:
espírita convicto e confesso;
1932 − Edita
seu primeiro livro, Parnaso
de Além-Túmulo, uma
coletânea de 59 poemas assinados
por 14 grandes poetas
brasileiros já falecidos: Castro
Alves, Casimiro de Abreu,
Augusto dos Anjos, Guerra
Junqueira, entre outros;
1935 − Entra
para o Ministério da
Agricultura, trabalhando na
Fazenda Modelo de Pedro
Leopoldo;
1939 − Passa
a psicografar os trabalhos do
escritor maranhense Humberto de
Campos, morto em 1934 e, no
mesmo ano, lança o livro Crônicas
de Além-Túmulo, com textos
do escritor falecido;
1940 − Fica
gravemente doente. Os médicos
preveem um ataque de uremia, o
que não chega a ocorrer;
1944 − É
processado pela família do
escritor Humberto de Campos, que
exige parte dos direitos
autorais dos livros
psicografados, mas a justiça
decide a favor do médium, que
passa a usar o pseudônimo de
irmão X para identificar, mais
tarde, os livros do escritor
psicografado;
1944 − Publica
o livro Nosso
Lar, que se torna um
verdadeiro best-seller entre
as publicações espíritas,
chegando a uma tiragem de
1.277.000 exemplares;
1946 − Fica
doente, vítima de tuberculose;
1951 − É
operado de uma hérnia
estrangulada;
1958 − Amauri
Xavier Pena, sobrinho de Chico
Xavier, filho de sua irmã Maria
Xavier, também espírita e
psicógrafo, declara aos jornais
que, por se sentir amargurado
por crises de consciência,
decide contar que tudo o que já
havia psicografado é criado por
ele mesmo, sem nenhuma
interferência dos Espíritos,
assim como o seu tio;
1959 − Muda-se
para Uberaba (MG), fugindo do
escândalo causado pelas
declarações do sobrinho Amauri
Xavier Pena;
1960 − Publica,
em parceria com o também médium
Waldo Vieira, o livro Mecanismos
da Mediunidade;
1963 − Aposenta-se,
após 30 anos de serviços
prestados como auxiliar de
serviço na antiga Inspetoria
Regional do Serviço de Fomento
da Produção Animal, por
incapacidade;
1965 − Vai
aos Estados Unidos a fim de
difundir o espiritismo e para
fazer um tratamento
oftalmológico;
1969 − Viaja
a São Paulo para se submeter a
uma cirurgia na próstata;
3 janeiro 1972 − Concede
uma entrevista de quatro horas
na extinta TV Tupi, num programa
chamado Pinga-Fogo,
o que atrai cerca de 20 milhões
de telespectadores;
Junho 1975 − Anuncia
que encerrará, aos 65 anos de
idade, suas atividades
mediúnicas, devido ao desgaste
físico e por não conseguir
superar o processo de
hipotensão, surgido em 1973;
1976 − Tem
sua primeira crise de angina de
peito;
Março 1980 − É
indicado para receber o Prêmio
Nobel da Paz de 1981, numa
campanha liderada pelo então
diretor da Rede Globo, Augusto
César Vanucci;
Setembro 1983 − Coloca,
pela primeira, sua voz em quatro
LPs, lançados pela gravadora
Fermata, para transmitir suas
mensagens de paz. Os discos
trazem apenas o nome de Chico
Xavier na capa, ao lado de um
desenho de seu rosto;
28 junho 1985 − João
Francisco de Deus é julgado
inocente da morte de sua mulher
Gleide Maria Dutra, morta com um
tiro no pescoço, no dia 1º. de
março de 1980. Cartas de Gleide,
inocentando João Francisco,
psicografadas por Chico Xavier,
nove meses após sua morte, foram
usadas pela defesa do acusado;
Agosto 1985 − Recebe
a visita de D. Risoleta, viúva
de Tancredo Neves, morto em
abril de 1985. Ela, porém, nunca
recebeu mensagens do marido;
15 outubro 1989 − Recebe
uma visita do então candidato à
presidência da República,
Fernando Collor de Mello,
apoiando, pela primeira vez, um
candidato a presidente;
Maio 1991 − Já
eleito presidente, Fernando
Collor de Mello visita-o
novamente;
27 fevereiro 1993 − É
procurado por Glória Perez, mãe
da atriz Daniela Perez,
assassinada no final de 1992.
Glória pede a Chico Xavier
notícias de sua filha;
18 setembro 1995 − Um
enfisema pulmonar o deixa com
apenas 35 quilos e preso a uma
cadeira de rodas;
1997 − Publica
o livro de poesias Traços
de Chico Xavier;
1998 − Publica
o livro Caminho
Iluminado, do
benfeitor Emmanuel;
1999 − Publica
seu último livro Escada
de Luz, perfazendo um total
de 412 obras publicadas, muitas
delas traduzidas em diversos
idiomas e até em braile.
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O
Centro Espírita na Visão de
Chico
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Os centros espíritas
devem ser locais de
oração, trabalho e
estudo. Conhecer o
Espiritismo é de
fundamental importância,
mas, segundo Emmanuel me
tem ensinado, esse
conhecimento necessita
ser traduzido na
prática, a começar pelo
entendimento entre os
companheiros que
constituem a equipe de
cooperadores da casa. O
fenômeno em um tempo de
orientação kardecista
deve ser acessório e,
nunca, sem dúvida,
atividade especial.
Para mim, centro
espírita tinha que abrir
todo dia, o dia
inteiro... Se é
hospital, como dizemos,
como é que pode estar de
portas fechadas?... O
centro precisava se
organizar para melhor
atender os necessitados.
O que impede que o
centro espírita seja
mais produtivo é a
centralização das
tarefas; existe
dirigente que não abre
mão do comando da
instituição... Ora, de
fato, a instituição
necessita de comando,
mas de um comando que se
preocupe em criar espaço
para que os companheiros
trabalhem, sem que
ninguém esteja mais
preocupado com cargos do
que com encargos...
O centro espírita,
quanto mais simples,
quanto mais humilde,
mais reduto do
Evangelho. Construções
colossais sempre me
parecem destituídas de
espírito... A Sociedade
Espírita de Paris era
uma sala de acanhadas
dimensões: ali imperava
o espírito de
fraternidade.
As reuniões nos centros
espíritas poderiam ser
mais produtivas. Existe
dirigente que abre e
termina a sessão olhando
o relógio... Não posso
dar palpite no centro
dos outros − Emmanuel
me mandaria conservar a
boca fechada −,
mas a gente fica triste
com os centros espíritas
que funcionam apenas
meia hora durante a
semana...
Não precisamos esperar a
formação de um grupo
espírita para recepção
de pessoas santas; vão
chegar primeiro os mais
infelizes; vão contar as
mágoas, às vezes até os
seus crimes; vêm em
busca de amor...
Não somos donos do
Movimento, a casa
espírita não tem
donos... Vamos criar
oportunidade para o
crescimento dos outros.
Ninguém precisa anular
ninguém... Sobra espaço
para as estrelas no
firmamento! Todas podem
brilhar à vontade...
Se um amigo, ou os
amigos, não têm
paciência conosco, os
grupos não prosperam,
não frutificam em amor,
em esperança, no socorro
espiritual...
O centro espírita deve
ser tocado como uma
escola, ou seja, devemos
estar dentro dele para
aprender... Não é só
para a mediunidade, para
o passe ou para a
desobsessão...
Precisamos estudar as
lições de Jesus, as
interpretações de Allan
Kardec, e vivenciá-las,
cuidando de nós mesmos,
de nossa necessária
renovação íntima...
Registro feito por
Humberto Vasconcelos em
artigo publicado no Jornal
Espírita de Pernambuco,
edição 72
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Chico
Responde
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Durante a entrevista,
perguntaram ao Chico: − Chico,
estão querendo separar a parte
científica, filosófica e
religiosa da Doutrina, dizendo
que o Espiritismo não é
religião, isto é, estão querendo
tirar Jesus do Espiritismo. O
que você acha de tudo isso?
A Resposta não se fez esperar:
− Se
tirarmos Jesus do Espiritismo,
vira comédia. Se tirarmos
Religião do Espiritismo, vira um
negócio. A Doutrina Espírita é
ciência, filosofia e religião.
Se tirarmos a religião, o que é
que fica?
A filosofia humana, embora seja
uma conversa sem fim, tem
ajudado a clarear o pensamento,
mas não consola perante a dor de
um filho morto.
A ciência humana, embora seja
uma pergunta infindável, está aí
em nome de Deus.
Antigamente tínhamos a varíola,
mas Deus, inspirando a
inteligência humana, nos deu a
vacina e hoje a varíola está
quase eliminada da face da
terra.
Sofríamos com o problema da
distância, mas a bondade divina,
inspirando a cabeça dos
cientistas, nos trouxe o motor.
Hoje temos o barco, o carro, o
avião suprimindo distâncias... o
telefone aliviando ansiedades...
a televisão colocou o mundo
dentro de nossas casas...
Tínhamos medo da escuridão, mas
a misericórdia divina nos enviou
a lâmpada, através da
criatividade humana.
A dor nos atormentava, mas a
compaixão divina nos enviou a
anestesia.
Há, porém, uma coisa em que a
ciência não tem conseguido
ajudar. Ela não tem conseguido
eliminar o ódio do coração
humano. Não há farmácias
vendendo remédios contra o
egoísmo, o orgulho, a vaidade, a
inveja, o ciúme... Não podemos
pedir misericórdia a um
computador.
Jesus, porém, está na nossa
vivência diária, porquanto em
nossas dificuldades e provações,
o primeiro nome de que nos
lembramos, capaz de nos
proporcionar alívio e
reconforto, é JESUS.
De maneira que se tirarmos a
religião do Espiritismo fica um
corpo sem coração, se tirarmos a
ciência fica um corpo sem cabeça
e se tirarmos a filosofia fica
um corpo sem membro.
(Entrevistas com Chico Xavier)
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O
Retorno do Apóstolo Chico Xavier
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Quando mergulhou no corpo
físico, para o ministério que
deveria desenvolver, tudo eram
expectativas e promessas.
Aquinhoado com incomum
patrimônio de bênçãos,
especialmente na área da
mediunidade, Mensageiros da Luz
prometeram inspirá-lo e
ampará-lo durante todo o tempo
em que se encontrasse na
trajetória física, advertindo-o
dos perigos da travessia no mar
encapelado das paixões, bem como
das lutas que deveria travar
para alcançar o porto de
segurança.
Orfandade, perseguições rudes na
infância, solidão e amargura
estabeleceram o cerco que lhe
poderia ter dificultado o
avanço, porém, as providências
superiores auxiliaram-no a
vencer esses desafios mais rudes
e a crescer interiormente no
rumo do objetivo de iluminação.
Adversários do ontem, que se
haviam reencarnado também,
crivaram-no de aflições e de
crueldade durante toda a
existência orgânica, mas ele
conseguiu amá-los, jamais
devolvendo as mesmas farpas, os
espículos e o mal que lhe
dirigiam.
Experimentou abandono e
descrédito, necessidades de toda
ordem, tentações incontáveis que
lhe rondaram os passos
ameaçando-lhe a integridade
moral, mas não cedeu ao
dinheiro, ao sexo, às projeções
enganosas da sociedade, nem aos
sentimentos vis.
Sempre se manteve em clima de
harmonia, sintonizado com as
Fontes Geradoras da Vida, de
onde hauria coragem e forças
para não desfalecer. Trabalhando
infatigavelmente, alargou o
campo da solidariedade, e
acendendo o archote da fé
racional que distendia através
dos incomuns testemunhos
mediúnicos, iluminou vidas que
se tornaram faróis e amparo para
outras tantas existências.
Nunca se exaltou e jamais se
entregou ao desânimo, nem mesmo
quando sob o metralhar de
perversas acusações,
permanecendo fiel ao dever, sem
apresentar defesas pessoais ou
justificativas para os seus
atos.
Lentamente, pelo exemplo, pela
probidade e pelo esforço de
herói cristão, sensibilizou o
povo e os seu líderes, que
passaram a amá-lo, tornou-se
parâmetro do comportamento,
transformando-se em pessoa de
referência para as informações
seguras sobre o Mundo Espiritual
e os fenômenos da mediunidade.
Sua palavra doce e ungida de
bondade sempre soava ensinando,
direcionando e encaminhando as
pessoas que o buscavam para a
senda do Bem.
Em contínuo contato com o seu
Anjo tutelar, nunca o
decepcionou, extraviando-se na
estrada do dever, mantendo
disciplina e fidelidade ao
compromisso assumido.
Abandonado por uns e por outros,
afetos e amigos, conhecidos ou
não, jamais deixou de realizar o
seu compromisso para com a Vida,
nunca desertando das suas
tarefas.
As enfermidades minaram-lhe as
energias, mas ele as renovava
através da oração e do exercício
intérmino da caridade.
A claridade dos olhos diminuiu
até quase apagar-se, no entanto
a visão interior tornou-se mais
poderosa para penetrar nos
arcanos da Espiritualidade.
Nunca se escusou a ajudar, mas
nunca deu trabalho a ninguém.
Seus silêncios homéricos falaram
mais alto do que as discussões
perturbadoras e os debates
insensatos que aconteciam a sua
volta e longe dele, sobre a
Doutrina que esposava e os seus
sublimes ensinamentos.
Tornou-se a maior antena
parapsíquica do seu tempo,
conseguindo viajar fora do
corpo, quando parcialmente
desdobrado pelo sono natural,
assim como penetrar em mentes e
corações para melhor ajudá-los,
tanto quanto tornando-se
maleável aos Espíritos que o
utilizaram por quase setenta e
cinco anos de devotamento e de
renúncia na mediunidade
luminosa. Por isso mesmo, o seu
foi mediunato incomparável.
...E ao desencarnar, suave e
docemente, permitindo que o
corpo se aquietasse, ascendeu
nos rumos do Infinito, sendo
recebido por Jesus, que o
acolheu com a Sua bondade,
asseverando-lhe:
− Descansa,
por um pouco, meu filho, a fim
de esqueceres as tristezas da
Terra e desfrutares das
inefáveis alegrias do reino dos
Céus.
Joanna de Ângelis
(Página psicografada pelo médium
Divaldo P. Franco, no dia 2 de
julho de 2002, no Centro
Espírita Caminho da Redenção, em
Salvador, Bahia).
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