53. As mensagens
mediúnicas são muitas
vezes recebidas por
pessoas que perderam
algum familiar. É assim
que elas chegam a pôr-se
em relação com os seus
caros mortos e a
descobrir que a memória,
a afeição e o caráter
deles persistem sempre.
(P. 27)
54. A
prova da identidade do
comunicante é dada por
este e às vezes é tão
forte que o ceticismo da
pessoa aflita desaparece
e o consolo e a
esperança lhe voltam ao
coração. (P. 28)
55. “Para mim - diz
Oliver Lodge - a
evidência é virtualmente
completa e não tenho
mais dúvida alguma sobre
a existência e a
sobrevivência da
personalidade, do mesmo
modo que não a tenho
sobre a dedução de uma
experiência qualquer,
comum e normal.” (P. 28)
56. Lodge acrescenta que
os comunicantes se
apresentam mais ou menos
como eram neste mundo.
Eles progridem
gradualmente, mas não
perdem logo o seu
contato com a Terra. Em
geral, eles fazem-nos
sentir a importância da
existência terrena, a
responsabilidade dos
nossos atos, a
manutenção do nosso
caráter, o valor do
trabalho e da atividade
no Além, embora sua
compreensão das coisas
esteja longe de ser
completa, pois seu saber
é apenas um pouco maior
do que o nosso. Não
devemos, pois,
considerá-los como
“oráculos ou fontes de
informações infalíveis”.
(PP. 28 e 29)
57. Uma das objeções
feitas à utilização dos
médiuns para o
recebimento das
mensagens é esta: por
que não podemos
comunicar-nos
diretamente com o Além?
Ora, os que possuem
faculdades mediúnicas
podem fazê-lo, mas os
que não as possuem devem
recorrer aos meios
conhecidos. Aliás, é
assim que ocorre com
todos os nossos meios de
comunicação. Para falar,
valemo-nos das vibrações
atmosféricas; para ver,
utilizamos as vibrações
etéricas; para o tato, o
nosso próprio corpo
físico. (P. 29)
58. Desse modo, para
comunicar-nos com os
desencarnados, somos
obrigados a servir-nos
do mecanismo corporal de
certas pessoas que
possuem a faculdade
necessária para uma
comunicação de tal
espécie. (P. 30)
59. Essa faculdade
talvez nos seja
misericordiosamente
recusada, para que
possamos ocupar-nos de
nossos afazeres e
cumprirmos nossos
deveres. Um médium é uma
pessoa que sacrifica
parte de sua existência
para correr em auxílio
de seus semelhantes.
Devemos, pois, ser-lhes
gratos e tornar sua
tarefa mais fácil. (P.
30)
60. A
idéia de lhes censurar,
em alguns casos, o
recebimento de uma
remuneração modesta, que
lhes permita viver
devotado ao serviço
alheio, é inteiramente
absurda. (P. 30) (N.R.:
Entende-se tal afirmação
quando partida de um
experimentador
não-espírita, como
Oliver Lodge. O
espiritista deve, no
entanto, seguir a
recomendação kardequiana
contida no cap. 26,
itens 9 e 10, d’ O
Evangelho segundo o
Espiritismo.)
61. Outrora, a
telegrafia sem fio era
considerada impossível e
hoje é uma banalidade. A
existência do éter
universal também foi
contestada, embora
sintamos o seu contato
quando nos aquecemos
diante do fogo ou ao
Sol, e quando
transmitimos mensagens
por seu intermédio.
Lodge declara, porém,
estar absolutamente
certo de que existe um
meio físico para a
comunicação telepática,
de que o éter do espaço
é necessário para esse
fim e de que a nossa
vida se encontra
constantemente associada
a essa substância antes
que com a matéria. (PP.
30 e 31) (N.R.:
Lodge está-se referindo,
ao tratar do éter
universal, ao fluido
cósmico universal. Os
físicos modernos falam
hoje da existência da
espuma quântica, que
corresponde ao mesmo
conceito. Tudo se
resume, como vemos, a
uma questão de
terminologia.)
62. A
história da Ciência é,
sem dúvida, o quadro de
resultados
interessantes, mas é
também o registro da
oposição e da obstrução
conservadoras. As
teorias dominam o mundo
e as hipóteses novas são
mal acolhidas. A notícia
sobre a circulação do
sangue foi acolhida com
desdém. Os defensores da
verdade têm apanhado
sempre a luva da crítica
hostil e alguns tiveram
de fugir à perseguição,
como os anatomistas, que
foram obrigados a
prosseguir nos seus
estudos em segredo. (P.
33)
63. Nada, pois, de
espantar que as
investigações de Sir
William Crookes sobre os
fenômenos psíquicos
tenham sido mal
recebidas, desprezadas e
deixadas completamente
fora do domínio
científico. O ceticismo
foi fundamental nesse
episódio, visto que os
membros da Royal
Society se recusaram
a verificar o que lhes
parecia impossível. (P.
34)
64. É preciso
compreender que o método
experimental e o método
do livre exame dos
fenômenos não têm
numerosos séculos no seu
ativo. Ele foi
sustentado por Francis
Bacon e Lord Verulam,
mas, quando posto em
prática por Galileu,
consideraram-no uma
novidade quase ímpia,
porque os resultados
assim obtidos estavam
muitas vezes em
contradição com ensinos
tradicionais que tinham
a autoridade de séculos
ou mesmo de milênios.
(P. 34)
65. Pode-se dizer que
atualmente nada existe,
nas doutrinas
estabelecidas sobre as
ciências mecânicas,
físicas ou químicas, que
se possa considerar
muito sagrada ou
absolutamente certa, de
modo a evitar a sua
reconsideração, melhoria
ou reforma. A tolerância
atual em admitir teorias
revolucionárias, como as
do Quanta e da
Relatividade, é
levada ao extremo,
porque tais hipóteses
são formuladas
livremente, sem a mínima
prova, e admitidas como
um passo preliminar para
um conhecimento futuro
mais amplo e mais
elevado. (P. 35)
(Continua no próximo
número.)