Sendo a
faculdade
mediúnica
inerente a uma
disposição
orgânica,
semelhante às
outras
responsáveis
pelas
manifestações
sensoriais,
deverá ser
educada com
cuidados
especiais, a fim
de bem
desempenhar a
função para a
qual a Divindade
dotou os seres
humanos.
Concedida a
todos os homens
e mulheres sem
privilégio de
etnia, de
caráter, de fé
religiosa, de
condição
sócio-econômica,
representa uma
alta concessão,
que faculta o
conhecimento da
imortalidade do
Espírito, assim
como das
conseqüências
morais
resultantes da
conduta
existencial.
De igual maneira
como se educam
os sentidos
físicos e as
faculdades
intelectuais,
disciplinando o
comportamento
moral, a
mediunidade, que
desempenha
relevante papel
na vida humana,
requer desvelos
e condutas
específicos,
para que possa
contribuir
eficazmente em
favor da
harmonia do
indivíduo e do
seu incessante
progresso
espiritual.
Demitizada pelo
Espiritismo, que
esclareceu os
falsos atributos
divinatórios e
especiais com
que a vestiam,
torna-se
instrumento
precioso para o
bem-estar, a
saúde e a paz,
na condição de
recurso próprio
para a
auto-iluminação
e a libertação
do primarismo
ainda
persistente
naquele que a
possui.
Causa
estranheza, não
poucas vezes,
encontrar-se a
mediunidade
ostensiva em
pessoas de
conduta
reprochável,
enquanto outras,
dignas e
corretas, dela
não se fazem
possuidoras com
a mesma
intensidade.
Essa visão
proporciona aos
incautos o
conceito de que
a mediunidade
independe da
moral do
indivíduo, o que
é certo,
enquanto que a
qualidade das
comunicações não
se subordina ao
mesmo
raciocínio. Isto
porque os
Espíritos
comunicam-se por
meio de
quaisquer
instrumentos,
valendo ser
lembrado que as
primeiras
comunicações que
precederam ao
surgimento do
Espiritismo
deram-se através
de recursos
muito primários,
com o objetivo
de chamar a
atenção, logo
passando àquelas
de natureza
transcendental e
elevada.
Na ocasião,
fazia-se
necessário assim
apresentar-se o
fenômeno,
considerando-se
que, noutras
épocas, em face
da naturalidade
com que ocorriam
e da sua
multiplicidade,
foram mal
interpretados.
Mediante esse
recurso algo
primitivo, foi
necessário o
estudo sério e a
busca da
causalidade do
fenômeno, quando
os próprios
Espíritos
encarregaram-se
de definir e
elucidar com
sabedoria a
ocorrência.
Os indivíduos
maus, orgulhosos
e corrompidos
apresentam-se,
portanto, com
faculdades
ostensivas por
misericórdia do
Amor, a fim de
que sejam, eles
mesmos, os
instrumentos das
advertências e
orientações de
que necessitam
para uma
existência de
retidão e de
equilíbrio, com
alto
discernimento a
respeito dos
objetivos da
caminhada
terrestre.
Permanecendo nos
vícios a que se
entregam,
voluntariamente,
tornam-se mais
responsáveis
pelos atos
danosos que os
prejudicam,
padecendo-lhes
as conseqüências
lamentáveis.
Advertidos sobre
a
transitoriedade
do carro
material de que
se utilizam, não
terão como
justificar-se
ante a própria
consciência pela
leviandade que
se permitiram,
assumindo as
graves
responsabilidades
morais em
relação ao
futuro.
Somente através
do conhecimento
lúcido e lógico
da mediunidade,
mediante o
estudo de O
Livro dos
Médiuns, de
Allan Kardec, é
que se deve
permitir o
candidato à
educação da sua
faculdade, ao
aprimoramento
pessoal,
iniciando,
então, o
exercício dessa
disposição
orgânica,
profundamente
arraigada nos
valores morais
do Espírito.
Uma das
primeiras
providências a
ser tomada, em
relação a esse
programa
iluminativo, diz
respeito à
auto-análise que
se deve propor o
interessado,
trabalhando as
imperfeições do
caráter, os
conflitos
comportamentais,
lutando pela
transformação
moral para
melhor no seu
mundo interior.
Esse esforço, no
entanto, não se
aplica a um
certo período da
vida, mas a toda
a existência,
porquanto à
medida em que se
avança no rumo
da ascensão
melhor visão
interna se
possui a
respeito de si
mesmo.
Quanto mais
esclarecida a
pessoa se
encontra, mais
facilmente
observa as
imperfeições que
possui, dando-se
conta de que
necessita
ampliar o
esforço, a fim
de as superar.
O contato com os
Espíritos com
equilibrada
freqüência,
faculta a
percepção da
lei dos fluidos,
mediante a qual
torna-se
factível a
identificação
dos
comunicantes, em
decorrência das
sensações e das
emoções
experimentadas.
Cada comunicante
é portador de
vibrações
especiais, assim
como ocorre na
Terra,
caracterizando-se
cada qual por
determinados
hábitos e mesmo
pelos seus
condicionamentos.
A observação do
conteúdo das
mensagens também
é de salutar
efeito,
analisando-o e
aplicando-o em
si mesmo, quando
expresse
orientação e
direcionamento
propiciadores de
felicidade.
Os médiuns
sérios devem
sempre aceitar
para si mesmos,
em primeiro
lugar, as
mensagens de que
se fazem
instrumento,
assim
aprimorando-se e
crescendo na
direção do Bem.
À medida em que
se torna
maleável às
comunicações,
mais expressivas
se fazem,
proporcionando
melhor qualidade
de filtragem do
pensamento que
lhe é
transmitido.
Colocada a
serviço do Bem,
a disciplina e a
ordem são
fundamentais
para o seu mais
amplo campo de
realizações,
porquanto a
mediunidade não
pode
constituir-se
estorvo à vida
normal do
cidadão, nem
instrumento de
interesses
escusos sob a
falsa
justificativa da
aplicação do
tempo que lhe é
dedicado.
O aprofundamento
das reflexões,
alcançando o
patamar da
concentração
tranqüila,
faculta a ideal
sintonia com os
Espíritos que se
comunicarão,
diminuindo a
interferência
das fixações
mentais, dos
conflitos
perturbadores,
melhor
exteriorizando o
pensamento e os
sentimentos dos
comunicantes.
A tranqüilidade
emocional,
defluente da
consciência de
que se é
instrumento e
não autor das
informações, é
fundamental,
tornando-se
simples e
natural, sem as
extravagantes
posturas de que
são seres
especiais que se
atribuem ou
emissários
irretocáveis da
Verdade,
merecedores de
tratamento
superior durante
o seu trânsito
pelo mundo
físico...
João, o batista,
proclamou, em
referência a
Jesus: É
necessário que
Ele cresça e que
eu diminua.
O exemplo deve
ser aplicado aos
médiuns que
desejam alcançar
as metas ideais
do seu
exercício,
considerando-se
apenas como
instrumentos que
diminuem de
importância
enquanto a
Mensagem cresce
e expande-se.
A busca
atormentada da
notoriedade, da
fama, do
exibicionismo,
constitui
terrível chaga
moral, que o
médium deve
cicatrizar
mediante a
terapia da
humildade e do
trabalho
anônimo. Desse
modo, a
arrogância, a
presunção, a
vaidade que
exaltam o ego
diminuem a
qualidade dos
ditados
mediúnicos de
que se faz
portador aquele
que assim
mantém-se.
Prosseguir com
naturalidade a
experiência
reencarnatória,
sendo agradável
e gentil,
vivendo com
afabilidade e
doçura, de modo
a se tornar
seguro
intermediário
dos Espíritos
nobres e bons,
que preferem
eleger aqueles
que se lhes
assemelham ou
que se esforçam
por melhorar-se
cada vez mais.
O bom médium,
desse modo,
conforme
esclareceu Allan
Kardec, não é
aquele que
comunica
facilmente, mas
aquele que é
simpático aos
bons Espíritos e
somente deles
tem assistência.
(*)
Combater o ego e
os seus
parceiros, para
dar sentido aos
valores
espirituais, é,
sem dúvida,
conduta salutar,
no processo da
educação
mediúnica e por
toda a
existência.
No sentido
oposto, quando a
faculdade
mediúnica não
recebe a
consideração nem
os cuidados que
lhe são devidos,
não desaparece,
antes permanece
à mercê dos
Espíritos
frívolos,
irresponsáveis
ou perversos que
se comprazem,
utilizando-a
para fins
ignóbeis com os
quais o
intermediário
anui, culminando
em transtornos
emocionais
graves,
enfermidades
simulacros que
proporcionam
assimilação de
agentes
orgânicos
destrutivos ou
de obsessões de
longo curso...
De bom alvitre,
portanto, será
que todos os
indivíduos,
portadores de
mediunidade
ostensiva ou
natural,
esmerem-se e
penetrem-se de
responsabilidade,
adquirindo
afinidade com os
Mensageiros da
Luz, na grande
obra de
regeneração da
sociedade e do
planeta a que
eles se vêm
entregando com
abnegação e
devotamento.
Página
psicografada
pelo médium
Divaldo Pereira
Franco, na
reunião
mediúnica da
noite de 14 de
novembro de
2007, no Centro
Espírita Caminho
da Redenção, em
Salvador, Bahia.
(*) O Evangelho
segundo o
Espiritismo, de
Allan Kardec,
Capítulo XXIV,
Item 12. 52ª.
Edição da FEB.