A liberdade de pensar é
ilimitada
1. A liberdade de
pensamento, como a de
agir, constituem
atributos essenciais do
Espírito, outorgados por
Deus ao criá-lo.
2. A liberdade de pensar
é sempre ilimitada,
porquanto ninguém pode
domar o pensamento
alheio, aprisionando-o.
Assim ensinam os
Espíritos ao responderem
a questão 833 de “O
Livro dos Espíritos”,
esclarecendo que “no
pensamento goza o homem
de ilimitada liberdade,
pois que não há como
pôr-lhe peias.
Pode-se-lhe deter o vôo,
porém não aniquilá-lo”.
3. Quando muito, por
causa da inferioridade e
imperfeição de nossa
civilização, tenta-se
conter a manifestação
exterior do pensamento,
ou seja, a liberdade de
expressão, porque, se
existe algo que escapa a
qualquer opressão, é a
liberdade de pensar. É
por ela que o homem pode
gozar de liberdade
absoluta. Ninguém
consegue aprisionar o
pensamento de outrem,
apenas entravar-lhe a
liberdade de exprimi-lo.
4. Com o progresso
social, a liberdade, em
todas as suas
modalidades, tem
evoluído, especialmente
a liberdade de pensar,
porquanto atualmente já
não vivemos na época do
“crê ou morre”, como
ocorria nos tempos da
Inquisição católica.
5. De século para
século, menos
dificuldades tem
encontrado o homem para
pensar sem peias e a
cada geração que surge
mais amplas se tornam as
garantias individuais no
que tange à
inviolabilidade do foro
íntimo. São bem
distintas, assim, a
liberdade de pensar e a
de agir, pois, enquanto
a primeira se exerce com
total amplitude, sem
barreiras, a última
ainda padece de extensas
e profundas limitações.
A coerção imposta à
liberdade de outrem é
sinal de atraso
6. A liberdade de
pensar, conquanto
ilimitada, depende,
porém, do grau evolutivo
de cada Espírito, da sua
capacidade de irradiação
e discernimento. É que,
à medida que o Espírito
progride, desenvolve-se
o seu senso de
responsabilidade sobre
seus atos e pensamentos.
7. Toda oposição
exercida sobre a
liberdade de uma pessoa
constitui sinal de
atraso espiritual.
Constranger os homens a
proceder em desacordo
com o seu modo de pensar
é fazê-los hipócritas. A
liberdade de consciência
é um dos caracteres da
verdadeira civilização e
do progresso.
8. A lei natural confere
a toda criatura humana a
liberdade de pensar,
falar e agir, desde que,
exercendo esse direito,
se respeitem os direitos
do próximo. Se o uso da
liberdade engendra
sofrimento e coerção
para outrem, quem assim
age incide em crime
passível de punição,
seja por parte das leis
humanas, seja por parte
da Justiça Divina, e
esta jamais falha.
9. Em virtude do
mecanismo da justiça
divina o limite da
liberdade individual se
encontra inscrito na
consciência de cada
pessoa, o que gera para
ela mesma o cárcere de
sombra e dor, em que
expungirá mais tarde,
mediante o impositivo da
reencarnação, as faltas
porventura cometidas.
10. O limite de nossa
liberdade está,
portanto, determinado
onde começa a liberdade
do próximo. Em todas as
relações sociais e em
nossas relações com
nossos semelhantes, é
preciso nos lembremos
constantemente disto: Os
homens são viajantes em
marcha, ocupando pontos
diversos na escala da
evolução pela qual todos
subimos. Nada devemos,
por conseguinte, exigir
ou esperar deles, que
não esteja em relação
com seu grau de
adiantamento.
Sem disciplina moral, a
liberdade é um logro
11. O Espírito só estará
verdadeiramente
preparado para a
liberdade no dia em que
as leis universais, que
lhe são externas, se
tornem internas e
conscientes pelo próprio
fato de sua evolução.
12. No dia em que ele se
compenetrar da lei e
fizer dela a norma de
suas ações, terá
atingido o ponto moral
em que o homem domina e
governa a si mesmo. Daí
em diante não mais
precisará do
constrangimento e da
autoridade sociais para
corrigir-se.
13. Ocorre com a
coletividade o que se dá
com o indivíduo. Um povo
só é verdadeiramente
livre, digno de usufruir
da liberdade, se
aprendeu a obedecer à
lei interna, lei moral,
eterna e universal, que
não emana nem do poder
de uma casta, nem da
vontade das multidões,
mas de um poder mais
alto.
14. Sem a disciplina
moral que cada qual deve
impor a si mesmo, as
liberdades não passam de
um logro; tem-se a
aparência, mas não os
costumes de um povo
livre. Estabelece o
código divino, com
absoluta clareza: Tudo o
que se eleva para a luz
eleva-se para a
liberdade.