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Estudando a série André Luiz
Ano 1 - N° 35 - 16 de Dezembro de 2007

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

Missionários da Luz
André Luiz
(Parte 11)

Continuamos nesta edição o estudo da obra Missionários da Luz,  de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada pela editora da Federação Espírita Brasileira, a qual integra a série iniciada com o livro Nosso Lar.  

Questões preliminares

A. Existe intercessão dos protetores no processo reencarnatório?

R.: Sim. Em todas as colônias espirituais de expressão elevada as tarefas do planejamento da reencarnação são desempenhadas com infinito carinho e são muitos os trabalhadores espirituais que velam, na Crosta, pela execução dos trabalhos reencarnacionistas. (Missionários da Luz, cap. 12, págs. 163 e 164.)

B. Que significa o vocábulo completista?

R.: Completista é o título que designa os Espíritos que aproveitam todas as oportunidades construtivas que o corpo terrestre lhes oferece. Esses casos, embora raros, existem. O completista, na qualidade de trabalhador leal e produtivo, pode escolher, à vontade, o corpo futuro, quando lhe apraz o regresso à Crosta em missões de amor e iluminação, ou recebe veículo enobrecido para o prosseguimento de suas tarefas, a caminho de círculos mais elevados de trabalho. (Obra citada, cap. 12, págs. 167 a 171.)

C. Quem era Anacleta e que ensinamento podemos extrair de sua história?

R.: Anacleta, uma das trabalhadoras mais corajosas da colônia, preparava-se para voltar à reencarnação em tarefa de abnegação por quatro entidades que, há mais de quarenta anos, se debatiam nas zonas inferiores. Segundo ela mesma, cumpriria, assim agindo, apenas um dever, porque as mães que não completaram a obra de amor, que o Pai lhes confia junto dos filhos, devem ser bastante fortes para recomeçarem os serviços imperfeitos. Esse era o seu caso, visto que, por imprevidência sua noutro tempo, seus quatro filhos caíram desastradamente. Sua noção de carinho não se compadecia com a realidade e, assim, embora devotada ao lar, viciou o afeto de mãe com excessos de meiguice desarrazoada. E, como conseqüência indireta, quatro almas não encontraram recursos para a jornada de redenção e caíram muito cedo em desregramentos de natureza física e moral, a pretexto de atenderem a obrigações sociais. Tão degradantes foram esses desregramentos, que perderam muito cedo o templo do corpo, entrando em regiões baixas, em tristes condições. Anacleta compreendeu, no mundo espiritual, o problema e dispôs-se a trabalhar afanosamente para conseguir, não só a reencarnação de si própria, como também a dos filhos, que deveriam segui-la nas provas purificadoras da Crosta. Dois dos rapazes regressariam à carne na condição de paralíticos, um na qualidade de débil mental e, para auxiliá-la na viuvez precoce, teria tão-somente a filha, que seria igualmente portadora de prementes necessidades de retificação. (Obra citada, cap. 12, págs. 172 a 175.)

D. É arriscado ter um corpo belo e sedutor?

R.: Em certas situações, sim, como mostra o caso de uma jovem que pediu ao instrutor Manassés que interferisse no processo de sua reencarnação, porque precisava fugir de qualquer possibilidade de queda, que seria favorecida pela beleza física. Manassés a apoiou, lembrando que a sedução carnal constitui, realmente, imenso perigo, não só para aqueles que emitem a sua influenciação, como para quantos a recebem. No caso em foco, a jovem preferia a fealdade corpórea, para que isso contribuísse com a redenção de seu Espírito. (Obra citada, cap. 12, págs. 175 e 176.)

Texto para leitura

71. Finalidade do serviço intercessório - Alexandre explicou que em todas as colônias espirituais de expressão elevada as tarefas do planejamento da reencarnação são desempenhadas com infinito carinho. André lembrou-se, então, do caso de seu pai, que reencarnou procedendo diretamente das zonas inferiores. Teria sido ele auxiliado? Alexandre deu a propósito o seguinte ensinamento: "Se era ele criatura de razão esclarecida , embora não iluminada, permanecia após a morte em estado de queda e não deve ter voltado à bendita oportunidade da escola física sem o trabalho intercessório e forte ajuda de corações bem-amados de nosso plano. Nesse caso, terá recebido a cooperação de benfeitores situados em posições mais altas..."  Dito isso, continuou: "Se ele foi, porém, criatura em esforço puramente evolutivo, circunstância essa na qual não teria regressado em condições amargurosas, contou ele naturalmente com o abençoado concurso dos trabalhadores espirituais que velam, na Crosta, pela execução dos trabalhos reencarnacionistas, em processos naturais". Estavam assim, de modo claro, estabelecidas as diferenças. (Cap. 12, págs. 163 e 164)

72. A missão divina do sexo - O modelo masculino, estruturado em substância luminosa, constituía, no parecer de André Luiz, a mais primorosa obra anatômica até então sob sua análise. As minúcias fisiológicas eram impressionantes, mas sua maior surpresa aconteceu quando fixou os eflúvios brilhantes que emanavam dos centros genitais, assemelhando-se, em conjunto, a minúsculo santuário cheio de luz. A explicação de Alexandre não tardou: "Na Crosta – disse ele – ainda existe muita ignorância acerca da missão divina do sexo. Para nós, porém, que desejamos valorizar as experiências, a paternidade e a maternidade terrestres são sagradas. A faculdade criadora é também divindade do homem. O útero maternal significa, para nós outros, a porta bendita para a redenção..." E ele acrescentou dizendo que não haveria reencarnação sem o concurso das forças criadoras associadas, do homem e da mulher. (Cap. 12, págs. 164 a 167)

73. Um reencarnante hesitante - Num dos pavilhões de desenho, Manassés, companheiro de André Luiz, foi procurado por uma entidade simpática que pedia informações. Era Silvério, um colega que, após quinze anos de trabalho nas atividades de auxílio, regressaria à esfera carnal para a liquidação de determinadas contas. Ele parecia, contudo, hesitante, indeciso, receoso. Temia contrair novos débitos ao invés de pagar velhos compromissos. Achava penoso vencer na experiência carnal, em vista do esquecimento que sobrevém à encarnação... Manassés considerou que seria muito mais difícil triunfar se guardássemos a lembrança de nossos erros e pediu-lhe abençoasse o olvido temporário que o Senhor nos concede em caráter provisório. Silvério indagou se seu modelo estava pronto. André ficou sabendo, então, que ele havia aceitado uma sugestão dos amigos espirituais no sentido de possuir, na carne, um defeito na perna. Silvério agora pensava também que, para defender-se contra certas tentações de sua natureza inferior, a perna doente o auxiliaria muito, constituindo-lhe um antídoto à vaidade e uma sentinela contra a devastação do amor-próprio excessivo. Depois, quis saber qual o tempo que teria na Crosta. Manassés informou que seriam 70 anos, no mínimo, e asseverou: "Pondere a graça recebida, Silvério, e, depois de tomar-lhe a posse no plano físico, não volte aqui antes dos setenta. Trate de aproveitar a oportunidade. Todos os seus amigos esperam que você volte, mais tarde, à nossa colônia, na gloriosa condição de um completista". (Cap. 12, págs. 167 a 169)

74. O que é um "completista" - Manassés, atendendo à curiosidade de André Luiz, explicou que "completista" é o título que designa os raros irmãos que aproveitam todas as oportunidades construtivas que o corpo terrestre lhes oferece. Esses casos, embora raros, existem. Passam, freqüentemente, para o plano espiritual, pessoas anônimas, sem fichas de propaganda terrestre, mas com imenso lastro de espiritualidade superior. O "completista", na qualidade de trabalhador leal e produtivo, pode escolher, à vontade, o corpo futuro, quando lhe apraz o regresso à Crosta em missões de amor e iluminação, ou recebe veículo enobrecido para o prosseguimento de suas tarefas, a caminho de círculos mais elevados de trabalho. André perguntou a Manassés se ele sabia de algum "completista" que tivesse recentemente regressado à Crosta. Certamente ele teria escolhido um organismo irrepreensível... Manassés respondeu que conhecia, sim, mas nenhum dos que ele vira partir, apesar de seus méritos, escolheu formas irrepreensíveis quanto às linhas exteriores. Pediram, sim, providências em favor da existência sadia, preocupando-se com a resistência, equilíbrio, durabilidade e fortaleza do instrumento físico, mas solicitaram medidas tendentes a lhes atenuarem o magnetismo pessoal, em caráter provisório, evitando-se-lhes apresentação física muito primorosa, ocultando desse modo a beleza de suas almas para a eficiente garantia de suas tarefas, premunindo-se contra as vibrações da inveja, do despeito, da antipatia gratuita e das disputas injustificáveis. É por isso que os trabalhadores conscientes, na maioria das vezes, organizam seus corpos em moldes exteriores menos graciosos, fugindo, por antecipação, ao influxo das paixões devastadoras das almas em desequilíbrio. Os "completistas" – acrescentou Manassés – abandonam toda experiência que os possa distrair no caminho da realização da Vontade Divina. (Cap. 12, págs. 169 a 171)

75. O caso Anacleta - Uma irmã de porte muito respeitável aproximou-se saudando Manassés afetuosamente. Era Anacleta, uma de nossas trabalhadoras mais corajosas – explicou Manassés. Ela sorriu, algo contrafeita com a observação do companheiro, que prosseguiu: "Imagine que voltará à Esfera do Globo, em breves dias, em tarefa de profunda abnegação por quatro entidades que, há mais de quarenta anos, se debatem em regiões abismais das zonas inferiores". Anacleta replicou dizendo não ver nisso nenhuma abnegação, mas apenas um dever, porque as mães que não completaram a obra de amor, que o Pai lhes confia junto dos filhos, devem ser bastante fortes para recomeçarem os serviços imperfeitos. Esse era o seu caso. André lembrou-se de sua mãe, que voltou à Terra tangida pela mesma dedicação. A senhora ficou comovida e seus olhos se encheram de lágrimas discretas. Manassés então lhe indagou se ela havia recebido todos os projetos. Ela disse que sim e que estava satisfeita. Quando saiu, Manassés resumiu a sua história, informando que por imprevidência dela, noutro tempo, seus quatro filhos caíram desastradamente. Sua noção de carinho não se compadecia com a realidade e, assim, embora devotada ao lar, viciou o afeto de mãe com excessos de meiguice desarrazoada. E, como conseqüência indireta, quatro almas não encontraram recursos para a jornada de redenção. Três rapazes e uma jovem, cuja preparação intelectual exigira os mais árduos sacrifícios, caíram muito cedo em desregramentos de natureza física e moral, a pretexto de atenderem a obrigações sociais. E tão degradantes foram esses desregramentos, que perderam muito cedo o templo do corpo, entrando em regiões baixas, em tristes condições. Anacleta compreendeu, no mundo espiritual, o problema e dispôs-se a trabalhar afanosamente para conseguir, não só a reencarnação de si própria, como também a dos filhos, que deverão segui-la nas provas purificadoras da Crosta. Mais de trinta anos trabalhou para isso e a experiência terrestre ser-lhe-á bem dura, porque dois dos rapazes regressarão na condição de paralíticos, um na qualidade de débil mental e, para auxiliá-la na viuvez precoce, terá tão somente a filha, que, por si mesma, será também portadora de prementes necessidades de retificação. (Cap. 12, págs. 172 a 175)

76. A jovem que não quer ser bonita - Uma outra irmã procurou por Manassés desejando modificações no seu plano reencarnatório. Ela fora advertida por benfeitores da colônia no sentido de não se apresentar na Crosta dentro de linhas impecáveis em termos físicos; por isso ela pedia que a tiróide e as paratiróides não estivessem tão perfeitamente delineadas. A jovem não teria uma tarefa fácil no mundo e precisava fugir de qualquer possibilidade de queda, e a perfeita harmonia física lhe perturbaria, com certeza, as atividades. Manassés a apoiou com entusiasmo, dizendo que a sedução carnal é, realmente, imenso perigo, não só para aqueles que emitem a sua influenciação, como também para quantos a recebem. Ela, no caso, preferia a fealdade corpórea, para que isso contribuísse com a redenção de seu Espírito. (Cap. 12, págs. 175 e 176) (Continua no próximo número.)


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita