WEB

BUSCA NO SITE

Página Inicial
Capa desta edição
Edições Anteriores
Quem somos
Estudos Espíritas
Biblioteca Virtual
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français  
Jornal O Imortal
Vocabulário Espírita
Biografias
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français Spiritisma Libroj en Esperanto 
Mensagens de Voz
Filmes Espiritualistas
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Efemérides
Esperanto sem mestre
Links
Fale Conosco
Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 35 - 16 de Dezembro de 2007

JORGE HESSEN
jorgehessen@gmail.com
Brasília, Distrito Federal (Brasil)

Quando se destrói o próprio instinto de conservação

Renascer no paraíso fora da Terra. Com esse ideal em mente os 39 membros da seita Heaven’s Gate (Portão do Paraíso) cometeram o maior suicídio coletivo da história dos Estados Unidos. Em 1978, na Guiana, o pastor americano Jim Jones induziu membros da sua igreja a tomarem juntos o fatídico suco de abacaxi repleto de cianureto e mais de novecentas pessoas desencarnaram tragicamente. Em março de l996, Venâncio Aires, cidade gaúcha de 55 mil habitantes, ganhou notoriedade por um número assustador. A cidade foi a recordista mundial de suicídios.

Em janeiro, na Estância Cerrito, a 65 km de Itaqui, no Rio Grande do Sul, Manoel Antônio Sarmanho Vargas, o último filho vivo do ex-presidente Getúlio Vargas, também resolveu pôr termo à vida exatamente como fez o pai, desferindo um tiro no próprio peito. No ano de l996, Margaux Hemingway, famosa atriz de Hollywood, neta do escritor americano Ernest Hemingway, suicidou-se em sua mansão nos mesmos moldes que o avô.

Pesquisas realizadas em Nova Iorque, por especialistas do jornal Washington Post, revelaram que morrem no mundo 85 milhões de pessoas por ano, isto é: 7 milhões por mês, 240 mil por dia, 10 mil por hora ou, ainda, 165 por minuto e o índice de morte por suicídio e loucura, nesse contexto, é tão assustador e tão elevado quanto o do câncer e da arteriosclerose um verdadeiro flagelo mundial. E são exatamente nos países ricos, em que a ambição e o materialismo se acentuam, onde sobressaem os preconceitos, que o número de óbitos por suicídios é maior.

A França enfrentou uma onda assustadora de autocídios que superou as mortes provocadas por acidentes de trânsito e pela aids, e por isso organizaram ali o chamado Dia Nacional de Prevenção do Suicídio. Nesse país, o consumo de hipnóticos e tranqüilizantes aumentou em mais de 200% de uma década para cá. Atualmente se ingere por ano, na pátria de Victor Hugo, mais de 75 comprimidos de benzoadiazepina (sonorífero) por pessoa.

Sob o ponto de vista médico, e considerada a doença do século XX, responsável por muitos suicídios, a depressão tem preocupado os especialistas. Os psiquiatras estimam que, de cada grupo de 100 pessoas, 15 tem a probabilidade de desenvolver a depressão. Isso corresponde à aproximadamente 700 milhões de deprimidos na Terra. Patologia essa causada por um distúrbio psicológico com a alteração na produção de substâncias chamadas neurotransmissoras cerebrais como a serotonina, dopamina, noradrenalina etc.

Sob a ótica sociológica, o escritor francês Albert Camus, no seu livro intitulado O Mito de Sísifo, defende a tese que só existe um problema filosófico realmente grave: o suicídio julgar se a vida vale ou não a pena ser vivida é responder a questão de filosofia. Que o confirmem os famigerados escritores Arthur Schopenhauer, na sua pessimista obra As Dores do Mundo, que induz o leitor incauto ao suicídio, e Friederich Nietzsche, que afirma em seu livro Assim Falava Zaratustra que orar é vergonhoso.

Emile Durkheim, considerado o Pai da Moderna Sociologia, um dos maiores pesquisadores das teses suicidógenas, afirma que a culpa maior para uma pessoa cometer um ato tão extremo, de vencer ao próprio instinto de conservação, é da sociedade, que é a grande pressionadora para o homem se matar é o ser psicológico sendo abatido pelo ser social. A questão 949 de O Livro dos Espíritos esclarece a questão quando afirma ser o suicídio resultado da ociosidade, da falta de fé, e geralmente da saciedade. Quando forem abolidos os preconceitos na sociedade não haverá mais suicídios.

A idéia simples que insiste muito até chegar à fascinação estonteante, contínua, até a subjugação, tem levado muitos ao suicídio. Emmanuel ensina que o suicídio é como alguém que pula no escuro sobre um precipício de brasas. Após o ato, sobrevêm ao infeliz a sede, a fome, o frio, o cansaço, a insônia, os irresistíveis desejos carnais, a promiscuidade e as tempestades com constantes inundações de lamas fétidas.

É pura cegueira acharmos que a nossa dor seja maior que a do próximo, há pessoas que sofrem situações muito mais cruéis que a nossa; além do que o avanço tecnológico impõe hoje dar-se valor às coisas sem valor, onde o indivíduo cede ao impacto do contágio social. Adiar dívida significa reencontrá-la mais tarde com juros somados com cobrança sem moratória. Na questão 920 de O Livro dos Espíritos ainda aprendemos que a vida na Terra foi dada como prova e expiação e depende do próprio homem lutar com unhas e dentes para ser feliz quanto puder amenizando as suas dores com amor.


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita