A destruição atinge os
corpos, mas não afeta os
Espíritos
1. A
destruição recíproca do
seres vivos é, dentre as
leis da Natureza, uma
das que menos parecem
conciliar-se com a
bondade de Deus. Por que
o Criador estabeleceu a
necessidade de eles
mutuamente se destruírem
para se alimentarem uns
à custa dos outros?
2. Para aquele que
enxerga apenas a
matéria, que limita sua
visão à vida presente,
isto parece, sem dúvida,
uma imperfeição na obra
divina. É que, em geral,
os homens julgam a
perfeição de Deus pelo
seu ponto de vista; sua
própria opinião é a
medida da sua sabedoria;
pensam, assim, que Deus
não poderia fazer melhor
do que eles próprios o
fazem.
3. Como sua vista curta
não lhes permite julgar
o conjunto, não entendem
que de um mal aparente
pode resultar um bem
real. O conhecimento do
princípio espiritual e
da grande lei de
unidade, que constitui a
harmonia da Criação, é o
único que pode dar ao
homem a chave desse
mistério e mostrar-lhe a
sabedoria providencial e
a harmonia onde não via,
antes, senão uma
anomalia e uma
contradição.
4. A
primeira utilidade que
decorre dessa destruição
– utilidade de natureza
puramente física – é
esta: os corpos
orgânicos não se mantêm
senão por meio de
matérias orgânicas, que
são as únicas que contêm
os elementos nutritivos
necessários à sua
transformação. Como os
corpos – instrumentos da
ação do princípio
inteligente – têm
necessidade de ser
incessantemente
renovados, a Providência
os faz servir para a sua
manutenção mútua. É por
isso que o corpo se
nutre do corpo, mas o
Espírito não é destruído
nem alterado; apenas se
despoja do seu
envoltório.
A luta pela
sobrevivência desenvolve
o ser espiritual
5. Outra utilidade
decorrente da lei de
destruição é a
necessidade que tem o
ser espiritual de
desenvolver-se. A luta é
necessária a esse
desenvolvimento, porque
na luta ele exercita
suas faculdades. O ser
que ataca em busca do
alimento e o que se
defende para conservar a
vida usam de habilidade
e inteligência,
aumentando por
conseguinte suas forças
intelectuais. Um dos
dois sucumbe, mas, em
realidade, que foi que o
mais forte ou mais
destro tirou ao outro? A
veste de carne, nada
mais. Ulteriormente, o
ser espiritual – que
jamais morre – tomará
outra.
6. Nos seres inferiores
da criação, naqueles a
quem ainda falta o senso
moral, a luta tem por
móvel unicamente a
satisfação de uma
necessidade material.
Ora, uma das mais
imperiosas dessas
necessidades é a de
alimentar-se, para
assegurar a própria
sobrevivência. Eles
lutam, pois, unicamente
para viver, ou seja,
para fazer ou defender
uma presa, visto que
nenhum móvel mais
elevado os estimula. É
nesse período que a alma
se elabora e se ensaia
para a vida.
7. Uma terceira
utilidade da lei de
destruição é que, ao se
destruírem uns aos
outros, pela necessidade
de alimentar-se, os
seres infra-humanos
mantêm o equilíbrio na
reprodução, impedindo-a
de tornar-se excessiva e
contribuindo, além
disso, com seus
despojos, para uma
infinidade de aplicações
úteis à Humanidade.
Toda destruição abusiva
é uma violação da lei de
Deus
8. Examinando a questão
apenas do ponto de vista
do comportamento do
homem, aprendemos com a
Doutrina Espírita que a
matança de animais,
bárbara sem dúvida, foi,
ainda é e será por algum
tempo necessária na
Terra; contudo, à medida
que os terrícolas se
depuram, sobrepondo o
espírito à matéria, o
uso de alimentação
carnívora passa a ser
cada vez menor, até
desaparecer
definitivamente, como já
se verifica nos mundos
mais adiantados que o
nosso.
9. A
necessidade de
destruição guarda
proporção com o estado
mais ou menos material
dos mundos. E cessa
quando o físico e o
moral se acham mais
depurados. Muito
diversas são, pois, as
condições de existência
nos mundos mais
adiantados que a Terra.
10. Conforme os ensinos
espíritas, o homem só é
escusado de
responsabilidade nessa
destruição na medida em
que a faça para prover
ao seu sustento ou
garantir sua segurança.
Fora disso, quando, por
exemplo, se empenha em
caçadas pelo simples
prazer de matar, terá
que prestar contas a
Deus pelos abusos que
cometa, os quais revelam
inegavelmente a
predominância dos maus
instintos.
11. Toda destruição –
ensina o Espiritismo –
que excede os limites da
necessidade constitui
uma violação da lei de
Deus e será, por esse
motivo,
severamente punida.
Respostas às questões
propostas