A Fé na
visão espírita
A expressão fé
raciocinada, muito
conhecida na Doutrina
Espírita, representa o
exercício prático do
conhecimento que os
espíritas aprimoraram
desde o séc. XIX, para
lidar com os
acontecimentos da vida e
os desdobramentos
espirituais.
Historicamente, as
pessoas têm uma fé
baseada em suas crenças,
porém muitos, por
interpretarem as
passagens bíblicas ou
históricas de acordo com
sua visão, acreditam de
maneira muito romanceada
em acontecimentos que
estão sendo
desmistificados
cientificamente desde o
início da Idade Moderna.
Galileu Galilei já
afirmava, assim como
Giordano Bruno no final
do século XVI, que a
Terra não ficava no
centro do universo, que
era a teoria do
Geocentrismo. No séc.
XVII com a Revolução
Científica, surgem
pensadores que promovem
a Geometrização do
Conhecimento, onde toda
formulação científica
teria que ser provada
cientificamente.
Em meio a esse período
de profundas mudanças
nascia na Suécia um
médium excepcional
chamado Emanuel
Swedenborg, que com sua
mediunidade ostensiva
deixou interessantes
relatos do seu contato
mediúnico com o mundo
espiritual em sua obra O
Céu e o Inferno,
publicado em 1758.
Essa nova vertente de
pensamento abriu caminho
para o surgimento de um
novo conhecimento no
séc. XVIII. O saber se
tornou necessário para
compreensão do Universo
e dos fenômenos
naturais, antes
acontecimentos
atribuídos as Leis de
Deus. A mecânica de
funcionamento do
Universo começa a ser
mais bem compreendida
pelos pensadores.
Após a morte de Luiz
XIV, ocorre um movimento
cultural na França
conhecido como
Iluminismo, onde os
fatos passam a ser
explicados de forma
científica, rompendo com
um formato de pensamento
engessado da Idade
Média.
Ficava claro que a
religião não poderia
intervir nos assuntos de
pesquisa dos cientistas
ou pensadores. Todo
conhecimento acumulado
até aquele período na
Europa deveria ser
colocado à disposição
dos que tivessem
interesse em estudar e
melhor compreender a
história e as ciências
naturais.
Com base nesse
pensamento alguns
iluministas criaram a
Enciclopédia, reunindo
todo o conhecimento de
que se tinha notícia até
aquele momento na Europa
Ocidental. A compreensão
do Universo passava a
ser feita pelo
conhecimento científico
e não mais por
postulados da religião
com base em antigas
teorias da Idade Antiga
defendidas pela Igreja
ao longo da sua
história.
Com a Revolução Francesa
muitos acontecimentos se
desdobraram pelo
continente europeu,
chegando até as
Américas. Os ideais
iluministas e o
conhecimento do
enciclopedismo vão
promover profundas
transformações na
sociedade do mundo
ocidental,
principalmente das
colônias americanas.
Muitos homens eruditos
passam a se interessar
pelas novas formas de
pensamento. O estudo das
ciências passou a ser
visto como algo natural
e necessário ao
desenvolvimento da
sociedade.
A espiritualidade
entende, no final do
século XVIII, que a
humanidade já se
apresentava mais
receptiva a novas ideias.
Dessa forma, vários
fenômenos considerados
sobrenaturais começam a
acontecer na primeira
metade do século XIX,
abrindo espaço na
sociedade para o advento
da Terceira Revelação,
que seria o Espiritismo.
A sociedade ocidental já
se apresentava receptiva
a ideias que passariam a
desafiar os conceitos
científicos e culturais
até então conhecidos
pelos cientistas e
pensadores, embora as
manifestações
espirituais por
intermédio de médiuns
sempre tenham existido
desde a antiguidade mais
remota até os dias
atuais.
A grande diferença é que
hoje muitos fenômenos
podem ser pesquisados
cientificamente e até
comprovados, apesar de
uma forte resistência
cética por parte da
sociedade e de alguns
cientistas.
Referências:
1) Diversos
Autores; Os
Cientistas; Abril
Cultural.
2) Xavier,
Francisco Cândido;
Emmanuel; A Caminho
da Luz; FEB.
3) Wikipédia
(A Enciclopédia Livre).
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