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por Martha Triandafelides Capelotto

 

Consciência e vida


Como entender as situações ligadas ao nosso psiquismo sem remontarmos à origem da vida nos seus mais remotos passos? Desconsiderando o processo evolucional que tantos renegam, desdenhando a reencarnação, através da qual aprendemos e assimilamos, gradativamente, conhecimentos que nos levarão à perfeição? Não, pelo contrário, somente buscando mais fundo compreender os mecanismos da Justiça Divina é que seremos capazes de expandir cada vez mais a nossa consciência.

Assim, em breve síntese, iniciaremos trazendo algumas definições extraídas do dicionário, que define a palavra consciência como: 1) sentimento ou conhecimento que permite ao ser humano vivenciar, experimentar ou compreender aspectos ou a totalidade do seu mundo interior; 2) sentido ou percepção que o ser humano possui do que é moralmente certo ou errado em atos ou motivos individuais; 3) conhecimento, convicção, discernimento, compreensão e tantas outras definições que se enquadram no campo filosófico, teosófico, psicológico etc.

Desse modo, superficialmente, analisando o sentido da palavra, já percebemos que a expansão da nossa consciência é resultado de um processo de aprendizagem, de conhecimento, que se opera de maneira lenta, gradativa, no qual vamo-nos libertando de atitudes bárbaras, de movimentos automatizados, sem raciocínio, impossíveis de serem realizados em uma única existência.

Podemos afirmar que a consciência é o centro da personalidade, centro esse indestrutível, uno, indivisível que se mantém através de todas as transformações do indivíduo.

Quando o evangelista Lucas afirmou que “Deus não leva em conta os tempos de ignorância”, certamente referia-se à nossa condição consciencial, ou seja, o nosso amadurecimento espiritual. Não se tira leite de pedra, tampouco se pode exigir que alguém dê além das suas possibilidades, e Lucas completa adiante: “Muito se pedirá àquele que muito recebeu”, quer dizer, o agravamento das faltas é proporcional ao conhecimento que possui.

Diante disso, poderemos questionar:

- Então, se saber é responsabilidade e eu responderei pelos meus atos e, permanecendo na ignorância, minhas atitudes serão relevadas, por que aprender, conhecer, evoluir?

Importa aí considerar que, à medida que a nossa consciência se expande e maior lucidez se faz em nossa mente, maiores os compromissos perante a existência.

O processo de evolução independe da nossa vontade. O amor de Deus nos criou simples e ignorantes para permitir que nos desenvolvêssemos, até atingir maiores plenitudes. Ninguém escapa a essa programação. Esse processo evolucional apenas revela os diversos níveis de consciência, mostrando que podemos estar um pouco atrás, ou adiante das outras criaturas, cada uma com suas características próprias e de acordo com a sua idade astral.

Desse modo, entendendo melhor as diferenças que existem entre todos nós, principalmente focando as relações interpessoais, veríamos que todos os problemas que advêm dos relacionamentos humanos são passageiros, pois é a ignorância que gera o mal. E poderíamos traduzir “ignorância” como consciência ainda adormecida ou semidesperta.

Busquemos, assim, a perfeição vigiando-nos mais, desenvolvendo virtudes que estão latentes em nós, aguardando o nosso despertar para o bem, lembrando que “cultura e santificação representam forças inseparáveis da glória espiritual. A sabedoria e o amor são as duas asas dos anjos que alcançaram o Trono Divino, mas, em toda parte, quem ama segue à frente daquele que simplesmente sabe”.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita