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por Donizete Pinheiro

Recompensa real


O mundo virtual dos games funciona com base na recompensa imediata do esforço e da habilidade do jogador, oferecendo-lhe vantagens e estímulos para que prossiga no objetivo de vencer as fases até o final.

O estado de alerta e concentração dá lugar à sensação de bem-estar que o prazer de cada vitória proporciona, numa gangorra biológica entre os hormônios cortisol e serotonina, porque a mente não distingue entre o real e o ilusório.

No mundo do faz de conta virtual o erro e a morte são episódios contornados com o simples clicar do botão reiniciar, sem maiores consequências para o jogador, a não ser a frustração.

Esse prazer é tão viciante como qualquer outro produzido por drogas e afeta a juventude atual, que se acostuma a ter uma resposta rápida aos seus anseios de felicidade.

A sociedade capitalista e hedonista igualmente se encarrega de iludir as pessoas com propostas fáceis de uma felicidade para agora, na base no pouco esforço.

Para muitos, é uma maneira de fugir do mundo real ao qual não se ajustam, vivendo ansiosos, atemorizados ou revoltados quando compelidos ao enfrentamento de situações ou de pessoas. Mas a mente e o corpo não resistem por muito tempo a essa ilusão e a perturbação e a doença se instalam.

A vida real, e não a matrix virtual, é a verdadeira oportunidade que a pessoa tem para aprimorar a inteligência e a virtude, conquistando a felicidade na medida em que aprende a viver harmoniosamente com os semelhantes.

Mas a recompensa prazerosa só chega depois de um tempo mais ou menos longo e após intenso aprendizado e trabalho direcionados a um objetivo nobre. É preciso, ainda, contar com os fracassos e encontrar forças interiores para se levantar e perseverar até o fim.

Preparar o terreno, lançar a semente, cuidar da plantinha, protegê-la das pragas e recolher os frutos no tempo justo é lei universal.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita