Como
exercemos a nossa
atividade profissional?
No noticiário
jornalístico atual
enxameiam casos
pavorosos de pessoas que
exorbitam no exercício
do seu trabalho. São
profissionais da área
médica que, às vezes,
abusam de seus pacientes
ou negligenciam no
atendimento. Em outras
situações extremas,
vemos profissionais da
área de saúde aplicando
tratamentos para os
quais não estão
qualificados,
culminando, em alguns
casos, com a morte de
seus pacientes. Há ainda
centenas de
“profissionais” das mais
variadas áreas que não
cumprem adequadamente as
suas funções e
obrigações, tornando a
vida dos outros um
verdadeiro inferno. Sem
falar daqueles que
utilizam a sua
inteligência para
elaborar iniciativas ou
esquemas altamente
prejudiciais aos seus
clientes.
Não é improvável que o
leitor do presente texto
já tenha passado por
alguma experiência
desagradável em algum
website. Refiro-me
particularmente aos
ícones sorrateiros e
mal-intencionados
deliberadamente
colocados nas páginas de
internet com o claro
propósito de
confundi-lo. Há,
lamentavelmente, pessoas
que ganham a vida
executando esse tipo de
trabalho. Como há
outros, certamente bem
graduados, que se
dedicam ao mister de
enganar, iludir e
explorar os semelhantes
através de suas decisões
nefandas. Nesse sentido,
basta observar o que ora
ocorre, por exemplo, no
setor de saúde privada
em nosso país, no qual
até mesmo pacientes à
mesa de operação têm
seus contratos
cancelados
unilateralmente. Aliás,
o quadro nesta área de
negócios chegou a um tal
estado de desrespeito e
desumanidade, que se
cogita a implementação
de uma CPI (Comissão
Parlamentar de
Inquérito) para
averiguação dos excessos
cometidos pelas empresas
do setor.
Vemos igualmente
verdadeiros descalabros
acontecendo no âmbito da
justiça, da segurança,
da política, da
administração pública e
das organizações, de
modo geral, em
decorrência de pessoas
que realizam muito mal o
seu trabalho. Por
conseguinte, temos no
país uma paisagem
repleta de profundas
imperfeições e
desajustes sociais. O
resultado geral é
hediondo, já que um
grande contingente de
pessoas vive muito mal,
como sabemos.
Infelizmente, tais
protagonistas-infratores
não se dão conta de que,
no momento certo,
responderão pela sua
“obra” perante a
espiritualidade, pois
ninguém foge da balança
da justiça divina. Esta,
a propósito,
diferentemente do que
ocorre na Terra, abarca
a todos sem fazer
qualquer espécie de
distinção. Posto isto, é
preciso atentar para a
maneira como nos
conduzimos
profissionalmente, a fim
de que que não venhamos
a ser ludibriados por
um ethos tão
deficiente.
Prestar lealdade a um
patrão ou empregador
desse jaez certamente
nos levará ao
infortúnio. Desse modo,
é imperioso considerar o
valor espiritual do
trabalho que realizamos
na obra da criação
divina para que ele
reflita espírito de
fraternidade,
solidariedade e
compaixão. Os Espíritos
têm nos ensinado muito a
respeito de tal dimensão
da vida – inclusive que
o trabalho é um
componente das leis
universais - que nos
compete refletir.
O Espírito Emmanuel, por
exemplo, na obra Caminho,
Verdade e Vida (psicografia
de Francisco Cândido
Xavier), assevera
que, independentemente
da nossa posição no
mundo, estamos aptos a
praticar o que Jesus – o
sublime mensageiro – nos
transmitiu. Já no livro Pensamento
e Vida, a destacada
entidade espiritual
observa que:
“O administrador, o
juiz, o professor, o
médico, o artista, o
marinheiro, o operário e
o lavrador estão
perfeitamente figurados
naquela parábola dos
talentos de que se valeu
o Divino Mestre para
convidar-nos ao exame
das responsabilidades
próprias perante os
empréstimos da Bondade
Infinita.
Cada espírito recebe, no
plano em que se
encontra, certa quota de
recursos para honrar a
Obra Divina e
engrandecê-la.”
O Senhor espera de nós
verdadeiro alinhamento
aos ideais superiores
através do nosso
trabalho e atitudes.
Assim sendo, executar
nossas tarefas – sejam
quais forem –, permeadas
pelas noções do bem, da
justiça e da qualidade,
são as nossas garantias
para, de fato,
desfrutarmos de uma vida
melhor. Emmanuel também
pondera, na mesma obra
que:
“Pelos contatos da
profissão cria o homem
vasta escola de
trabalho, construindo a
dignidade humana;
contudo, pela abnegação
emite reflexos da beleza
divina, descerrando
trilhos novos para o
Reino Celestial.
A profissão,
honestamente exercida,
embora em regime de
retribuição, inclina os
semelhantes para o culto
ao dever.
A abnegação, que é
sacrifício pela
felicidade alheia,
sublima o espírito.”
São indubitavelmente
conselhos e reflexões
valiosas que merecem a
nossa atenção. No geral,
elas nos questionam
sobre a quem realmente
servimos. Assim sendo,
lembremos também da
sábia recomendação do
apóstolo: “Cada um
exerça e dom que recebeu
para servir os outros,
administrando fielmente
a graça de Deus em suas
múltiplas formas” (1º
Pedro, 4:10). Não
engrossemos, portanto, a
fileira dos servidores
do mal, pois estes se
arrependerão amargamente
um dia por terem usado
os seus recursos e
capacidades de maneira
negativa e diabólica.
Busquemos, sim, o nosso
engajamento nas hostes
da luz, realizando o
nosso trabalho sempre
com profundo amor,
dedicação e respeito aos
que dele dependem.
Colaboremos com o Senhor
com o que temos de
melhor, e ele nos
recompensará.
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