Memória, onde
estás quando te
escondes de mim?
Se há uma coisa
fugidia são as
nossas memórias.
Todos já nos
sentimos
perdidos quando
elas se escondem
na hora que mais
precisamos. Mas,
se há uma função
complexa dentro
e fora de nós, é
justamente a
memória. Digo
dentro e fora,
porque sou
daqueles que
acreditam na
existência de
memórias
extracerebrais.
Vamos fazer uma
leitura
simplificada
sobre onde
encontrar minhas
memórias:
Memória celular -
Se memória for a
recordação de um
fato que
aconteceu no
passado, podemos
dizer que ela
existe,
inclusive, nos
nossos glóbulos
brancos e
anticorpos. Eles
entram em
contato com o
vírus do sarampo
e constroem uma
resposta química
para essa
invasão. Um novo
ataque, numa
epidemia de
sarampo, eles
reconhecem o
invasor e tomam
medidas para sua
expulsão.
Os neurônios e a
memória -
Neurônio aprende
com a repetição
do estímulo. Há
dois fenômenos
nesse processo.
O primeiro é a
"sensibilização".
Repetindo um
choque o
neurônio fica
superexcitável a
cada vez que
recebe o
estimulo
elétrico.
O segundo é a
"habituação". De
tanto repetir
uma picada
incômoda, você
se acostuma.
O cérebro e a
memória -
Suponha que eu
detecte com os
olhos a visão de
um objeto que
passa voando na
minha frente.
Observo detalhes
e percebo que é
um pássaro.
Agora vejo suas
cores. Ele bate
as asas. Voa num
vaivém, ora para
um lado, ora
para o outro.
Peito amarelo,
dá um piado
estridente
cantando: seria
um Bem-te-vi?
O cérebro tem
áreas
específicas para
cada tarefa:
para vermos o
objeto; para
sabermos onde
ele está. Há
outras áreas
para percebermos
suas cores e
outras ainda
para vermos seus
movimentos
A seguir, todos
esses detalhes
são comparados
com meus
arquivos no
hipocampo, onde
guardo memórias
aprendidas. Ali,
nos hipocampos,
vejo os pássaros
que já vi no
passado e os
guardo
arquivados.
Noto que não era
um Bem-te-vi,
pois é
totalmente
diferente: deve
ser um sabiá.
Foram o tamanho
do bico e o
canto sonoro do
sabiá.
E a seguir, o
que vai ocorrer?
Percorro o
caminho
inverso: do
hipocampo para
todo o cérebro.
Ali confirmo uma
a uma as
diferenças do
sabiá com o
Bem-te-vi.
Na verdade,
nossas memórias
não são
arquivadas, ou
engavetadas. Os
detalhes de
todas coisas do
mundo são
esparramadas por
todo o córtex
cerebral. No
futuro, quando
passar por mim
um pássaro
piando, eu
saberei quem é.
Já o conheci
antes.
Um detalhe aqui,
outro ali. Meu
cérebro fica
cheio de
informações que
o mundo vai
jogando para
dentro de suas
conexões.
Mas, vale
repetir: o
cérebro não
coloca as
informações numa
gaveta ou numa
pasta de
arquivos. Ele
distribui as
peças do
quebra-cabeças e
ocupa várias
áreas no córtex.
Isso traz
vantagens:
quando vejo uma
cruz na torre,
lembro-me logo
da Igreja
matriz. Quando
vejo a
ambulância, logo
me vem a
lembrança do
pronto-socorro
onde trabalhei.
Quando a gente
esquece um fato,
ele pode ser
resgatado com
uma pequena
pista, às vezes
o cheiro de
madeleine,
famoso bolinho
francês. Um
sapatinho de
cristal me
lembra a
Cinderela.
O perispírito e
a memória
O perispírito é
um corpo de
natureza
espiritual e
fluídica
(semimaterial)
As memórias
nesse corpo
podem
utilizar-se de
dois sistemas.
Um deles se
sobrepõe ao
cérebro físico,
funcionando com
a mesma
fisiologia dos
neurônios e suas
conexões,
transmissão de
impulso elétrico
e liberação
química nas
sinapses
Um outro sistema
é decorrente das
propriedades
"metafísicas" do
perispírito. Ele
é dirigido por
ação direta do
pensamento.
Memória no
perispírito é
vibração, por
isso ele se
desloca no
espaço e no
tempo seguindo a
força dos nossos
desejos. Ele
atua sobre
objetos
inanimados
dando-lhes
"propriedades"
próprias dos
seres vivos.
Vivifica os
objetos.
Algumas
descrições
clínicas podem
facilitar nosso
entendimento:
Indivíduos
hipnotizados
podem deslocar
sua atividade
mental ou, mais
precisamente,
seu perispírito
para um acidente
de que
participou no
passado
distante.
Durante o
fenômeno
hipnótico ele
vivencia o
passado como se
fosse o
presente. Poderá
fazer descrições
detalhadas do
ambiente do
desastre que na
ocasião não
percebera.
O perispírito
não tem limites
em sua memória.
Ele nos permite
vivenciar de
novo os detalhes
do passado,
repete o momento
como se
estivesse no
presente.
Os obsessores,
utilizando os
recursos da
hipnose, podem
manter suas
vítimas fixadas
na cena de um
crime,
perpetuando a
culpa. É a
memória
cristalizada.
Nos fenômenos de
sonho lúcido
observa-se que
as percepções se
ampliam e as
recordações se
expandem. A
mente transita
com o
perispírito
durante esse
tipo de sonho.
O Espírito e a
memória
Não conhecemos a
natureza do
Espírito.
Sabemos ser o
princípio
inteligente.
Fonte dos nossos
saberes. Senhor
do nosso passado
multimilenar.
Numa linguagem
física podemos
dizer que tudo
no Universo é
energia e
vibração. Ensina
a filosofia
chinesa que
qualquer
partícula conta
em suas
vibrações toda a
história do
Universo.
Mas, que
"partícula"
vibra no
Espírito?
Uma centelha do
pensamento de
Deus.