Um minuto
com Chico Xavier

por Regina Stella Spagnuolo

   

Chico Xavier passava o dia trabalhando na Fazenda Modelo. À noite, ia para o Centro. Não podia perder tempo. Depois do almoço, costumava passar vinte minutos à toa, à espera da charrete que o levaria de volta à Fazenda Modelo. O charreteiro sempre se atrasava.

Numa tarde, ouviu a voz do poeta Casimiro Cunha, morto em 1914. Ele estava disposto a ditar poemas para compor um novo livro, aproveitando esses intervalos. Chico, então, engolia a comida, corria para o quarto, debruçava-se sobre as páginas em branco. Sua irmã fazia discursos sobre os malefícios de ler e escrever após comer e ele colocava no papel seu décimo oitavo livro.

Cabeça vazia, oficina do diabo. Ele apostava no ditado. E, muitas vezes, receitava o trabalho como cura para a ansiedade, anestesia para a solidão, antídoto contra os obsessores e até como forma de adiar a morte. O trabalho engrossa o fio da vida, dizia o médium. O trabalho em favor dos outros era um remédio quase milagroso. Quem alivia é aliviado.

 

Do livro As vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior.
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita