Durante a sua participação no Popecast, podcast produzido
pela mídia do Vaticano com o pontífice e repercutido
pela Folha de São Paulo, divulgado em 13/3/2023,
dia do seu aniversário de 10 anos como líder da Igreja
Católica, Jorge Bergoglio - o papa Francisco - fez
declarações a respeito da Guerra da Ucrânia e afirmou
que não esperava ser papa nos tempos da Terceira Guerra
Mundial, conflito que fez o fantasma de um terceiro
confronto mundial sair do armário. Segundo o papa, é
preciso ver todo o drama que se desenrola por trás dessa
guerra, que talvez tenha sido, de alguma forma,
provocada ou não evitada; além do interesse em testar e
vender armas. “Sofro em ver a morte de jovens homens,
sejam eles russos ou ucranianos. É difícil.”
De acordo com o médium, escritor e palestrante espírita
Divaldo Franco em seu livro Transição Planetária, autoria
espiritual de Manoel Philomeno de Miranda, estamos no
limiar da grande transição em que o nosso planeta
passará da condição de mundo de Provas e Expiações para
mundo de Regeneração. As alterações que se observam são
de natureza moral, convidando o ser humano à mudança de
comportamento para melhor, alterando os hábitos viciosos
a fim de que se instalem os paradigmas da justiça, do
dever, da ordem e do amor. Errando e corrigindo-se,
realizando tentativas de progresso e caindo para logo
levantar-se, esse é o modelo de desenvolvimento que a
todos propele na direção de sua felicidade plena.
Herdeiro de conflitos em que estorcega nas fases
iniciais, deve enfrentar os condicionamentos enfermiços,
trabalhando pela aquisição de novas experiências que lhe
constituam diretrizes de segurança para o avanço. Em
face das situações críticas pelo carreiro carnal, produz
complicações afetivas porque distante de emoções
sublimes do amor, agindo mais por instintos,
especialmente aqueles que dizem respeito à preservação
da vida, à reprodução, à violência para a defesa
sistemática da existência corporal, agride quando
deveria dialogar, acusa no momento em que lhe seria
lícito silenciar a ofensa ou agressão dando lugar a
embates infelizes geradores de ressentimentos, ódio,
desforço; características desse filho inconsequente do
Ego dominador. Colocado pela força do determinismo na
conjuntura do livre-arbítrio - nem sempre lógico -,
somente ao impacto do sofrimento desperta para
compreender quão indispensável lhe é a aquisição da paz
e a conquista do bem-estar. No atual período, as dores
atingem patamares quase insuportáveis e a loucura que
toma conta dos arraiais terrestres tem caráter pandêmico
ao lado dos transtornos depressivos, da drogadição, do
sexo desvairado, das fugas psicológicas, dos crimes
estarrecedores, do desrespeito às leis e à Ética, da
desconsideração pelos Direitos Humanos e à Natureza como
um todo, facultando a interferência Divina, a fim de que
se opere a grande transformação de que todos nós temos
necessidade urgente.
Fenômenos sísmicos aterradores sacodem o Orbe terrestre,
pandemias:- Covid, doenças autoimunes, incêndios,
pestes, fomes, misérias, aquecimento global,
simultaneamente armas ditas inteligentes ceifam centenas
de milhares de vidas a serviço da guerra ou de
revoluções intermináveis ensejando as tragédias
coletivas, terrorismo internacional: Estado Islâmico,
Boko Haram, Al-Qaeda, deslizamentos na Região Serrana do
RJ, rompimento de barragens MG, inundações no RS, seca
na Amazônia, tsunami: Oceano Indico, Haiti, Sri Lanka,
Sumatra, Tailândia, Bangladesh, no Pacífico: Chile,
terremoto: Japão, China, Paquistão, Turquia, Índia,
Nepal, Java, vulcão: Islândia, tornados: Mianmar,
África, seca no mar de Aral/Uzbequistão, etc.; todas
essas recentes tragédias estão contempladas em O
Livro dos Espíritos, no capítulo dedicado à Lei de
Destruição, onde se constata que o Mestre de Lyon já nos
dava conta sobre ser necessário que tudo se destrua a
fim de poder renovar-se, aprimorar-se, regenerar-se (LE
728). A destruição, portanto, é necessária para a
regeneração dos seres, somente produzida para a
transformação molecular da matéria, nunca atingindo o
Espírito que é imortal. Neste sentido, a Natureza os
cerca de meios de preservação e conservação, para que a
destruição não ocorra antes do tempo necessário. Toda a
destruição antecipada entrava o desenvolvimento do
Princípio Inteligente, por isso Deus deu a cada ser a
necessidade de viver e reproduzir-se (LE 729). Desse
modo, as grandes calamidades de uma ou de outra
procedência têm por finalidade convidar a criatura
humana à reflexão em torno da transitoriedade da jornada
carnal em relação à sua imortalidade. As dores que
defluem desses fenômenos considerados flagelos
destruidores, objetivam fazer a Humanidade progredir
mais depressa (LE 737). A predominância da natureza
animal sobre a espiritual e a saciedade de suas paixões,
levam o homem à guerra. À medida que o homem progride, a
guerra se torna menos frequente, e quando necessária ele
sabe adicionar-lhe Humanidade (LE 742). Ao tornar a
guerra necessária, a Providência objetiva fazer os povos
evoluírem mais rapidamente, por meio da liberdade e
progresso (LE 744). Eis, portanto, o que vem ocorrendo
nos dias atuais.
Em A Gênese (A Geração Nova) Allan Kardec nos
traz à lume que, para o atingimento da felicidade na
Terra é preciso que somente Espíritos bons a povoem,
encarnados e desencarnados e que somente ao bem se
dediquem. Havendo chegado o tempo, grande emigração se
verifica dos que a habitam, sendo que aqueles que
praticam o mal pelo mal e ainda não foram tocados pelo
sentimento do bem, não são dignos de permanecerem no
planeta transformado e serão excluídos, porque, senão,
lhe ocasionariam novamente novas perturbações e
confusões, constituindo-se de obstáculo ao progresso.
Substituí-los-ão Espíritos melhores, que farão reinar em
seu seio a justiça, a paz e a fraternidade. A época
atual é de transição, confundem-se os elementos das duas
gerações. Colocados no ponto intermédio, assistimos à
partida de uma e à chegada da outra, já se assinalando
cada uma no mundo, pelos caracteres que lhes são
peculiares. Opera-se presentemente um desses movimentos
gerais, destinados a realizar uma remodelação da
Humanidade. A multiplicidade das causas de destruição
constitui sinal característico dos tempos, visto que
elas apresentarão a eclosão de novos germens em um novo
mundo de Regeneração.
De acordo com Divaldo, em sua entrevista ao Canal FEP,
no Paraná, seria improvável haver uma guerra mundial em
razão do potencial termonuclear envolvido, o que
impediria o mundo mergulhar em uma escalada atômica,
pois o vencedor cairia sobre o vencido, tamanho o atual
poder de destruição concentrado nos Estados Unidos,
Rússia, China, Oriente Médio, Coreia do Norte, Índia,
União Europeia etc. Não haverá o fim do planeta
material, mas sim o fim do planeta moral que permanecer
recalcitrante. Os espíritos mentores do planeta Terra
têm se reunido para evitar uma nova guerra mundial,
todos os recursos tem sido estabelecidos sob as bênçãos
de Jesus Cristo. Os agravamentos ocorrem por imposição
do ser humano. Tem sido usadas todas as alternativas
pela Espiritualidade para sensibilizar o agressor em sua
sanha nefasta de belicosa destruição. Não havia previsão
dessa guerra no processo de transição atual, porquanto a
pandemia da Covid seria o grande sinal de alarme pelo
respeito à vida. No entanto, o monstro da guerra
despertou das regiões infernais e veio atemorizar-nos,
podendo se constituir de instrumento para impulsionar a
transição para o mundo de Regeneração, processo este que
se iniciou lentamente há menos de 2 séculos com a
chegada do Espiritismo e avança por meio de tragédias,
cataclismos, pandemias e agora guerras.
Em Marcos 13:1-23, Jesus nos alerta que não ficará pedra
sobre pedra que não seja derrubada, e quando ouvirdes
rumores de guerras e a existência de guerras não vos
perturbeis porque assim vai acontecer, mas não será o
fim. Se levantará nação contra nação e reino contra
reino, haverá terremotos em diversos lugares, fomes e
tribulações. Estas coisas são o princípio das dores.
Concluindo sem esquecermos a importância espiritual das
palavras do papa Francisco: “Sofro em ver a morte de
jovens homens, sejam eles russos ou ucranianos”,
Divaldo nos assevera com embasamento na Doutrina
Espírita que é importante buscar a tranquilidade que o
Evangelho de Jesus nos pode dar, de forma que possamos
refletir Jesus nos outros e mimetizá-los. O amor é a
alma de Deus, e neste momento de transição, de tanta dor
e amargura devemos tornar-nos melhores, desenvolvermos a
compaixão, piedade, caridade e quedar-nos às
Bem-Aventuranças. Os maus partirão para o exílio, os
bons já estão reencarnando. Na esfera de atuação
espiritual existem educandários para a formação
intelecto-moral, hospitais e sanatórios modelares,
laboratórios de planejamento e projetos relevantes,
universidades avançadas, bibliotecas vivas com imagens
virtuais em computação especial, comunicações
telepáticas superiores, que inspirarão futuras
construções terrestres. A vida é um hino de magnitude
imensurável.
Bibliografia:
FRANCO, Divaldo Pereira. Transição
Planetária, pelo Espírito Manoel Philomeno de
Miranda (Salvador-Bahia), Livraria Espírita Alvorada
Editora, 2ª Edição, 2010.
FRANCO, Divaldo, entrevista à Federação
Espírita do Paraná, @CanalFEP YouTube – clique aqui: LINK-1
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos.
Trad. Matheus Rodrigues de Camargo, Editora EME,
Capivari - São Paulo, 22ª reimpressão, fevereiro/2018.
KARDEC, Allan. A Gênese. Capítulo
XVIII, A Geração Nova. Editora FEB, RJ.
FOLHA DE SÃO PAULO, 13/3/2023 – clique
aqui: LINK-2
VATICAN NEWS, podcast, 13/3/2023 – clique
aqui: LINK-3.
*Artigo participante do Concurso A
Doutrina Explica 2023, promovido pelo Jornal Brasília
Espírita, em parceria com a revista O Consolador e
a Web Rádio Estação da Luz.