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por Nubor Orlando Facure

 

Experiências transcendentes


Na década de 1940 os neurocirurgiões que iniciaram a cirurgia da epilepsia no Canadá mantinham o paciente acordado e com um instrumento pontiagudo provocavam pequenos estímulos elétricos no cérebro.

Obtinham respostas motoras ou percepções sensitivas.

Em certas regiões do lobo temporal, nas vizinhanças do hipocampo, o paciente dizia estar vivenciando alguns fatos das suas memórias. Relatava cenas do que tinha vivenciado anos atrás.

A grande dúvida é a dificuldade em se confirmar a veracidade dessas memórias. Por mais reais que pudessem parecer, poderiam ser relatos falsos ou fantasiosos.

Atuar sobre o cérebro é extremamente complexo.  

Um bom exemplo se revela nos momentos de decisões.

Somos motivados por fatores internos e externos para fazer nossas opções.

No próximo sábado tenho de fazer a escolha. Ir a um show, estudar para uma prova na segunda-feira ou me exercitar na Academia.

São tantas as áreas do cérebro envolvidas nessas decisões, que seria impossível um instrumento cirúrgico conseguir forçar a escolha de uma delas.

Uma das nossas funções cerebrais mais estudada e discutida é a consciência.

Sua definição, sua localização e seus elementos são debatidos por correntes filosóficas e pelas neurociências.

No meu entendimento, porém, o fenômeno humano mais complexo é a identidade do Eu.

Todos nós sabemos nos diferenciar do outro ao nosso lado.

Nossas várias funções cognitivas se agregam permitindo-nos uma identidade única.

É minha a consciência, assim como são meus as minhas memórias, os meus pensamentos, as minhas emoções.

Resta, porém, o dilema:  E quem sou eu?

Em várias situações podemos supor a existência de uma entidade imaterial para além do cérebro físico. Não temos acesso a ela a partir de estímulos elétricos no cérebro. Mas há outros caminhos.

O mais conhecido é do domínio químico.

Uma série de substâncias psicoativas pode produzir sensações claras de estarmos em outra realidade. O LSD, a Mescalina e a Quetamina têm seus efeitos relatados em vários experimentos.

Podemos alterar, também, a consciência e a nossa identidade pessoal, circulando  por outras realidades com técnicas psicodinâmicas.


O transe sonambúlico

O transe sonambúlico pode ser espontâneo ou provocado.


O transe sonambúlico espontâneo

Certas pessoas têm a capacidade de, por si mesmas, deslocar do corpo sua identidade pessoal e atuar com suas percepções na dimensão extrafísica.

É o desdobramento espiritual, a emancipação da alma.

Nesse estado, com a dupla vista, esse indivíduo pode atuar de várias formas no plano espiritual e, até mesmo, prestar-se à observação de patologias e desequilíbrios no corpo físico de outras pessoas.


O transe sonambúlico provocado

O magnetizador, atuando com as sugestões apropriadas, pode deslocar a consciência do corpo físico de determinadas pessoas sensíveis a esse comando psíquico e obter as mesmas percepções extrafísicas espontâneas.

Esse tipo de experimento esteve em uso no final do século 19, inclusive nas escolas neurológicas da Europa.

Nessa situação podem colaborar para o diagnóstico médico.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita