– O
cristianismo
e outras
religiões
foram, ao
longo dos
séculos,
desfigurados
na sua
essência
verdadeira.
Poderá
ocorrer o
mesmo também
com o
Espiritismo?
Raul
Teixeira:
Com o
Espiritismo
isto não
ocorrerá. O
que se deu
com o
movimento
cristão foi
uma falta de
estruturação
nas palavras
de Jesus.
Suas
palavras
foram
trabalhadas
pelos
teólogos,
pelos
padres,
pelas
religiões
institucionalizadas
e o
verdadeiro
ensino ficou
soterrado
sob essa
avalanche de
interpretações.
E cada uma
dessas
religiões
funcionava
de acordo
com as
idiossincrasias
dos
reformadores,
dos
sacerdócios
e dos
clérigos
protestantes
de todos os
matizes que,
em grande
parte das
vezes, se
afastaram do
veraz
ensinamento
de Jesus
Nazareno.
A grande
diferença da
Doutrina
Espírita é
que o
movimento
espírita não
se pautou
em nenhuma
teologia,
mas na
codificação
espírita.
Então,
quando
alguém foge
desta
codificação,
é fácil de
ser
identificado.
Mas, se
surgissem
vários
ismos se
enraizando
sobre
o
Espiritismo,
já seria
difícil
identificar
o que seria
e o que não
seria
Espiritismo.
É por isso
que não se
pode admitir
o
Espiritismo
adjetivado.
Não há
"espiritismo
de mesa",
"espiritismo
de
terreiro",
"espiritismo
científico",
"espiritismo
evangélico",
"alto
espiritismo"
nem mesmo
"espiritismo
kardecista".
Essa
coerência,
se for
mantida
pelos
espíritas,
permitirá
que o
Espiritismo
não seja
deturpado,
não venha a
ser
adulterado,
ainda que
haja muita
tentação
para que
isso ocorra,
em nome de
caprichos ou
vaidades
humanas.
Verificamos
que hoje
existem umas
correntes
personalistas
no nosso
movimento
espírita. Se
aprendermos
o
Espiritismo
na sua base
- que é a
codificação
kardequiana
- será
fácil
perceber as
intromissões
indevidas, o
que
permitirá a
necessária e
oportuna
reação do
movimento
para
impedi-lo.
As pessoas,
simplesmente,
irão
deixando de
lado as que
seguem esses
personalismos,
por não
conhecerem,
com a devida
clareza e
profundidade,
o arcabouço
glorioso do
Espiritismo.