ANGÉLICA
REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Memórias
do Padre Germano
Amália Domingo Sóler
(Parte
7)
Damos continuidade nesta edição
ao
estudo do clássico
Memórias do Padre
Germano,
que será aqui estudado
em 20 partes.
A fonte do estudo é a
21ª edição do livro,
publicada pela Federação
Espírita Brasileira.
Questões preliminares
A. O que levou Gustavo
ao suicídio?
Foi o desespero aliado à
descrença em Deus. Com a
cabeça envolta em
sangrentas tiras,
Gustavo morria aos
poucos, visto que a
febre que o devorava
impedia lhe fosse dado
qualquer alimento. De
vez em quando, o rapaz
tinha momentos lúcidos,
quando então abria os
olhos e fitava Lina com
santa adoração; depois,
voltava-se para Germano
e dizia com amargura:
“Pobre, pobre Lina!...
Padre! Padre! Será
verdade que não existe
Deus?” Assim se passaram
três meses, até que, em
certa manhã, ocorreu o
suicídio.
(Memórias do Padre
Germano, pp. 130 e 131.)
B. Que ocorreu com
Gustavo e Lina depois de
sua desencarnação?
Diz Padre Germano que,
toda vez que contemplava
a sepultura de Lina e
Gustavo, sentia um
mal-estar inexplicável e
os via a ambos, ele
frenético, delirante,
revoltado contra a sorte
e negando Deus em sua
loucura; ela, possuída
do mesmo delírio, rindo
sarcasticamente da morte
da sua felicidade. Tanto
ele quanto ela, diz
Germano, se entregaram
ao desespero e, por
isso, suas almas
atribuladas deveriam
procurar-se mutuamente,
sem se verem por algum
tempo. “Todas as dores
-- explica o Padre --
têm sua razão de ser,
todas as agonias são
justificadas, e quem
violentamente quebra os
elos da vida terrena
desperta nas trevas.”
(Obra citada, pp. 132 e
133.)
C. Como Germano tratou
Júlio, que fora
anteriormente o
responsável pelo seu
desterro?
Padre Germano se
arriscou para salvar
Júlio da prisão. Alto
dignitário da Igreja,
mas caído em desgraça e
procurado por toda parte
pelas forças do Rei,
Júlio buscou proteção
junto a Germano. Depois
de esconder Júlio em um
lugar de difícil acesso,
Padre Germano foi levado
preso, permanecendo dois
meses prisioneiro, como
réu de Estado, mas
sempre muito considerado
e respeitado pelo Rei,
alma enferma, espírito
perturbado, a quem
procurou ajudar com seus
conselhos, enquanto
esteve na Corte.
(Obra citada, pp. 135 a
141.)
Texto para leitura
52. Três anos se
passaram e Lina, que
também perdera os pais,
passou a viver com os
pais de Gustavo. Um dia,
ela procurou Padre
Germano e lhe disse:
“Padre! Gustavo me chama
e eu o escuto”; e assim
dizendo, rogou-lhe fosse
com ela para buscá-lo no
front da batalha.
(PP. 128 e 129)
53. Eles foram e, depois
de mil peripécias,
conseguiram localizar,
num hospital
improvisado, o pobre
rapaz, completamente
desfigurado pelos
ferimentos sofridos e
pelas vicissitudes
advindas dos longos anos
de batalha. (PP. 129 e
130)
54. Ao retornarem à
aldeia, Miguel lhes
disse que o pai de
Gustavo falecera,
impressionado por uma
falsa notícia da morte
do filho, não se
sabendo, depois disso, o
paradeiro da genitora do
rapaz. (P. 130)
55. Com a cabeça envolta
em sangrentas tiras, nas
quais, por ordem médica,
ninguém podia tocar,
Gustavo morria aos
poucos, visto que a
febre que o devorava
impedia lhe fosse dado
qualquer alimento. De
vez em quando, o rapaz
tinha momentos lúcidos,
quando então abria os
olhos e fitava Lina com
santa adoração; depois,
voltava-se para Germano
e dizia com amargura:
“Pobre, pobre Lina!...
Padre! Padre! Será
verdade que não existe
Deus?” (PP. 130 e 131)
56. Assim se passaram
três meses, até que em
certa manhã, enquanto
Lina colhia no jardim
algumas ervas para fazer
um chá, Gustavo
levantou-se da cama e,
no delírio da febre,
cravou pequena faca no
coração, sem proferir um
ai! Lina, sem nada
dizer, cerrou-lhe os
olhos piedosamente e,
quando tentava arrancar
a faca, violentamente
sacudida, emitiu uma
gargalhada estridente...
Depois levantou-se,
abraçou o Padre e
durante quarenta e oito
horas não fez outra
coisa senão rir, presa
de violentas convulsões,
até que expirou,
reclinando a cabeça no
ombro do pároco, como
fazia quando criança.
(P. 131)
57. Padre Germano conta
que, toda vez que
contempla a sepultura de
Lina e Gustavo, sente um
mal-estar inexplicável e
os vê a ambos, ele
frenético, delirante,
revoltado contra a sorte
e negando Deus em sua
loucura; ela, possuída
do mesmo delírio, rindo
sarcasticamente da morte
da sua felicidade. Tanto
ele quanto ela, diz
Germano, se entregaram
ao desespero e, por
isso, suas almas
atribuladas devem
procurar-se mutuamente,
sem se verem por algum
tempo. “Todas as dores
-- assevera o Padre --
têm sua razão de ser,
todas as agonias são
justificadas, e quem
violentamente quebra os
elos da vida terrena
desperta nas trevas.”
(PP. 132 e 133)
58. No cap. 13, “O Bem é
a Semente de Deus”,
vemos como o Padre
Germano se arriscou para
salvar da prisão Júlio,
alto dignitário da
Igreja, caído em
desgraça, procurado por
toda parte pelas forças
do Rei. Júlio fizera a
Germano todo o mal
possível. Foi ele quem o
desterrou para a aldeia
e, temeroso de sua
sombra, o intrigou para
que Germano fosse preso
como conspirador e
feiticeiro. (PP. 135 a
137)
59. Após esconder Júlio
em um lugar de difícil
acesso, sugestivamente
denominado Caverna do
diabo, Padre Germano
foi levado preso,
permanecendo dois meses
prisioneiro, como réu de
Estado, mas sempre muito
considerado e respeitado
pelo Rei, alma enferma,
espírito perturbado, a
quem procurou ajudar com
seus conselhos, enquanto
esteve na Corte. (PP.
139 a 141)
(Continua na próxima
edição.)