ORSON PETER
CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo
(Brasil)
Duas cartas de
Hermínio Miranda
Duas cartas do
notável escritor
e pensador
espírita
Hermínio Miranda
chegaram, por
e-mail, à caixa
de mensagens de
conhecida
palestrante e
escritora
espírita, que me
cedeu os textos
para elaboração
da presente
matéria. Como
são comentários
valiosos, trago
ao leitor, ainda
que parcialmente
transcritos:
A primeira delas
está datada de
19 de agosto de
2009 e diz em
pequeno trecho:
“(...) Recebi
seu livro e já o
li, sofregamente,
em dois ou três
dias. Primoroso
como texto e
como história
pessoal de uma
vitória que se
vai construindo
pouco a pouco,
sem recuos e com
precioso
aprendizado para
todos
(...)”.
Já a segunda
carta está
datada de 30 de
agosto de 2009 e
seleciono do
longo texto o
trecho seguinte
para apreciação
do leitor:
“(...) Muito
obrigado pelo
presente de seu
livro,
enriquecido por
sua valiosa
dedicatória.
Obrigado, também,
por tê-lo
escrito. É
documento de
excelente
conteúdo,
escrito com
emoção e
competência e,
certamente, como
era fácil de se
prever, servirá
de referência a
muita gente,
ainda que as
situações nele
tratadas nunca
sejam idênticas
em casos
semelhantes.
Você reúne em si
mesma duas
qualidades
básicas que,
aliás, se
revelam na sua
letra e o texto
o confirma, ou
seja, a
faculdade de
pensar
logicamente, sem
negar espaço à
intuição, que
costuma ter um
componente
mediúnico e
anímico. Em
outras palavras:
você tem acesso
aos recursos do
hemisfério
direito (a
individualidade/eu
superior/espírito)
nas situações de
maior
complexidade ou
perplexidade,
quando ficamos
por um momento,
sem saber o que
dizer ou fazer.
(...). Laila
escolheu bem a
mãe de que
precisava e você
teve preparo,
coragem e amor
suficientes para
lidar com os
desafios que a
tarefa lhe
trazia, como a
ela também.
Percebe-se, de
seu comovente
relato, o quanto
ela precisava de
uma pessoa como
você, para
compreendê-la em
suas
dificuldades
perante um mundo
que não é o seu
e no qual ela se
considera uma
estranha no
ninho. É
compreensível
que ambas vivam situações
de perplexidade,
ante as quais a
você cabe atinar,
na hora, com o
que dizer, como
dizê-lo e o que
fazer. É
evidente que
você,
pessoalmente,
seu marido e a
família toda
estão preparados.
Além da formação
doutrinária
espírita, você
dispõe de amplos
conhecimentos
pedagógicos que
lhe permitem ver
a luz no fim do
túnel. E há
muita luz por lá.
Temos muitas
ideias em comum.
Também acho – e
sobre isso tenho
escrito – que o
sistema
educacional sob
o qual vivemos
não ensina o que
desejamos
aprender e, sim,
o que se está
programado para
nos ensinar.
Concordo ainda
com você ao
entender que as
faculdades têm
de preparar
gente para
“vencer” no
competitivo
mercado de
trabalho, essa
máquina de
triturar gente e
jogar fora o
bagaço dos que
não estiverem
qualificados
para as tarefas
que a busca do
sucesso, num
contexto
socioeconômico
dominado pelo
dinheiro, a fim
de gerar lucros
cada vez maiores.
(...) Muitos
gênios em
potencial acabam
sufocados ao
nascedouro, por
não encontrarem
condições
adequadas de
aprendizado e
até de trabalho, por
terem sido como
que “produzidos”
fora das
especificações
exigidas pelo
sistema. Isso
acaba resultando
em lamentável
padronização,
quando tais
pessoas precisam
ser apenas
acompanhadas em
suas ideias
renovadoras, em
vez de serem
arrastadas por
uma pedagogia
que não os
interessa. Estou
convencido de
que Laila é um
desses seres
especiais e que
precisa de
tratamento
especial, a fim
de ser o que é e
não o que o
sistema deseje
fazer dela.
Certamente, ela
tem algo
importante a nos
dizer e a fazer
entre nós. Quem
sabe ela se
resolva um dia a
escrever um
livro sobre tudo
isso, contando
sua história
pessoal? E mais:
a consagrada
matriz evolutiva
(?) que nos
sufoca está,
literalmente,
demolindo o
planeta, que
recebemos há
bilhões de anos,
limpo, belo e
dotado de todas
as condições
para desenvolver-se
nele uma
comunidade justa,
sábia, reverente
e feliz.
Comentários
sobre isto
levariam longe
demais este
papel. Se ainda
não o fez, leia,
por favor, o
texto intitulado
“A hora da
decisão”,
conferência dada
por mim em
Brasília, no ano
2000, num
simpósio sobre
matéria e
espiritualidade
e que figura em
meu livro “As
duas faces da
Vida” (Editora
Lachâtre). (...)
Não preciso
sugerir que você
faça uma leitura
crítica do que
aí ficou exposto.
Estou apenas
tentando, de
algum modo,
partilhar com
você e os seus
alguns conceitos
e ideias que me
ocorrem sobre
seu valioso
livro. Que Deus
nos abençoe a
todos e que
estejamos sempre
atentos ao que
nos diz a
intuição no
mágico silêncio
da meditação,
pois é nesse
sagrado espaço
cósmico que
conversamos com
o Deus em nós.
–
Fraternalmente,
Hermínio C.
Miranda”.
Nota do autor
- Abstenho-me de
acrescentar mais
comentários. A
lucidez de
Hermínio fala
por si só. O
leitor deve
estar se
perguntando
sobre qual livro
se refere o
consagrado
escritor. Sim. O
livro é
Pedagogia das
Diferenças,
publicado pela
Mythos Books, de
autoria da
jornalista e
professora
Eugenia Maria.
Um belo livro,
realmente. Um
lindo depoimento
de uma mãe que
soube superar os
desafios de uma
filha diferente,
que chegou para
trazer novas
lições e novos
aprendizados. O
livro relata
essa experiência.
Não deixe de ler.
Referida leitura
muito
contribuirá para
enfrentar tais
diferenças que
exige a educação.
O livro pode ser
encontrado em
nossas
distribuidoras.