150 anos de O
Livro dos
Médiuns
Quando se fala
em Espiritismo
ao leigo, ele
muitas vezes
associa a
doutrina
codificada por Kardec somente
ao intercâmbio
com os “mortos”.
Os espíritas são
aqueles que
conversam com os
mortos, dizem os
leigos em
matéria de
Espiritismo. A
mediunidade é um
dos pontos
importantes do
Espiritismo, sem
dúvida, mas o
espírita sabe
que a doutrina
não se restringe
ao tema
mediunidade.
Percebe-se,
então, que a
mediunidade além
de tema
relevante para
os espíritas é,
também, uma
ponte de
identificação do
espírita. Que o
diga nosso Chico
Xavier e as
inúmeras cartas
que ele recebeu
acalmando o
coração de
muitas mães e
pais não
espíritas, mas
que vinham
pedir seu
socorro e
compareciam ao
centro espírita
por que sabiam
ser lá o local
mais propício
para a
comunicação de
seus entes
queridos que os
precederam na
grande viagem
que separa vida
e morte.
Entretanto, por
falar em vida e
morte, o
espírita sabe
ser verdade que
ele não conversa
com os mortos,
mas sim com os
vivos, pela
simples razão de
que todos, sem
exceção, somos
imortais, ou
seja, não
morremos, apenas
nos despojamos
do corpo físico.
Natural,
portanto, que ao
continuar
vivendo
queiramos dar
notícias aos
amigos e
familiares que
ficaram. É a
prova
incontestável da
bondade divina:
a vida vai muito
além dos sete
palmos abaixo da
terra. Sim,
continuamos
vivos e podemos
nos comunicar.
Porém, consultar
os “mortos” para
algumas
religiões até
mesmo cristãs
trata-se de
gritante
equívoco. Os
mais exagerados
depositam os
créditos da
mensagem no
“Coisa ruim”.
Entretanto o
“Coisa ruim” não
é tão medonho
como pintam,
porquanto
costumeiramente
é portador de
boas novas aos
familiares ao
afirmarem por
via mediúnica
que estão mais
vivos do que
nós. O que
alguns
religiosos
chamam de “Coisa
ruim” são apenas
os homens que
aqui viveram e
já estão livres
do corpo
material. São
Espíritos, mas
nem por isso
estão
desprovidos de
sentimentos,
tampouco
esperando um
épico julgamento
final. Os
religiosos
contrários a
essas
comunicações
citam a
proibição de
Moisés para
justificarem seu
ponto de vista.
No entanto, não
se dão ao
trabalho de
analisar que se
o profeta
proibiu o
intercâmbio com
os chamados
“mortos” é por
que este
existia. Claro:
ninguém proíbe o
que não existe.
E no ano de
1861, no mês de
janeiro, foi
publicado O
livro dos
Médiuns, o
segundo livro da
codificação
espírita,
mostrando de
forma clara e
objetiva –
marcas de Kardec
– que o
intercâmbio com
o lado de lá da
vida é possível
e pode ser
exercitado de
forma contínua,
contribuindo
para instruir e
consolar.
Instruir, porque
ensina que a
vida prossegue;
instruir, porque
demonstra na
prática a
maneira mais
eficaz de
conduzir a
sessão
mediúnica;
instruir, porque
ensina que a
caridade pode
ser feita para
os que já
partiram.
Consolar, porque
alimenta de
esperança os
corações
despedaçados
pela separação
temporária do
ente amado;
consolar, porque
estende os laços
de amor para
além da vida
material.
O Livro dos
Médiuns completa
150 anos neste
janeiro de 2011
e obviamente a
data não poderia
passar
despercebida,
porquanto é o
mais valioso
compêndio já
escrito sobre o
palpitante e
importante tema
mediunidade.
Estudá-lo é
fundamental para
compreender os
mecanismos que
regem todo o
esquema de
comunicação
entre os planos
da vida. Dia
chegará em que
esta obra será
objeto de estudo
de pesquisadores
e cientistas,
ocupando lugar
de destaque nas
universidades.
Alguém duvida?
Quem viver verá.