A. Como Léon Denis
define o Espírito?
Por Espírito deve-se
entender a alma
revestida do seu
envoltório fluídico, que
tem a forma do corpo
físico e participa da
imortalidade da alma, do
qual é inseparável. Da
essência da alma apenas
sabemos uma coisa: que,
sendo indivisível, é
imperecível. A alma se
revela por seus
pensamentos e também por
seus atos; para que
possa, porém, agir e nos
impressionar os sentidos
físicos, preciso lhe é
um intermediário
semimaterial, sem o qual
nos pareceria
incompreensível a sua
ação. É o perispírito,
nome dado ao invólucro
fluídico, imponderável,
invisível. Em sua
intervenção é que se
pode encontrar a chave
explicativa dos
fenômenos espíritas.
(No Invisível, O
Espiritismo
experimental: III – O
Espírito e a sua forma.)
B. Em que consiste o
perispírito?
O perispírito é o
organismo fluídico
completo; é ele que,
durante a vida
terrestre, pelo
grupamento das células,
ou no espaço, com o
auxílio da força
psíquica que absorve nos
médiuns, constitui,
sobre um plano
determinado, as formas
duradouras ou efêmeras
da vida. É o
perispírito, e não o
corpo material, que
representa o tipo
primordial e persistente
da forma humana.
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental: III – O
Espírito e a sua forma.)
C. O Espírito pode tomar
as aparências e
reproduzir os hábitos
que lhe foram pessoais
no passado?
Sim. O perispírito tem
uma constituição
flexível, compressível à
vontade, e se presta,
dentro de certos
limites, às exigências
do Espírito,
permitindo-lhe no
Espaço, conforme a
extensão do seu poder,
tomar as aparências,
reproduzir os hábitos
que lhe foram pessoais
no passado, com os
atributos próprios que o
fazem reconhecer.
Observa-se isso muitas
vezes nos casos de
aparições. A vontade é
criadora; sua ação sobre
os fluidos é
considerável. O Espírito
adiantado pode submeter
a matéria sutil a
inúmeras metamorfoses.
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental: III – O
Espírito e a sua forma.)
Texto para leitura
126. Apesar de todas as
dificuldades, pouco a
pouco foi avultando o
número dos
investigadores
conscienciosos, dos que
tinham o espírito
bastante livre e a alma
suficientemente elevada
para colocar a verdade
acima de todas as
considerações de escola
ou de interesse pessoal.
Dia a dia se têm visto
sábios intrépidos
romperem com o método
tradicional e abordarem
resolutamente o estudo
dos fenômenos, tendo já
conseguido incorporar a
telepatia, a
clarividência, a
premonição e a
exteriorização das
forças ao domínio da
ciência de observação.
127. Com o coronel De
Rochas, a França ocupa o
primeiro plano no estudo
da exteriorização da
sensibilidade.
Fundam-se, por toda
parte, sociedades de
estudos psíquicos. O
cepticismo de antanho se
atenua. Em certos
momentos, um sopro de
renovação parece animar
o velho organismo
científico. Não nos
fiemos nisso, todavia.
Os sábios oficiais ainda
não abordaram sem
restrições esse domínio.
O Sr. Duclaux, notável
discípulo de Pasteur, o
declarava em sua
conferência de
inauguração do Instituto
Psíquico Internacional,
a 30 de janeiro de 1901:
“Este Instituto será uma
obra de crítica mútua,
tendo por base a
experiência. Não
admitirá como descoberta
científica senão a que
puder ser, à vontade,
repetida.”
128. Que significam
essas palavras? Podem
reproduzir-se à vontade
os fenômenos
astronômicos e
meteorológicos? Aí
estão, entretanto, fatos
científicos. Por que
essas reservas e
empecilhos? Em muitos
casos o fenômeno
espírita se produz com
uma espontaneidade que
frustra todas as
previsões. Não é
possível mais que
registrá-lo; ele se
impõe e escapa ao nosso
domínio. Provocai-o, e
ele se retrairá; mas, se
não pensardes mais em
tal, ei-lo que
reaparece. Tais são
quase todos os casos de
aparições à distância e
os fenômenos das casas
mal-assombradas. Os
fantasmas surgem e
somem-se, indiferentes
às nossas pretensões e
exigências. Espera-se
durante horas e nada se
produz; feitos os
preparativos de
retirada, começam as
manifestações.
129. A propósito do
imprevisto dos
fenômenos, recordemos o
que dizia o Sr. Varley,
engenheiro-chefe das
linhas telegráficas da
Grã-Bretanha: “A Sra.
Varley vê e reconhece os
Espíritos,
particularmente quando
está em transe (estado
de sonambulismo lúcido);
é também muito boa
médium de incorporação,
mas sobre ela eu não
exerço quase nenhuma
influência para provocar
esse estado, de sorte
que me é impossível
servir-me de sua
mediunidade para fazer
experiências.”
130. É, pois, um modo
errôneo de entender,
fértil em desagradáveis
consequências,
considerar o Espiritismo
um domínio em que os
fatos se apresentem
sempre idênticos, em que
possam os elementos de
experimentação ser
dispostos à vontade.
Fica-se, desse modo,
exposto ao inconveniente
de malogradas pesquisas,
ou a colher incoerentes
resultados.
131. Aqui está um
exemplo. O Sr. Charles
Richet, que é um
espírito resoluto e
sagaz, depois de ter
observado repetidas
vezes os fatos
produzidos com Eusápia
Paladino e assinado as
resenhas que
autenticavam a sua
realidade, não acaba por
confessar que sua
convicção, ao começo
profunda, se enfraquece
e torna-se vacilante
algum tempo depois, sob
o império dos hábitos de
espírito contraídos no
meio que lhe é familiar?
132. O público muito
espera do novel
instituto e dos sábios
que o compõem. Trata-se
não já de Psicologia
elementar, mas da mais
alta questão que jamais
terá preocupado o
pensamento humano: o
problema do destino. A
Humanidade, cansada do
dogmatismo religioso,
atormentada pela
necessidade de saber,
volve suas vistas para a
Ciência; aguarda o seu
veredicto definitivo,
que lhe permitirá
orientar seus atos,
fixar suas opiniões e
crenças.
133. Graves são as
responsabilidades dos
sábios. Os homens que
ocupam as cátedras do
ensino superior sentem
bem todo o seu peso e
medem acaso toda a sua
extensão? Saberão eles
fazer o sacrifício do
seu mesquinho
amor-próprio e recuar
das afirmações
prematuramente
formuladas? Ou se
reservarão, no declínio
de sua carreira, o pesar
de reconhecer que
erraram o alvo,
desdenharam as coisas
mais essencialmente
dignas de se conhecer e
ensinar?
134. O movimento
psíquico vem
principalmente do
exterior, como
indicávamos há pouco;
dia a dia se acentua. Se
a ciência francesa se
esquivasse a nele tomar
parte, seria
sobrepujada, suplantada,
e o seu belo renome no
mundo ficaria deprimido.
Saiba ela, renunciando
aos seus preconceitos e
conservando os seus
cautelosos métodos,
elevar-se com os sábios
estrangeiros, a regiões
mais vastas e sutis,
fecundas em descobertas,
e que está no seu
próprio interesse
explorar, antes que
negar. Faça ela do
Espiritismo uma ciência
nova que complete as
outras ciências,
constituindo-lhes o
pináculo.
135. Aplicam-se estas a
domínios particulares da
Natureza; conduzem por
vezes a sistemas falsos,
e quem neles se
enclausura perde de
vista os grandes
horizontes, as verdades
de ordem geral. A
ciência psíquica deve
ser a ciência suprema
que nos ensinará a
conhecer-nos, a
ponderar, a aumentar as
potências da alma, a
exercitá-las, a
elevar-nos, pelos meios
que nos oferece, até à
Alma divina e eterna!
136. O Espiritismo
experimental: III – O
Espírito e a sua forma
– Em todo homem vive um
espírito. Por espírito
deve-se entender a alma
revestida de seu
envoltório fluídico, que
tem a forma do corpo
físico e participa da
imortalidade da alma, do
qual é inseparável.
137. Da essência da alma
apenas sabemos uma
coisa: que, sendo
indivisível, é
imperecível. A alma se
revela por seus
pensamentos e também por
seus atos; para que
possa, porém, agir e nos
impressionar os sentidos
físicos, preciso lhe é
um intermediário
semimaterial, sem o qual
nos pareceria
incompreensível a sua
ação. É o perispírito,
nome dado ao invólucro
fluídico, imponderável,
invisível. Em sua
intervenção é que se
pode encontrar a chave
explicativa dos
fenômenos espíritas.
138. O corpo fluídico,
que possui o homem, é o
transmissor de nossas
impressões, sensações e
lembranças. Anterior à
vida atual, inacessível
à destruição pela morte,
é o admirável
instrumento que para si
mesma a alma constrói e
que aperfeiçoa através
dos tempos; é o
resultado de seu longo
passado. Nele se
conservam os instintos,
se acumulam as forças,
se fixam as aquisições
de nossas múltiplas
existências, os frutos
de nossa lenta e penosa
evolução.
139. A substância do
perispírito é
extremamente sutil, é a
matéria em seu estado
mais quintessenciado, é
mais rarefeita que o
éter; suas vibrações,
seus movimentos,
ultrapassam em rapidez e
penetração os das mais
ativas substâncias. Daí
a facilidade de os
Espíritos atravessarem
os corpos opacos, os
obstáculos materiais e
transporem consideráveis
distâncias com a rapidez
do pensamento.
140. Insensível às
causas de desagregação e
destruição que afetam o
corpo físico, o
perispírito assegura a
estabilidade da vida em
meio da contínua
renovação das células. É
o modelo invisível
através do qual passam e
se sucedem as partículas
orgânicas, obedecendo a
linhas de força, cuja
reunião constitui esse
desenho, esse plano
imutável, reconhecido
por Claude Bernard como
necessário para manter a
forma humana em meio às
constantes modificações
e à renovação dos
átomos.
141. A alma se desliga
do envoltório carnal
durante o sono, como
depois da morte. A forma
fluídica pode então ser
percebida pelos
videntes, nos casos de
aparição de pessoas
falecidas ou de
exteriorização de vivos.
Durante a vida normal,
essa forma se revela,
por suas irradiações,
nos fenômenos em que a
sensibilidade e a
motricidade se exercem à
distância. No estado de
desprendimento durante o
sono, o Espírito atua às
vezes sobre a matéria e
produz ruídos e
deslocamento de objetos.
Manifesta-se finalmente,
depois da morte, em
graus diversos de
condensação, nas
materializações parciais
ou totais, nas
fotografias e nos
moldes, até a ponto de
reproduzir certas
deformidades.
142. O perispírito –
todos esses fatos o
demonstram – é o
organismo fluídico
completo; é ele que,
durante a vida
terrestre, pelo
grupamento das células,
ou no espaço, com o
auxílio da força
psíquica que absorve nos
médiuns, constitui,
sobre um plano
determinado, as formas
duradouras ou efêmeras
da vida. É ele, e não o
corpo material, que
representa o tipo
primordial e persistente
da forma humana.
143. O Sr. H. Durville,
secretário-geral do
Instituto Magnético, fez
experiências muito
demonstrativas em tal
sentido, as quais
evidenciam que os
fenômenos de
exteriorização são
manifestações do duplo
que, desprendido do
corpo material pela ação
magnética, percebe todas
as impressões, as
transforma em sensações
e as transmite ao corpo
físico mediante o cordão
fluídico pelo qual se
acham ligados, até à
morte, esses dois
corpos.
144. Com um sensitivo
adormecido, cujo duplo
exteriorizado fora
separado do corpo
material e transportado
para um outro aposento,
foram feitas as
seguintes experiências
relativamente à vista,
audição, olfato, paladar
e tato:
a) É lido pelo duplo um
artigo de jornal e
repetido pelo sensitivo
adormecido na sala
contígua.
b) Do mesmo modo,
objetos e pessoas são
percebidos pelo duplo à
distância e descritos
pelo sensitivo.
c) O duplo ouve o
tique-taque de um
relógio, bem como
palavras ao pé dele
proferidas em voz baixa;
sente o cheiro de amônia
contida num vidro, como
sente outros odores ou
perfumes: aloés, açúcar,
sulfato de quinina,
laranja, etc., e
transmite ao corpo essas
diferentes sensações
gustativas.
145. A propósito do
tato, finalmente, assim
se exprime o Sr.
Durville: “É sabido que
quase todos os
sensitivos
magneticamente
adormecidos são
insensíveis, mas ninguém
sabe onde se refugia a
sensibilidade. Quando o
sensitivo está
exteriorizado, a
sensibilidade irradia
sempre em torno dele.
Uma queimadura
produzida, ou um
beliscão, uma punção,
aplicados nas zonas
sensíveis, despertam uma
dor intensa no
sensitivo, que,
entretanto, nada
absolutamente percebe
quando se lhe fricciona
o corpo. O mesmo sucede
no desdobramento. O
sensitivo não percebe as
punções nem as
beliscaduras aplicadas
no corpo físico, mas
experimenta uma sensação
desagradável e mesmo
dolorosa quando é
atingido o duplo ou o
cordão que o liga
àquele. Esse fenômeno se
verifica em todas as
sessões e com todos os
sensitivos, sem exceção
alguma.”
146. A forma humana,
dizem os invisíveis, é a
de todos os Espíritos
encarnados ou
desencarnados que vivem
no Universo. Essa forma,
porém, rígida e compacta
no corpo físico, é
flexível, compressível à
vontade, no perispírito.
Presta-se, dentro de
certos limites, às
exigências do Espírito e
lhe permite no Espaço,
conforme a extensão do
seu poder, tomar as
aparências, reproduzir
os hábitos que lhe foram
pessoais no passado, com
os atributos próprios
que o fazem reconhecer.
Observa-se isso muitas
vezes nos casos de
aparições. A vontade é
criadora; sua ação sobre
os fluidos é
considerável. O Espírito
adiantado pode submeter
a matéria sutil a
inúmeras metamorfoses.
147. O perispírito é um
foco de energias. A
força magnética, por
certos homens projetada
em abundância, e que
pode, de perto ou de
longe, fazer sentir sua
influência, aliviar e
curar, é uma de suas
propriedades. Nele tem
sua sede a força
psíquica indispensável à
produção dos fenômenos
espíritas.
148. O corpo fluídico
não é somente um
receptáculo de forças; é
também o registro vivo
em que se imprimem as
imagens e lembranças:
sensações, impressões e
fatos, tudo aí se grava
e fixa. Quando são muito
fracas as condições de
intensidade e duração,
as impressões quase não
atingem a nossa
consciência; nem por
isso deixam de ser
registradas no
perispírito, em que
permanecem latentes. O
mesmo se dá com os fatos
relativos às nossas
anteriores existências.
Ao ser psíquico, imerso
no estado de
sonambulismo,
desprendido parcialmente
do corpo, é possível
apreender-lhes o
encadeamento. Assim se
explica o fenômeno da
memória.
149. As vibrações do
perispírito se reduzem
sob a pressão da carne;
readquirem sua amplitude
logo que o Espírito se
desprende da matéria e
reassume a liberdade.
Sob a intensidade dessas
vibrações, as impressões
acumuladas no
perispírito ressurgem.
Quanto mais completo é o
desprendimento, mais se
dilata o campo da
memória; as mais remotas
lembranças reaparecem. O
indivíduo pode reviver
suas passadas vidas;
assim temos verificado
muitas vezes em nossas
experiências. Pessoas
imersas, por uma
influência oculta, no
estado sonambúlico,
reproduziam os
sentimentos, as ideias,
os atos deslembrados de
sua existência atual, de
sua primeira juventude;
reviviam mesmo cenas de
suas anteriores
existências, com a
linguagem, as atitudes e
as opiniões da época e
do meio.
150. Parece, em casos
tais, que se apresenta
uma personalidade
diferente, que uma outra
individualidade se
revela. Esses fenômenos,
mal observados por
certos experimentadores,
deram origem à teoria
das personalidades
múltiplas coexistentes
em um mesmo invólucro,
tendo cada uma delas seu
caráter e recordações
próprias. Nessa teoria
se vem enxertar a da
consciência subliminal
ou do inconsciente
superior.
151. A verdade é que é
sempre a mesma
individualidade que
intervém sob os
diferentes aspectos por
ela revestidos através
dos séculos e agora
reconstituídos com tanto
maior intensidade quanto
mais enérgica é a
influência magnética e
mais enfraquecidos se
acham os laços
corporais. Certas
experiências o
demonstram: as do
professor Flournoy, por
exemplo, com a médium
Helena Smith, que se
transporta, no estado de
transe, a uma de suas
existências, no século
XII verificada na
Índia, e as de Esteva
Marata e outros
experimentadores
espanhóis com médiuns
sonambulizados, às
quais convém acrescentar
os estudos mais recentes
e extensos do Coronel A.
De Rochas.
152. O grau de pureza de
sua forma fluídica
atesta a riqueza ou a
indigência da alma.
Etérea, radiosa, pode
elevar-se até às esferas
divinas, penetrar-se das
mais sublimes harmonias;
opaca, tenebrosa,
precipita-se nas regiões
inferiores e nos arrasta
aos mundos de luta e
sofrimento.
153. Por seu espírito,
imerge o homem no que de
mais baixo possui a
Natureza e insere suas
raízes na animalidade;
por ele também gravita
para os mundos luminosos
em que vivem as almas
angélicas, os Espíritos
puros. O nosso estado
psíquico é obra nossa. O
grau de percepção, de
compreensão, que
possuímos, é o fruto de
nossos esforços
prolongados. Fomos nós
que o fizemos ao
percorrer o ciclo imenso
de sucessivas
existências.
154. O nosso invólucro
fluídico, sutil ou
grosseiro, radiante ou
obscuro, representa o
nosso valor exato e a
soma de nossas
aquisições. Os nossos
atos e pensamentos
pertinazes, a tensão de
nossa vontade em
determinado sentido,
todas as volições do
nosso ser mental,
repercutem no
perispírito e, conforme
a sua natureza, inferior
ou elevada, generosa ou
vil, assim dilatam,
purificam ou tornam
grosseira a sua
substância.
155. Daí resulta que,
pela constante
orientação de nossas
ideias e aspirações, de
nossos apetites e
procedimentos em um
sentido ou noutro, pouco
a pouco fabricamos um
envoltório sutil,
recamado de belas e
nobres imagens,
acessível às mais
delicadas sensações, ou
um sombrio domicílio,
uma lôbrega prisão, em
que, depois da morte, a
alma restringida em suas
percepções se encontra
sepultada como num
túmulo.
156. Assim cria o homem
para si mesmo o bem ou o
mal, a alegria ou o
sofrimento. Dia a dia,
lentamente, edifica ele
seu destino. Em si mesmo
está gravada sua obra,
visível para todos no
Além. É por esse
admirável mecanismo das
coisas, simples e
grandioso ao mesmo
tempo, que se executa,
nos seres e no mundo, a
lei de causalidade ou de
consequência dos atos,
que outra coisa não é
senão o cumprimento da
justiça. E, por um
efeito das mesmas
causas, já desde esta
vida o homem atrai as
influências do Espaço,
as irradiações etéreas
ou os grosseiros
eflúvios dos Espíritos
de violência ou de
desordem.
157. Encontra-se aí a
regra das manifestações
espíritas; não é outra
senão a própria lei das
atrações e afinidades.
Conforme o grau de
sutileza de nosso
invólucro e a
intensidade de suas
irradiações, podemos,
nos momentos de êxtase e
desprendimento – o que
para alguns é mesmo
possível no recolhimento
e na meditação –, entrar
em relação com o mundo
invisível, perceber os
ecos, receber as
inspirações, entrever os
esplendores das esferas
celestes, ou, doutro
modo, experimentar a
influência dos Espíritos
de trevas.
(Continua no próximo
número.) |