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O Espiritismo responde
Ano 7 - N° 330 - 22 de Setembro de 2013
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 
BLOG
ESPIRITISMO SÉCULO XXI
 


 
Atendendo a uma pergunta objetiva feita pela leitora Niedja Krislady, de Rio Tinto, município localizado na Região Metropolitana de João Pessoa, capital da Paraíba, tratamos nesta seção, na edição 326 de nossa revista, da questão do passe e de sua aplicação nas instituições espíritas.

O texto aqui publicado suscitou comentários diversos, tendo a maioria apoiado a tese da simples imposição das mãos, defendida por J. Herculano Pires, que consideramos também como a mais indicada e consentânea com a obra kardequiana.

Houve, contudo, duas manifestações contrárias ao que foi aqui exposto: uma em defesa da ideia de que nem mesmo haveria necessidade da imposição das mãos, bastando unicamente o uso do pensamento para a eficácia do passe, e outra propugnando pela validade da movimentação das mãos, como é ainda comum em determinadas instituições que seguem a orientação contida na obra do saudoso escritor Edgard Armond.

A ideia de que não há necessidade da imposição das mãos, proposta pela leitora Beatriz Indrusiak, de Porto Alegre-RS, será examinada na próxima semana.

Fixemo-nos hoje na outra proposição, que nos veio de um leitor de nossa revista que prefere permanecer no anonimato.

Em sua carta a nós dirigida fez ele as seguintes ponderações:

“Sem pretender polemizar, nem tampouco corrigir o que foi dito a bem de responder à pergunta da leitora já citada e até mesmo pedindo que a ponderação que abaixo faço não seja publicada, digo o seguinte:

Se é o espírito que direciona os fluidos, partindo das mãos do médium atendente, impostas tão somente sobre a cabeça ou o corpo do atendido, esse espírito não pode também induzir ou tomar as mãos desse  médium e movimentá-las de acordo com o que achar mais conveniente para a fluidoterapia?

Assim, a movimentação das mãos poderia acontecer, não pela preocupação do médium em seguir uma ‘técnica’ de gesticulação, atentando na forma e esquecendo a intenção, mas por cedência ao comando do amigo espiritual.

E penso ainda que esta ou aquela técnica, desde que não seja irreverente, e advinda da sincera e humilde disposição do médium em oferecer sua energia somada à do seu(s) mentor(es) para o bem do próximo, é irrelevante para que ocorra a fluidoterapia.

Acho que foi de risco o que consta em um dos textos da apostila do COEM, pois que partiu de um pressuposto incabível para quem exerce a atividade mediúnica, muito principalmente a de cura, com seriedade, fé e amor.

Minha discordância é aqui revelada, pela minha própria experiência como médium natural e, em especial, de cura, por pensamento, palavras e obras, por décadas, em conjunto com outros médiuns em centros espíritas diversos e em trabalho solo, dentro e fora desses centros!

Sempre consciente, minhas mãos muitas vezes se mantiveram estáticas e/ou em movimento, sobre enfermos em tratamento médico, alguns já sem perspectiva de cura e sempre foram ferramentas úteis e precisas para o restabelecimento desses pacientes.

E não era eu quem as movimentava de múltiplas maneiras, mas os invisíveis da outra dimensão, que me assistiam e me utilizavam, pois nem sempre me era possível comandá-las por vontade própria.

Por sua atenção, agradeço, esperando ter colaborado na questão, num ombro a ombro com todos vocês, incansáveis trabalhadores.” 

O leitor tem razão. Quando respondemos à leitora Niedja Krislady, sugerimos na parte final de nossa resposta que ela lesse também dois textos publicados anteriormente em nossa revista:

“Anotações em torno do passe”
http://www.oconsolador.com.br/46/especial.html

“A imposição das mãos e sua eficácia”
http://www.oconsolador.com.br/ano4/196/editorial.html

Ora, neste último texto –  que é o Editorial da edição 196, publicado em 13 de fevereiro de 2011 –  está escrito:

“Existem espíritas, e certamente isso deve ocorrer com alguns médiuns, que sentem uma influenciação mais forte do Espírito amigo que os auxilia no passe e, movidos por essa influenciação, movimentam as mãos seguindo uma intuição especial, que poucas pessoas sentem, e vem daí, do fato de não ser generalizada e comum tal intuição, a recomendação de ser adotada a simples imposição das mãos, uma vez que, não sabendo qual o problema específico do enfermo, não existe razão nenhuma para movimentarmos a esmo nossas mãos.”

Está assim ressalvada a hipótese descrita pelo leitor, a quem é sempre importante lembrar que o que lhe ocorre não é comum ou frequente em todos os casos, ou seja, nem todos os médiuns passistas sentem a intuição por ele mencionada, além do que, nas atividades normais da Casa Espírita, não se dá a incorporação no momento do passe e os pacientes nem sempre são conhecidos daqueles que os atendem.

A simples imposição das mãos parece-nos, assim, como regra, a atitude mais adequada, cabendo ao benfeitor espiritual a tarefa de direcionar o fluido magnético para a região do paciente necessitada, como é dito na pergunta 2ª do item 176 do capítulo XIV d´O Livro dos Médiuns, a saber: “Se magnetizas com o propósito de curar, por exemplo, e invocas um bom Espírito que se interessa por ti e pelo teu doente, ele aumenta a tua força e a tua vontade, dirige o teu fluido e lhe dá as qualidades necessárias”.

 


 
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Sua pergunta será respondida em uma de nossas futuras edições.
 
 

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