Na presente
entrevista,
Gladys fala de
um importante
trabalho, o
programa
“Tecendo a
Vida”, que tem
como foco a 3ª
idade.
O que é o
programa
“Tecendo a
Vida”?
“Tecendo a Vida”
é um grupo
intergeracional,
com foco na 3ª
idade, mas
aberto a todos
que dele queiram
participar. Além
dos companheiros
mais idosos,
contamos também
com jovens que
sempre estão
conosco.
Quando foi
iniciado e que
objetivo norteou
o início das
atividades?
Foi criado em
2009, e tem por
objetivo
trabalhar
emoções,
sentimentos e
intensificar
relacionamentos
de amizade, além
de partilhar
experiências e
estimular formas
de expressões. A
motivação
inicial para a
criação desse
grupo partiu de
minha afinidade
e carinho, desde
minha infância,
pelos idosos. E,
também, por
observar que o
CEAK possuía uma
geração de
idosos que
não tinha um
grupo
especificamente
voltado só para
eles.
Participavam das
diversas
atividades do
Centro como
voluntários no
artesanato, nos
trabalhos
doutrinários,
mas não havia um
grupo onde
podiam se
expressar
livremente e
partilhar suas
experiências.
O grupo “Tecendo
a Vida” não é um
grupo
assistencial,
pois sua meta é
fazer com que os
idosos sejam
valorizados pela
grande
contribuição que
oferecem com
suas lindas
existências,
sendo
referências
importantes em
nossas vidas.
Quantos
participantes há
em média? E qual
a periodicidade
mensal?
Temos em média a
participação de
35 a 40 pessoas
por reunião. O
nosso objetivo é
manter esse
número, por
reunião, para
que possamos
realizar
trabalhos de
grupo e de
interatividade.
Ainda realizamos
apenas uma
reunião mensal
por falta de
espaço, pois o
CEAK tem um
grande número de
trabalhos e
cursos que
ocupam todos os
espaços. Esses
encontros são
realizados aos
sábados, das 15h
às 17h, e sempre
ao final temos
um lanche de
confraternização.
Qual a principal
experiência que
resultou desse
trabalho?
É difícil
destacar uma
experiência
resultante desse
trabalho, pois
foram muitas.
Citarei apenas
algumas: temos
um morador de
rua que
participa de
todas as
reuniões e já
disse que esse
trabalho é muito
importante.
Temos um senhor
que faz
tratamento para
esquizofrenia e
é assíduo nas
reuniões, e numa
delas disse que
se sentia sem
condições de se
expressar e que
o "Tecendo a
Vida" lhe havia
proporcionado
essa
oportunidade.
Uma senhora
voltou a
escrever e
também nos disse
que conseguiu
perdoar o marido
antes que ele
desencarnasse,
pois ainda
sentia mágoas
dele, e ela
atribui essa
superação à sua
participação no
grupo. Tivemos
um casal de
viúvos que
acabou se
relacionando e
hoje estão
juntos, morando
no litoral,
muito felizes.
São muitas as
experiências que
nos comovem e
ensinam.
Que fato
marcante
gostaria de
destacar?
O fato marcante
que destaco é
que todos os que
participam desse
grupo se sentem
valorizados,
acolhidos e
despertos para a
importância de
suas vidas e da
possibilidade de
continuarem a
fazer projetos e
realizá-los.
O que é, e como
é a dinâmica Baú
de Recordações?
Realizamos
várias dinâmicas
em nossos
encontros. O Baú
de Recordações é
uma delas. É a
oportunidade que
cada um tem de
apresentar aos
companheiros
algum objeto que
guarda em sua
casa e, através
dele, contar que
recordações lhe
traz e por que é
ele importante
em sua vida. A
dinâmica
funciona assim:
coloca-se um baú
na sala e cada
participante põe
nele o objeto
que escolheu
para trazer ao
encontro. Em
seguida, cada um
faz a descrição
desse objeto,
informando a
quem pertenceu e
relatando uma
história
relacionada a
ele.
E as emoções,
como ficam?
É maravilhoso
observar quantas
emoções afloram.
São recordações
que até levam às
lágrimas,
lágrimas que não
representam dor,
mas apenas
saudades e
lições
importantes.
Esse trabalho
interativo
realmente mexe
com emoções que
estão guardadas
dentro de cada
um e que são
histórias
lindas, marcadas
pela
sensibilidade e
por sentimentos
positivos. Até o
momento ninguém
apresentou algo
que trouxesse
uma lembrança
negativa.
Qual o benefício
mais direto que
você considera
tem sido
propiciado aos
participantes?
O benefício que
podemos
observar nos
participantes do
"Tecendo a Vida"
é a alegria que
reflete em cada
olhar, em cada
sorriso e também
por começarem a
ver e sentir
essa fase da
vida de forma
positiva, pois
compreendem que
a faixa etária
que chamamos de
3ª idade faz
parte dos ciclos
da existência.
Notamos que
ficam felizes em
partilhar esses
momentos com
todos.
Algo mais que
gostaria de
relatar?
Em 2011
realizamos um
trabalho com o
Conselho
Municipal do
Idoso de
Campinas e a PUC
de Campinas,
para a criação
de um Manual
onde estão todas
as informações
sobre os grupos
de idosos e suas
atividades
específicas, bem
como os
atendimentos
existentes em
nossa cidade,
facilitando a
todos para que
encontrem o tipo
de atendimento
de que
necessitam, mais
próximo de onde
moram. O grupo
“Tecendo a Vida”
é o único grupo
que pertence a
um Centro
Espírita e
realiza esse
tipo de trabalho
procurando levar
conhecimento,
troca de
experiências e
emoções, mas
existem
trabalhos
maravilhosos que
são realizados
para idosos e
ficamos felizes
em dar nossa
pequena
contribuição.
Em cada encontro
do "Tecendo a
Vida" faz-se
presente um
profissional –
de diferentes
áreas – que
promove um
trabalho
interativo com o
grupo. Já
estiveram
conosco:
médicos,
nutricionistas,
filósofos,
professora de
danças
circulares,
professor de
educação física,
psicólogos etc.
Esperamos que
esse grupo
continue pelo
tempo que for
necessário e que
tenha
interessados que
o multipliquem
em suas
localidades.
Para isso, me
disponho a
passar todo o
roteiro de como
realizar esse
trabalho e
agradeço pela
grande
oportunidade de
divulgação de
nosso trabalho,
oferecida
através desta
entrevista.
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