JOSÉ ESTÊNIO
GOMES NEGREIROS
estenionegreiros@hotmail.com
Fortaleza, CE
(Brasil)
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Pressentimento
mortal
“O homem é
informado
naturalmente de
todas as
verdades úteis.”
(J.
de Maistre)
Naquele domingo,
1º de maio de
1994, Ayrton
Senna da Silva
(1960-1994),
nosso
extraordinário
piloto de
Fórmula Um,
demonstrava
tristeza,
abatimento e
desmotivação,
antes da largada
do fatídico GP
de San Marino,
no autódromo de
Ímola, na
Itália.
Comenta-se,
ainda hoje, que
Airton Senna não
queria correr
naquele dia e
que previra sua
própria morte.
Talvez sua
decisão por
participar
daquela corrida
tenha sido
impulsionada
pela ideia de
homenagear o
piloto austríaco
Roland
Ratzenberger, da
escuderia Simtek,
morto
tragicamente no
dia anterior
durante o treino
de
classificação. A
homenagem ao
companheiro
morto
consistiria em
empunhar a
bandeira da
Áustria ao final
da competição.
Sua determinação
foi fatal. A
violenta batida
no muro de
proteção, a uma
velocidade acima
de 300 km por
hora, na curva
conhecida como
Tamburello,
ceifou-lhe
prematuramente a
vida. Terá tido
ele algum
pressentimento
ou sonho
premonitório
sobre o que
estava para lhe
acontecer? Nunca
se saberá.
Hoje, muitos
apaixonados por
automobilismo
talvez se
recordem de um
caso semelhante,
coincidentemente
ocorrido também
na Itália com
outro também
famoso piloto de
corrida de
automóveis, no
Grande Prêmio de
Monza, em 1955.
J. Macklin narra
esse estranho
caso, contido no
livro <Além da
Ciência - A
Comunicação com
o Além> (Editora
FASE Ltda.),
conforme
reproduzimos a
seguir.
A última fase do
Grande Prêmio ia
começar. Na
primeira semana
de 1955, os
pilotos de
várias equipes
concorrentes
encaminhavam-se
para a pista de
Monza, a sinuosa
pista de cimento
branco.
Alberto Ascari,
sentado ao
volante da sua
Ferrari, via o
Sol subir por
trás das
colinas.
Contudo, na
beleza da
paisagem, Ascari,
considerado como
o mais veloz
piloto de carros
de corrida, só
via uma promessa
de morte... De
sua morte.
Durante anos
soube o dia em
que a morte
chegaria. Era o
dia 8 de
setembro de
1955, quando o
Sol brilhasse
num céu muito
azul. Só um
piloto de pouca
memória pode,
durante uma
corrida, passar
pela curva final
do percurso de
Monza, La
Vialone, sem
recordar o fim
trágico de
Alberto Ascari,
que morreu nesse
lugar, em uma
data e em
circunstâncias
que ele mesmo
previra, em
todos os
detalhes.
Em 9 de setembro
de 1935, vinte
anos antes,
Antonio Ascari,
pai de Alberto,
morrera ao
volante de um
Alfa-Romeo,
durante o Grande
Prêmio da
Itália. Alberto
era um crente
convicto em
certa forma de
presságios.
Estava
convencido de
que seguiria até
à morte o mesmo
caminho que seu
pai havia
seguido. O pai
morrera sob um
céu muito claro,
quando virava o
volante para não
matar um gato.
Vinte anos
depois, naquele
mesmo dia,
Alberto ia
correr sob um
céu muito claro
e azul.
O grande piloto
tremia na fria
madrugada. Seu
amigo e
conselheiro,
Luigi Villoresi,
ex-campeão
mundial, bateu
nas suas costas.
– Esquece
isso, Alberto.
Os bons pilotos
não morrem.
Presságios são
histórias para
velhos, não para
nós.
– Não
poderei ganhar,
eu acho. Mas se
for verdade o
que imagino,
nunca vou poder
saber.
Alberto
encaminhou-se
para a sua
Ferrari cor de
fogo.
– Para
que precisa de
mais treinos?
Por que não
descansa até a
hora da corrida?
Ascari respondeu
que precisava se
convencer de que
não tinha os
nervos
destroçados.
Assim, apesar
dos conselhos de
Villoresi,
Ascari deu ordem
para prepararem
o carro. Iria
treinar.
Tomaram o café
da manhã em
companhia de
outros grandes
pilotos. O
alegre
Castelloti notou
o ar sombrio de
Ascari e tentou
animá-lo. Pouco
a pouco, Alberto
foi se
alegrando.
Dispunham ainda
de várias horas
antes de começar
a corrida. A
campainha soou,
anunciando a
partida para o
último treino.
Ascari
levantou-se.
Pouco depois, a
Ferrari rugia
poderosamente,
avançando
devagar em
direção à pista.
Ascari levava
todos os seus
talismãs e seu
famoso capacete
azul de
motociclista.
Começou o seu
treino de
velocidade e
correu duas
voltas em estilo
clássico.
Ultrapassou um
Masserati e
outra Ferrari.
Na terceira
volta, aumentou
bruscamente a
velocidade e
desapareceu
atrás de um
trecho
arborizado, uma
curva.
Seus amigos
viram-no correr
com espantosa
rapidez, ouviram
o rugido do
motor ao entrar
num túnel, e
logo depois ao
sair, e viram-no
dirigir-se para
a curva Vialone.
Repentinamente,
o ruído do
escape deixou de
se ouvir, e o
silêncio que se
seguiu era pior
do que qualquer
estrondo
ensurdecedor.
Os amigos
correram. Era
tarde demais. O
carro falhou em
uma curva que
Ascari
normalmente
faria sem
dificuldade.
Alguma coisa
desviara a
Ferrari quando
avançava a uma
grande
velocidade.
Encontraram
Ascari caído,
junto ao
automóvel, ainda
vivo. Castelloti
avistou um gato
preto correndo
para um bosque.
Teria sido esse
animal o
portador da
morte?
Ascari morreu
segundos depois,
nos braços de
Villoresi, no
dia que ele
mesmo previra,
sob um céu azul
muito claro.
Terão Alberto
Ascari e Airton
Senna, tido
pressentimentos
a respeito de
suas mortes?
Casos
semelhantes a
este narrado por
J. Macklin estão
registrados às
centenas nos
anais do
psiquismo.
Escritores
renomados de
todo o mundo
produziram e
produzem uma
vasta literatura
acerca de
episódios que
desafiam os
cientistas
materialistas.
Esses tais, sem
poderem
explicá-los
convincentemente
à luz
investigativa da
ciência terrena,
apenas constroem
teorias que
pouco se
sustentam,
desprezando as
verdades eternas
da Natureza
ensinadas aos
homens pelos
Espíritos de
outros homens
que habitam o
Mundo Maior.
As Obras Básicas
de Allan Kardec
destrincham-nos
com
irreprocháveis
argumentos. O
Livro dos
Espíritos,
daquela
coletânea,
especialmente,
dedica ao
assunto todo um
capítulo
(capítulo VIII –
Emancipação da
Alma). Para o
Mestre de Lion,
o sobrenatural
não existe, pois
tudo aquilo que
muitos
consideram
sobre-humano,
não é mais que
simples
manifestação da
Natureza,
através de
princípios que a
Ciência terrena
ainda está longe
de conhecer.