JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte,
MG
(Brasil)
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Disse a Pedro um
Espírito:
o Evangelho não é
só para judeus
Embora os líderes
religiosos não falem
sobre o assunto, a
Bíblia é um manual de
fenômenos espíritas de
capa a capa. São
fenômenos espíritas no
sentido de que eles
envolvem Espíritos e,
pois, também a
mediunidade, uma vez que
esses Espíritos só se
comunicam através de
médiuns. Mas
lembremo-nos de que nem
sempre um fenômeno com
Espíritos tem o conteúdo
de acordo com o da
Doutrina Espírita
codificada por Kardec.
E médiuns, todos o
somos, mas, especiais ou
que recebem Espíritos,
são poucos. São Paulo
chamou as faculdades
mediúnicas de dons
espirituais ou
proféticos (1 Coríntios,
14: 37). E é um mesmo
Espírito que controla
tudo, ou seja, o próprio
Espírito de Deus. (1
Coríntios, 12: 11).
Aliás, no fundo de tudo
que é bom, está Deus.
Quem assiste a uma missa
diz no Credo: “Creio no
Espírito Santo, na
Comunhão dos Santos...”,
mas nunca ouve um padre
explicar o que é a
Comunhão dos Santos.
Segundo ela, nós nos
comunicamos com os
Espíritos dos que já
estão no mundo
espiritual, fazendo
preces para eles,
principalmente os
necessitados, ou pedindo
ajuda aos que são
adiantados ou já santos.
E a Igreja teve que
transformar essa
doutrina em dogma, pois
Moisés (não Deus), em
Deuteronômio, capítulo
18, proíbe o contato com
os Espíritos dos mortos,
e os cristãos antigos,
muito ainda ligados ao
judaísmo, eram, pois,
contra essa doutrina.
Mas, como vimos, não é
Deus que proíbe tal
contato, então, a Igreja
estava certa em
instituir essa doutrina.
Só que, por ela sugerir
algo pertinente aos
ensinos do Espiritismo,
a Igreja, depois de
Kardec, evita falar
nela, não sabendo a
maioria dos católicos o
seu significado.
Que os Espíritos se
comunicam conosco, creio
que, hoje, quem estuda a
fundo a Bíblia e a
Ciência espiritualista
não tem como negar essa
grande verdade. E aqui
recomendo o livro “Os
Espíritos comunicam-se
na Igreja Católica”, de
Paulo Neto, Ed. Grupo
Educação, Ética e
Cidadania (GEEC),
Divinópolis (MG), site
www.geec.org.br.
São Pedro, apesar de já
ter passado pelas
experiências mediúnicas
do Pentecostes,
discriminava os gentios
ou povos não judeus. Mas
um Espírito lhe apareceu
e o instruiu, mostrando
que Deus não faz acepção
de pessoas. (Atos, 10:
19 e 35). Esse mesmo
Espírito apareceu também
ao centurião Cornélio.
(Atos, 10: 4).
Geralmente, nos textos
bíblicos, todo Espírito
bom (anjo, mensageiro)
passou a ser chamado de
“o Espírito Santo”, o
trinitário, depois da
instituição da
Santíssima Trindade,
mas, como está nos
originais gregos e no
latim da Vulgata Latina,
trata-se de “um Espírito
santo” ou “spiritus
bônus” (Vulgata Latina;
e 1 João, 4: 1).
Realmente, a Bíblia é um
livro cheio de
manifestações de
Espíritos bons, santos,
chamados frequentemente
de anjos, mas anjo (“aggelos”
em grego, “ângelus” em
latim) é um Espírito
humano evoluído, santo,
enviado, “office-boy” do
mundo espiritual, como
vimos no episódio
acontecido com São
Pedro!