Mecanismos da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
26)
Damos prosseguimento ao
estudo sequencial do
livro Mecanismos da
Mediunidade, obra de
autoria de André Luiz,
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1960 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Sob a influência da
hipnose, pode
verificar-se, no
sujet, o
desprendimento parcial
da personalidade?
Sim. Sob a influência
hipnótica, os sujets
governados demonstram
certo grau de
passividade, da hipnose
semiconsciente ao
sonambulismo profundo,
podendo ocorrer, sim, em
determinados estágios da
ocorrência, o
desprendimento parcial
da personalidade, com o
deslocamento de centros
sensoriais.
(Mecanismos da
Mediunidade, cap. XIII,
págs. 91 e 92.)
B. Que acontece ao
hipnotizado quando se dá
o deslocamento dos
centros sensoriais?
O hipnotizado permanece
controlado pela onda
positiva da vontade a
que se submete. Nessa
condição, pode ele
representar o papel de
suposta personalidade,
conforme a sugestão que
o magnetizador lhe
incuta. Para isso, o
hipnotizador escolherá,
de preferência, uma
figura popular, um
cantor, um literato ou
um regente de orquestra
que esteja no âmbito de
conhecimento do passivo
em ação e incliná-lo-á a
sentir-se como sendo a
pessoa lembrada. De
imediato, o sujet
estampará, no próprio
fluxo de energia mental,
a figura do artista, do
escritor ou do maestro,
de acordo com as
possibilidades da
própria imaginação, e
como tal agirá.
(Obra citada, cap. XIII,
pág. 92.)
C. Estabelecida a
sugestão mais profunda,
pode o hipnotizador
traçar ao sujet
alguma incumbência de
relativa importância?
Sim. O hipnotizador pode
traçar ao sujet,
com pleno êxito, essa ou
aquela incumbência, para
ser executada depois de
ele despertar do sono
provocado, sugestão essa
que, por seu caráter
elementar, é absorvida
pela onda mental do
passivo, em seu
movimento de refluxo,
incorporando-se-lhe,
automaticamente, ao
centro da atenção, para
que a vontade lhe dê
curso no instante
preciso. Mas isso não
aconteceria, de modo tão
simples, se a sugestão
envolvesse processos de
mais alta
responsabilidade na
esfera da consciência,
porquanto nos atos mais
complexos do Espírito,
para que haja sintonia
nas ações que envolvam
compromisso moral, é
imprescindível que a
onda do hipnotizador se
case perfeitamente à
onda do hipnotizado, com
plena identidade de
tendências ou opiniões.
(Obra citada, cap. XIII,
pág. 93.)
Texto para leitura
82. Aula de
violino – Na
mesma ordem de
fenômenos, o
hipnotizador sugerirá
aos mesmos passivos, em
sono provocado, que se
encontram numa aula de
música e que lhes cabe o
dever de ensaiarem ao
violino. A mente de cada
um despedirá ondas de
acordo com a ordem
recebida, criando a
forma-pensamento
respectiva. Em poucos
segundos, sob o controle
do magnetizador,
tê-la-ão plasmado com
tanto realismo quanto
lhes seja possível. Os
mais achegados ao culto
do referido instrumento
assumirão atitude
consentânea com o estudo
mentalizado, conjugando
movimentos harmoniosos,
com a dignidade de um
concertista, enquanto os
adventícios da música
exibirão gestos
grotescos, manobrando a
forma-pensamento
mencionada quais se
fossem crianças
injuriando a arte
musical. Em todos os
estados anômalos a que
nos referimos, os
sujets governados
demonstrarão certo grau
de passividade. Da
hipnose semiconsciente
ao sonambulismo profundo
numerosas posições se
evidenciam. (Cap.
XIII, pp. 91 e 92.)
83. Hipnose e
telementação –
Em determinados estágios
da ocorrência hipnótica,
verifica-se o
desprendimento parcial
da personalidade, com o
deslocamento de centros
sensoriais. O
hipnotizado permanece,
no entanto, controlado
pela onda positiva da
vontade a que se
submete. Nessa condição,
esse ou aquele passivo
pode representar o papel
de suposta
personalidade, conforme
a sugestão que o
magnetizador lhe incuta.
O hipnotizador
escolherá, de
preferência, uma figura
popular, um cantor, um
literato ou um regente
de orquestra que esteja
no âmbito de
conhecimento do passivo
em ação e incliná-lo-á a
sentir-se como sendo a
pessoa lembrada. De
imediato, o sujet
estampará, no próprio
fluxo de energia mental,
a figura do artista, do
escritor ou do maestro,
de acordo com as
possibilidades da
própria imaginação,
tomará da pena, erguerá
a voz ou empunhará a
forma-pensamento de uma
batuta, por ele mesmo
criada, manobrando os
mecanismos da mente para
substancializar a
sugestão recebida.
Contudo, se o
magnetizador lembra
algum maestro de aldeia,
ou escritor sem
projeção, ou algum
cantor obscuro,
conhecido apenas dele,
não será tão fácil ao
passivo atender-lhe às
ordens, por falta de
recursos imaginativos a
serem apostos por ele
mesmo nas próprias
oscilações mentais, o
que somente será
conseguido após longos
exercícios de
telementação
especializada entre
ambos. (Cap. XIII,
pág. 92.)
84. Sugestão e
afinidade –
Estabelecida a sugestão
mais profunda, o
hipnotizador pode traçar
ao sujet, com
pleno êxito, essa ou
aquela incumbência de
somenos importância,
para ser executada
depois de ele despertar
do sono provocado, seja
oferecer um lápis ou um
corpo d’água a certa
pessoa, sugestão essa
que, por seu caráter
elementar, é absorvida
pela onda mental do
passivo, em seu
movimento de refluxo,
incorporando-se-lhe,
automaticamente, ao
centro da atenção, para
que a vontade lhe dê
curso no instante
preciso. Isso não
aconteceria, porém, de
modo tão simples se a
sugestão envolvesse
processos de mais alta
responsabilidade na
esfera da consciência,
porquanto nos atos mais
complexos do Espírito,
para que haja sintonia
nas ações que envolvam
compromisso moral, é
imprescindível que a
onda do hipnotizador se
case perfeitamente à
onda do hipnotizado, com
plena identidade de
tendências ou opiniões,
qual se estivessem
jungidos, moralmente, um
ao outro nos recessos da
afinidade profunda.
(Cap. XIII, pág. 93.)
Glossário
Hipnose
– Psiq. Estado mental
semelhante ao sono,
provocado
artificialmente, e no
qual o indivíduo
continua capaz de
obedecer às sugestões
feitas pelo
hipnotizador. Fig.
Modorra, sonolência,
torpor.
Indução
– Ato ou efeito
de induzir.
Induzir
– Instigar, incitar,
sugerir, persuadir.
Causar, inspirar,
incutir. Inferir,
concluir, deduzir.
Revestir, guarnecer,
indutar. Mover, levar,
arrastar. Mover, levar,
arrastar. Fazer cair ou
incorrer. Praticar a
indução.
Sonambulismo
– Estado ou doença do
sonâmbulo.
Sonâmbulo
– Diz-se de pessoa que
anda, fala e se levanta
durante o sono;
noctâmbulo. Diz-se de
pessoa que age
automaticamente, de
maneira desconexa. Que
não tem nexo;
disparatado.
Telementação
– Exercício ou operação
mental a distância.