O mau humor
Vimos em uma de nossas
conversas anteriores
que, ao desembarcarmos
aqui para uma nova
experiência
encarnatória, trazemos
entre outras coisas que
constituem a nossa
tarefa (missão, podemos
dizer) três compromissos
básicos: 1) compromisso
com nós próprios; 2)
compromisso com o
próximo; 3) compromisso
com o planeta, nossa
casa, nossa escola,
nosso hospital.
O compromisso com o
planeta é óbvio. Implica
respeitar suas águas,
suas florestas, sua
fisionomia, suas
energias etc. Não
podemos matar os rios,
porque também estaremos
matando os peixes, um
dos mais saudáveis e
importantes alimentos de
nossa culinária.
O compromisso com o
próximo, embora não
muito evidente, também é
fundamental. É desse
convívio com aqueles que
Deus pôs no nosso
caminho que vamos
crescer e evoluir. Não
importa quem eles são;
de que matéria são
feitos. São eles a
matéria-prima sobre a
qual vamos desenvolver o
nosso trabalho,
aprendendo a ser mais
humildes, mais
solidários, mais
fraternos enfim. Às
vezes essa convivência
com o próximo é muito
difícil. Não importa: é
o de que precisamos
segundo o que pensam os
que nos prepararam a
descida.
O compromisso com nós
próprios é que exige
cuidado e atenção
permanentes. Nosso corpo
é a ferramenta que Deus
nos deu para essa
admirável travessia.
Alguns se queixam do
fígado, outros do
intestino, outros da
coluna (minha mulher não
deixa de reclamar da
coluna nem um só dia de
sua vida). É isso mesmo:
esses problemas também
fazem parte do nosso
quite encarnatório.
O compromisso com nós
próprios exige respeito
às leis da alimentação,
da higiene, do convívio
social, do trabalho e
com os exercícios que
nos mantêm robustos e
sadios.
Um dos cuidados mais
importantes que nós
gostaríamos de discutir
com vocês é o que se
refere às pequenas ou
grandes complicações que
nos levam a leve ou a
sério descontrole
emocional, prejudicando
demais a nossa saúde e
trazendo sofrimento
àqueles que estão à
nossa volta.
Queremos falar do mau
humor, essa praga que
nos assalta várias vezes
na vida.
Dr. José Antônio Amaral,
pesquisador do Hospital
das Clínicas de São
Paulo, diz que episódios
de mau humor ou
irritabilidade
eventualmente ocorrem
até várias vezes no
mesmo dia. (O trânsito,
a saúde, a segurança, a
burocracia, o preço e a
qualidade dos alimentos,
o mau funcionamento do
telefone, as filas de
toda ordem etc. etc.)
Diz que é natural ter
diferentes tipos de
emoções como tristeza,
alegria e ansiedade. Não
podemos é deixar que nos
controlem.
O mau humor pode até ser
perigoso.
Enquanto cientistas
sabem que pessoas
cronicamente irritadas
são mais propensas a
desenvolver doenças do
coração; um estudo feito
em 1995 por
pesquisadores da
Universidade de Harvard,
com mais de 1600 vítimas
de ataque cardíaco,
descobriu que um único
episódio de raiva
duplica a possibilidade
de uma crise cardíaca
nas duas horas
seguintes.
Assim, dominar o humor
pode ser uma questão de
vida ou de morte.
Para combater o mau
humor, os especialistas
recomendam-nos sete
ações:
1. Identificar
o problema. (Visita
inesperada, problema
financeiro,
aborrecimento no
trabalho, problema com o
filho etc.)
2.
Respeitar o seu ritmo:
comer como está
habituado, trabalhar
como de costume etc. A
temperatura do corpo
varia durante as 24
horas do dia: a mais
elevada verifica-se pela
manhã; a mais baixa,
depois do almoço, e à
noite.
3.
Dormir o suficiente: nem
mais nem menos.
4.
Manter contacto com a
natureza.
5. Movimentar-se:
exercícios físicos;
caminhada de 30 minutos,
natação, hidromassagem.
(Liberação de
betaendorfina, que
também participa da
regulação do humor.)
6. Alimentar-se
de forma correta e beber
de 6 a 8 copos de
líquido por dia.
7.
Cultivar o otimismo.