ALTAMIRANDO
CARNEIRO
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São Paulo, SP
(Brasil)
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A cura pela fé
No capítulo 14 (Os
fluidos), item 31 –
curas – do livro A
Gênese, Allan
Kardec explica: “A cura
se opera pela
substituição de uma
molécula malsã por uma
molécula sã”.
Podemos classificar as
curas em curas materiais
e curas espirituais. As
curas materiais são
proporcionadas pela
Medicina, pelos
remédios; as espirituais
são as que se realizam
com a participação dos
médiuns. Neste ponto, o
tratamento espiritual
não dispensa o
tratamento médico e
vice-versa.
Quanto às curas de
Jesus, no capítulo 15
de A Gênese,
Allan Kardec observa:
“Nas curas que operava, (Jesus) agia
como médium?
Pode-se considerá-lo
como um poderoso médium
curador? Não, pois o
médium é um
intermediário, um
instrumento do qual se
servem os Espíritos
desencarnados. Ora, o
Cristo não tinha
necessidade de
assistência, ele que
assistia e auxiliava os
demais, agia por si
mesmo, em vista de seu
poder pessoal, tal como
o podem fazer os
encarnados em certos
casos, e na medida de
suas forças. Aliás, qual
seria o Espírito que
ousaria insuflar-lhe
seus próprios
pensamentos e
encarregá-lo de os
transmitir? Se ele
recebesse um influxo
estranho, não poderia
ser senão de Deus;
segundo a definição dada
por um Espírito, era o médium
de Deus”.
O tempo para a obtenção
da cura pode variar,
dependendo de cada caso.
Temos de considerar que
cada um de nós está
submetido à Lei de Causa
e Efeito; por isso, não
obtemos a cura de todos
os nossos males, nesta
vida. Jesus, por certo,
não curou a todos.
O indispensável nas
curas é que tenhamos fé.
No capítulo 19 (A fé
transporta montanhas)
de O Evangelho
segundo o Espiritismo, item
12 – a fé humana e a
divina –, a mensagem de
um Espírito Protetor
(Paris, 1863) elucida:
“A fé é humana e divina,
conforme o homem aplica
suas faculdades à
satisfação das
necessidades terrenas,
ou de suas aspirações
celestiais e futuras.
O homem de gênio, que
se lança à realização de
algum grande
empreendimento, triunfa
se tem fé, porque sente
em si que pode e há de
chegar ao fim colimado,
certeza que lhe faculta
imensa força. O homem de
bem que, crente em seu
futuro celeste, deseja
encher de belas e nobres
ações a sua existência,
haure na sua fé, na
certeza da felicidade
que o espera, a força
necessária, e ainda aí
se operam milagres de
caridade, de devotamento
e de abnegação. Enfim,
com a fé, não há maus
pendores que se não
chegue a vencer.
O Magnetismo é uma das
maiores provas do poder
da fé colocada em ação.
É pela fé que ele cura e
produz esses fenômenos
singulares, qualificados
outrora de milagres.
Repito: a fé é humana e
divina. Se todos os
encarnados se achassem
persuadidos da força que
em si trazem, e se
quisessem pôr a vontade
a serviço dessa força,
seriam capazes de
realizar o que, até
hoje, eles chamaram
prodígios e que, no
entanto, não passa de um
desenvolvimento das
faculdades humanas”.
Por isso, Jesus disse
que se tivermos fé do
tamanho de um grão de
mostarda removeremos
todas as montanhas dos
nossos erros e
imperfeições.
No item 3 (O poder da
fé), do capítulo que
estamos analisando,
Kardec diz:
“A fé sincera e
verdadeira é sempre
calma; faculta a
paciência que sabe
esperar porque, tendo
seu ponto de apoio na
inteligência e na
compreensão das coisas,
tem a certeza de chegar
ao objetivo visado. A fé
vacilante sente a sua
própria fraqueza; quando
a estimula o interesse,
torna-se furibunda e
julga suprir, com a
violência, a força que
lhe falece. A calma na
luta é sempre um sinal
de força e de confiança;
a violência, ao
contrário, denota
fraqueza e dúvida de si
mesmo”.
No item 4, Allan Kardec
nos chama a atenção para
que não confundamos a fé
com a presunção:
“A
verdadeira fé se conjuga
à humildade; aquele que
a possui deposita mais
confiança em Deus do que
em si próprio, por saber
que, simples instrumento
da verdade divina, nada
pode sem Deus. Por essa
razão é que os bons
Espíritos lhe vêm em
auxílio. A presunção é
menos fé do que orgulho,
e o orgulho é sempre
castigado, cedo ou
tarde, pela decepção e
pelos malogros que lhe
são infligidos”.