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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 8 - N° 397 - 18 de Janeiro de 2015
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Trilhas da Libertação

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 4)

Continuamos a apresentar o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995.

Questões preliminares

A. Quando, segundo José Petitinga, a obsessão desaparecerá do nosso mapa evolutivo?

Isso ocorrerá quando nos conscientizarmos dos resultados excelentes do equilíbrio mental, das ações nobres e da conversação edificante. Contudo, enquanto houver predomínio em a natureza humana dos baixos níveis de conduta e das aspirações brutalizadoras, o intercâmbio de energias desse gênero produzirá afecções psíquicas duradouras, com terríveis reflexos na saúde física. (Trilhas da Libertação. Perspectivas Novas, pp. 33 e 34.)

B. A tuberculose pulmonar pode ser causada pela interferência de inimigos desencarnados?

Pode. O autor da obra em estudo diz ter conhecido na Terra diversos casos de pessoas com tuberculose pulmonar e laríngea provocada pela interferência de inimigos desencarnados. As úlceras gástricas e duodenais, bem como alguns distúrbios cardíacos, hepáticos e do aparelho digestivo, têm, segundo ele, procedência nessa terrível e contínua emissão de fluidos enfermiços que se infiltram nos órgãos, descompensando-lhes o ritmo celular, funcional, e provocando a sua degenerescência. (Obra citada. Perspectivas Novas, pp. 33 e 34.)

C. Que dizem os benfeitores espirituais acerca das terapias preventivas?

Eles destacam neste livro a excelência da terapia preventiva, mediante a preservação da saúde moral, do autoconhecimento, do cultivo e vivência das ideias estimuladoras do progresso, da harmonia e do bem geral que mantêm a dinâmica do equilíbrio, irrigando a vida com paz e sustentando-a em níveis elevados. (Obra citada. Perspectivas Novas, pp. 34 a 36.)

Texto para leitura

13. Muitas pessoas se vinculam umas às outras em processo de parasitose psíquica – Na sequência, Miranda lembrou que a emissão da onda mental invejosa, cobiçosa, inamistosa prende o emitente ao receptor, transformando-se em uma forma não menos cruel de obsessão. “O agente não consegue – diz Miranda – desvincular-se da vítima e esta, aturdida ou enferma, desequilibrada ou desvitalizada, não logra recompor a paisagem íntima nem a orgânica de bem-estar, alegria e saúde. Quantos desencarnados pululam vinculados uns aos outros em deplorável parasitose psíquica, a alongar-se por largos períodos de infelicidade! Quantos outros que, sofrendo as exigências mentais dos amores e desafetos terrenos que continuam direcionando seus pensamentos com altas cargas de tensões negativas sobre eles, incapazes de libertar-se, tornam-se-lhes vítimas inermes, padecendo atrozmente, sem conforto íntimo nem esperança, atormentados pelos apelos que recebem e não podem atender, bem como pelos ódios que os envenenam! Escritores e artistas que optaram pela obscenidade, pela violência, pelo açodar das paixões vis, tornam-se escravizados aos que se lhes sintonizam e gostam das suas obras, revivendo os clichês mentais que eles compuseram, na Terra, e ora tornam-se-lhes fonte de tormentos inimagináveis. Ainda consideremos a técnica dos Espíritos obsessores mais impiedosos, que se utilizam de intermediários para as suas cruéis reivindicações, controlando-os mentalmente e induzindo-os à agressão aos viajores carnais, e teremos um elenco expressivo de obsessões que excedem o quadro tradicional da perturbação mais conhecida e trabalhada, que é a de um desencarnado sobre outro reencarnado.” Petitinga concordou com as observações feitas por Miranda e acrescentou: “Comparemos o homem a uma árvore. As suas raízes de sustentação e nutrição fincadas no solo são o seu passado espiritual; o tronco é a existência atual; os galhos e folhagens são as suas atitudes presentes; as flores e os frutos serão o seu futuro. Se as raízes permanecem em solo árido ou pantanoso, infértil ou pedregoso, a falta de vitalidade para manter a seiva termina por exterminar-lhe a vida, que se estiola vagarosamente, mesmo que o ar generoso e a chuva contribuam para a sua preservação. Somente através da correção da terra, da sua adubação, é que as energias vitais lhe correrão por toda a estrutura, levando-a ao vigor, à florescência e à frutificação. Em caso contrário, mesmo que consiga o desenvolvimento, este será incompleto, frágil, e a produção mirrada”.  “Assim também somos nós, Espíritos em processo de crescimento. O nosso passado moral torna-se-nos o terreno de sustentação das raízes e tudo dependerá das ações praticadas, que respondem pelas ocorrências em desdobramento.” (Perspectivas Novas, pp. 31 e 32.)

14. Tuberculose e úlceras diversas podem ser provocadas pela obsessão – A terapia dirigida ao indivíduo doente assemelha-se, diz Petitinga, à providência de salvação da árvore explorada pela erva que lhe suga a seiva: retirar o parasita, sustentar o tronco e cuidar da seiva. “Ao ser humano – recomenda ele – deve-se oferecer recurso, a fim de que os plugues de fixação (as raízes) se desloquem das tomadas por falta de imantação e, lentamente, o agente estranho e explorador, devidamente esclarecido (qual parasita vegetal da árvore, podado), seja retirado sem maiores prejuízos para o hospedeiro.” Petitinga afirma ainda que a obsessão desaparecerá do nosso mapa evolutivo, por total desnecessidade, quando nos conscientizarmos  dos resultados excelentes do equilíbrio mental, das ações nobres e da conversação edificante. Contudo, enquanto houver predomínio em a natureza humana dos baixos níveis de conduta e das aspirações brutalizadoras, o intercâmbio de energias desse gênero produzirá afecções psíquicas duradouras, com terríveis reflexos na saúde física. “A mente que se fixa sobre outra, sendo portadora de carga predominante, sobrepor-se-á, passando ao comando”, esclarece Petitinga. “A energia deletéria de que se constitui bloqueará o campo de equilíbrio da vítima ou o destroçará, forçando a instalação de germes e vírus destruidores ou transmitindo, em outros casos, os sintomas das enfermidades que levarão o hospedeiro à desencarnação, atacando o órgão correspondente e contaminando-o com a mesma doença. Essas obsessões físicas, muitas vezes, tomam corpo mais amplo e vigoroso em processos de cegueira, mudez, surdez, paralisias diversas, por interferência de onda mental prevalecente sobre o corpo debilitado.” Miranda lembrou, em seguida, o fato mencionado por Kardec, no capítulo XXIII de “O Livro dos Médiuns”, em que um homem, agarrado pelos jarretes, era constrangido pelos adversários desencarnados a ajoelhar-se diante de jovens senhoritas. E disse ter conhecido na Terra diversos casos de pessoas com tuberculose pulmonar e laríngea provocada pela interferência de inimigos desencarnados. As úlceras gástricas e duodenais, bem como alguns distúrbios cardíacos, hepáticos e do aparelho digestivo, têm, segundo ele, procedência nessa terrível e contínua emissão de fluidos enfermiços que se infiltram nos órgãos, descompensando-lhes o ritmo celular, funcional, e provocando a sua degenerescência.  (Perspectivas Novas, pp. 33 e 34.)

15. O Espiritismo demonstra a excelência das terapias preventivas – Do diálogo entre os dois amigos restou evidenciada a excelência da terapia preventiva, mediante a preservação da saúde moral, do autoconhecimento, do cultivo e vivência das ideias estimuladoras do progresso, da harmonia e do bem geral que mantêm a dinâmica do equilíbrio, irrigando a vida com paz e sustentando-a em níveis elevados. O indivíduo é, assim, responsável, próximo ou remoto, por tudo quanto lhe sucede. “Conforme aspira, delineia, e de acordo com o que vitaliza, ocorre”, asseverou José Petitinga, que logo se despediu, permanecendo Miranda a meditar a respeito do trabalho prestes a iniciar e das perspectivas novas em delineamento. “A visão holística da saúde – considerou o amigo, mentalmente – possui grande abrangência de temas. Nessa interdependência de questões que predispõem à doença ou fomentam o bem-estar, constata-se a necessidade de uma equilibrada observância de itens de natureza ética em vários ramos do conhecimento, contribuindo para a harmonia. O efeito mais imediato não deve ser o único a receber consideração e interrupção, pelo fato de ser, de alguma forma, possível consequência de outros fatores que permanecem ocultos. O terapeuta alarga, então, os seus horizontes de ação e transita por diferentes métodos que se ampliam desde as experiências psicológicas às psicobiofísicas, aos acontecimentos ambientais, ecológicos, sociais, morais e econômicos, assim tornando-se um verdadeiro sacerdote do bem e não apenas um saneador de consequências. Sem o conhecimento do Espiritismo, difícil lhe será distinguir se uma enfermidade física resulta de uma indução obsessiva, ou se uma alienação mental não é portadora de típica psicogênese. O preconceito ancestral que separava a Física da Metafísica esfacelou-se, a Medicina das Terapias Alternativas e das Doutrinas psíquicas em geral, e da espírita em particular, cede lugar a um perfeito entrelaçamento para identificação correta do homem e suas necessidades, assim como dos melhores processos para a sua promoção, o seu equilíbrio humano, espiritual, social.” (Perspectivas Novas, pp. 34 a 36.)

16. A mediunidade vem-se tornando instrumento de autopromoção – No dia seguinte, à hora convencionada, Miranda seguiu com o dr. Carneiro de Campos e outro companheiro até à cidade onde seria desenvolvido o trabalho para o qual o médico o convidara. Fernando, o novo companheiro, que lhe foi apresentado pelo Benfeitor, fora na Terra dedicado médium pertencente às fileiras espiritistas. “Durante algumas décadas –  informou o médium – entreguei-me ao serviço da mediunidade curativa, embora a psicofonia e a clarividência me fossem habituais. Por esse tempo, o preconceito contra o Espiritismo e a mediunidade era muito forte, e, não obstante as pessoas procurassem os benefícios que ambos proporcionam, mantinham suas ideias equivocadas e prejudiciais. Apesar disso, pude atender ao compromisso que assumira antes da reencarnação com relativa facilidade. Àquela época, as pessoas que se inclinavam à pesquisa mediúnica e ao estudo da Doutrina Espírita afeiçoavam-se a ambos os misteres com espírito de dedicação. Havia, certamente, menos recreios e diversões, menos necessidade de espairecimento, e os veículos de comunicação eram mais comedidos, não estando no ar ainda os valiosos recursos da televisão. As dificuldades, que eram muitas, qual hoje ainda acontece, tornavam os interessados mais maleáveis à consolação e à fidelidade doutrinária, à vivência dos postulados aceitos e à ação da caridade ao próximo com maior entrega pessoal.” Continuando seu relato, Fernando observou  ter havido desde então uma alteração do comportamento psicológico, que aparentemente tornou os indivíduos mais instáveis, inseguros, áridos e ansiosos por novidades. “Com a escassez de tempo para aprofundamento do estudo espírita, tendo-se em vista as grandes exceções – aduziu o médium –, observo que as adesões, apesar de numerosas, são sucedidas por deserções expressivas e variações de buscas espiritualistas e de prazeres que impedem a autodoação, a dedicação. A mediunidade vem-se tornando instrumento de autopromoção, a prejuízo da qualidade ética e espiritual do fenômeno, e diversos companheiros, impressionados com eles mesmos, narcisisticamente arrojam-se às disputas, ao campeonato da projeção pessoal, perseguindo o aplauso da Terra, os primeiros lugares, as competições insensatas, distantes dos sentimentos de renúncia, de vera humildade, de legítimo amor.” (Reflexões e Expectativas, pp. 37 e 38.) (Continua no próximo número.)


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita