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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 397 - 18 de Janeiro de 2015

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)

 
 

A humildade espírita não é nem pode ser farisaica

O reconhecimento do valor real de alguém é ato de justiça

“Se os meus discípulos se calarem as próprias pedras clamarão.” - Jesus. (Lucas, 19:40.)


Lá pelos idos do ano de 1972 do século passado, mais precisamente no dia 10 de novembro (naquelas ocasiões em que Chico Xavier começou a aparecer na televisão brasileira no programa intitulado pinga-fogo), Herculano Pires escreveu, em nome da diretoria da USE, uma carta-resposta formidável, datilografada com extremo zelo, quando aquela instituição espírita foi interpelada sobre como deveria ser o posicionamento doutrinário frente à proliferação de homenagens (daquelas que visam glorificar ou estimular a vaidade) dirigidas ao nosso querido Chico Xavier, tais como a concessão de títulos de cidadão honorário, erguimento de bustos, e outras...

A notável carta-resposta de Herculano Pires está incluída no livro: “Até sempre Chico Xavier”, de autoria de Nena Galves, editado pela CEU de São Paulo em 2008, p. 119-120, e vale a pena extratá-la na íntegra para observarmos a questão da humildade indiscutível e imarcescível de Chico Xavier.

Eis ipsis literis o que escreveu Herculano Pires (o melhor metro que mediu Kardec):

“1. Essas homenagens são uma decorrência natural do sucesso inesperado do primeiro programa ‘Pinga-Fogo’ do Canal 4, de que ele participou. Aquele programa assinalou um passo decisivo na aceitação do Espiritismo pelo nosso povo e modificou profundamente o conceito de Espiritismo existente em todas as faixas de nossa população. Chico Xavier, que era um símbolo para nós, espíritas, passou a ser um símbolo para o povo em geral - o símbolo do Espiritismo no seu mais belo e elevado aspecto. É a esse símbolo que estão sendo tributadas as homenagens e Chico Xavier tem disso a mais nítida consciência.

2. Os títulos de cidadania a ele concedidos constituem reconhecimento público e oficial de valor social, cultural e religioso de seu apostolado mediúnico, o que vale dizer reconhecimento público e oficial, espontâneo, do valor do Espiritismo em seu aspecto evangélico.

3. Não me consta que as instituições espíritas tenham se movimentado para defender Chico Xavier ou Arigó, ou qualquer outro médium, quando foram intensa e demoradamente atacados, caluniados e aviltados em todo o Brasil. Seria estranho que essas instituições agora se movimentassem para condenar o apoio popular e o aplauso oficial à obra psicográfica de Chico Xavier. (negritamos)

4. O cuidado com a não excitação da vaidade dos médiuns é recomendação doutrinária referente à educação e desenvolvimento útil da mediunidade, não se aplicando a um caso como este, em que estamos diante de um médium com mais de quarenta anos de prática abnegada de suas funções a serviço pleno da Doutrina, e cujo nome se tornou bandeira de honra para nosso movimento. Vejam-se os elogios e artigos de defesa de Kardec na ‘Revista Espírita’ a respeito de Daniel Douglas Home, de Stainton Moses e de outros que na época também se fizeram bandeiras de propagação da verdade espírita.

5. A humildade espírita não é nem pode ser farisaica. (negritamos) O reconhecimento do valor real de alguém é ato de justiça, e quando feito fora do meio espírita só pode merecer o nosso apoio e o nosso entusiasmo. Chico Xavier tem procedido com admirável humildade e bom senso, como o provam de sobejo os seus discursos nessas ocasiões. O auxílio e, portanto, a solidariedade do Alto é patente nos seus pronunciamentos. Chico recusou a homenagem de um busto em praça pública e recusará outras desse gênero, mas não poderia recusar a aceitação de um título de cidadania votado em uma Câmara ou uma Assembleia, pois o fazem em nome das populações de suas jurisdições.

6. É princípio do Espiritismo que devemos viver no mundo e nele integrados como todas as demais criaturas humanas, mas voltados para o nosso trabalho espírita. A recusa a um título de cidadania implicaria a negação desse princípio, o isolamento do médium como santo, criatura sagrada, impossibilitada por sua condição divina de participar do convívio dos homens...

7. Estamos num momento decisivo do Espiritismo no mundo, a partir do Brasil. As coisas não acontecem por acaso. Chico Xavier foi arrancado da sua humildade e até mesmo de sua obscuridade (para o povo em geral) por ocorrências que independeram de sua vontade pessoal. Tomar atitude contrária a um acontecimento de tão grande significação espiritual seria revelar incompreensão dos objetivos do Espiritismo e do momento que vivemos.

8. Chico Xavier poderia responder-nos com as palavras do próprio Cristo em sua entrada triunfal em Jerusalém: ‘asseguro-vos que, se eles se calarem, até as pedras clamarão!’. Quarenta anos de mediunidade a serviço permanente do povo, mais de cem livros publicados orientando e esclarecendo multidões, afrontas e insultos recebidos em silêncio de todos os adversários da Doutrina – e na hora de consagração espontânea de seu trabalho evangélico somos nós que vamos censurá-lo?! Se há ou não segundas intenções em algumas dessas homenagens, o problema é de quem as alimenta e não nosso. As homenagens são justas e válidas. Muito mais válidas para o Espiritismo do que para a pessoa de Chico Xavier.”

Assim, parecem-me infundadas as preocupações de alguns compa-nheiros.           



 


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