THIAGO
BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
Curitiba,
Paraná (Brasil)
O
Movimento Espírita no Brasil
Apresentamos
nesta edição o 8º
tema do Estudo Sistematizado da
Doutrina Espírita, que está
sendo aqui apresentado
semanalmente, de acordo com
programa elaborado pela Federação
Espírita Brasileira, estruturado
em seis módulos e 147 temas.
Se o leitor
utilizar este programa para estudo
em grupo, sugerimos que as questões
propostas sejam debatidas
livremente antes da leitura do
texto que a elas se segue. Se
destinado somente a uso por parte
do leitor, pedimos que o
interessado tente inicialmente
responder às questões e só
depois leia o texto referido. As
respostas correspondentes às
questões apresentadas
encontram-se no final da lição.
Questões para
debate
1. Que é
Movimento Espírita?
2. Existe
diferença entre Doutrina
Espírita e Movimento Espírita?
3. Qual seria,
no dizer de Allan Kardec, um dos
maiores obstáculos à expansão
do Movimento Espírita?
4. Qual a
importância do Pacto Áureo,
celebrado em 5 de outubro de 1949,
para o Movimento Espírita
brasileiro?
5. Qual é o objetivo do
Movimento Espírita e como ele se
desenvolve no Brasil?
Texto
para leitura
1.
O Movimento Espírita é uma
organização dinâmica e
federativa que congrega as
atividades das associações
espíritas, dentro de um clima de
confraternização com diretrizes
comuns e o propósito, não só de
difusão coordenada dos
princípios basilares da Doutrina
Espírita, como de vivência de
uma ética racional, com vistas ao
progresso espiritual da
Humanidade.
2.
Há uma clara distinção entre
Doutrina Espírita e Movimento
Espírita. A Doutrina é o corpo
doutrinário codificado por Allan
Kardec entre 1857 e 1868.
Movimento Espírita, como o
próprio nome sugere, é algo
dinâmico e sua unificação
implica a convivência dentro de
uma unidade de pensamento e ação,
na qual está implícito o
reconhecimento da existência de
uma diretriz, objetivando o
ajustamento a princípios de ordem
doutrinária e um sistema
dinâmico global.
3.
Não se trata, entretanto, de um
sistema de coordenação por
diretrizes impostas, mas de uma
movimentação espontânea, fruto
da conscientização e do
amadurecimento dos espíritas. É,
pois, um movimento livre, aberto,
sem hierarquias rígidas, sem
obediência cega ou dogmática,
mas de compreensão harmoniosa, de
autodisciplina, buscando apenas a
maior fidelidade e a maior
segurança dos postulados
fundamentais da Doutrina, o que
implica vigilância pertinaz do
adepto e decidido devotamento à
causa.
4.
Como previa Allan Kardec, um dos
maiores obstáculos à expansão
do Movimento Espírita seria "a
falta de unidade".
Asseverou o Codificador (O Livro
dos Médiuns, item 348):
"Todos
devem concorrer, ainda que por
vias diferentes, para o
objetivo comum, que é a pesquisa
e a propaganda da verdade.
Os antagonismos, que não são
mais do que efeito de
orgulho superexcitado, só
poderão prejudicar a
causa, que uns e outros pretendem
defender".
5.
Noutro momento, ao defender a
idéia de que é melhor para o
Movimento Espírita a existência
de "pequenos grupos"
espíritas do que a constituição
de grandes aglomerações, Kardec
referiu-se à importância da
confraternização e dos contatos
freqüentes entre as Sociedades
espíritas (L.M., item 334):
"Esses
grupos, correspondendo-se entre
si, visitando-se, permutando
observações, podem, desde já,
formar o núcleo da grande
família espírita, que um dia
consorciará todas as opiniões
e unirá os homens por um único
sentimento: o da
fraternidade, trazendo o cunho da
caridade cristã".
6.
Para superar os obstáculos à
concretização dessas idéias e,
assim, consolidar e intensificar o
Movimento Espírita brasileiro,
foram envidados todos os esforços
para edificar uma inabalável
unidade, substancialmente decisiva
para a missão do Brasil, em sua
condição de Pátria do
Evangelho.
7.
Tudo começou por um documento
lançado no início do século XX,
que merece destacado relevo:
"Bases de Organização
Espírita", dado a lume em
1904. Nesse documento previu-se o
advento das federações nas
capitais dos Estados, nos moldes
da Federação Espírita do Rio de
Janeiro, com adesão de todas ao
programa da Federação Espírita
Brasileira.
8.
Foi, porém, o Pacto Áureo,
celebrado em 5 de outubro de 1949,
o ponto magno, "o alto
estágio atingido pelo Movimento
Espírita no âmbito nacional, ao
longo das lutas, vicissitudes e
testemunhos dos espíritas que
receberam e cumpriram as
obrigações nobilitantes nas
esferas da Unificação. Das `Bases'
de 1904, ao Conselho Federativo
Nacional, em 1950, a distância,
no tempo, é de quase meio
século".
9.
Os signatários do Pacto Áureo, ad
referendum das Sociedades por
eles representadas, acordaram em
aprovar:
-
que
cabe aos espiritistas do
Brasil pôr em prática a
exposição contida no livro
"Brasil, Coração do
Mundo, Pátria do
Evangelho", do Espírito
de Humberto de Campos,
psicografado por Chico Xavier,
de maneira a acelerar a marcha
evolutiva do Espiritismo.
-
que
a FEB criaria um Conselho
Federativo Nacional
permanente, com a finalidade
de executar, desenvolver e
ampliar os planos da
Organização Federativa
estabelecidos em 1949.
10.
O objetivo do Movimento Espírita
consiste na propagação e
aplicação da Doutrina Espírita,
pela vivência do Evangelho
redivivo, capaz de operar a
renovação do homem, a benefício
da própria Humanidade. Da
excelência e amplitude do
objetivo, decorre toda a sua
notável importância, tanto mais
quanto se percebem os benéficos
resultados alcançados com a
expansão da Doutrina Espírita,
carreando o progresso moral e
espiritual dos povos na Terra.
11.
A importância da ação
programática do Movimento
Espírita pode ser aquilatada pela
conquista gradual de suas metas na
realização da paz, da
concórdia, da redenção
individual e do progresso coletivo.
12.
No Brasil, a importância do
Movimento Espírita está ligada
à sua missão de Pátria do
Evangelho, como é relatado por
Humberto de Campos (Espírito) na
obra citada, com vistas a, dentro
do ideal cristão,
"espiritualizar o ser humano,
espalhando com os seus labores e
sacrifícios as sementes
produtivas na construção da
sociedade do futuro".
13.
No processo dessa dinâmica, não
se contenta apenas com as
publicações da imprensa
espírita, ou mesmo de seus
livros, veículos de maior
penetração popular, que projetam
a mensagem espírita para os mais
longínquos recantos da Terra. O
Movimento Espírita desenvolve-se,
ainda, por meio de encontros
fraternos, congressos, palestras,
cursos de evangelização
espírita infanto-juvenil e
estudos sistematizados da Doutrina
Espírita, como também pela
assistência material e espiritual
prestada a encarnados e
desencarnados.
14.
O Movimento Espírita realiza,
assim, um amplo e intensivo
programa de irradiação de amor e
luzes divinas, segundo as
diretrizes traçadas pelo
Consolador prometido por Jesus.
Respostas
às questões propostas
1. Que é
Movimento Espírita?
R.:
O Movimento Espírita é uma
organização dinâmica e
federativa que congrega as
atividades das associações
espíritas, dentro de um clima de
confraternização com diretrizes
comuns e o propósito, não só de
difusão coordenada dos
princípios basilares da Doutrina
Espírita, como de vivência de
uma ética racional, com vistas ao
progresso espiritual da
Humanidade.
2. Existe
diferença entre Doutrina
Espírita e Movimento Espírita?
R.:
Sim. Há uma clara distinção
entre Doutrina Espírita e
Movimento Espírita. A Doutrina é
o corpo doutrinário codificado
por Allan Kardec entre 1857 e
1868. Movimento Espírita, como o
próprio nome sugere, é algo
dinâmico e sua unificação
implica a convivência dentro de
uma unidade de pensamento e ação,
na qual está implícito o
reconhecimento da existência de
uma diretriz, objetivando o
ajustamento a princípios de ordem
doutrinária e um sistema
dinâmico global.
3. Qual seria,
no dizer de Allan Kardec, um dos
maiores obstáculos à expansão
do Movimento Espírita?
R.:
A falta de unidade.
4. Qual a
importância do Pacto Áureo,
celebrado em 5 de outubro de 1949,
para o Movimento Espírita
brasileiro?
R.:
O Pacto Áureo foi o ponto magno,
o estágio mais elevado atingido
pelo Movimento Espírita no
Brasil, com vistas à
unificação.
5. Qual é o objetivo do
Movimento Espírita e como ele se
desenvolve no Brasil?
R.:
O objetivo do Movimento Espírita
é a propagação e a aplicação
da Doutrina Espírita, pela
vivência do Evangelho redivivo,
capaz de operar a renovação do
homem, a benefício da própria
Humanidade. Em sua dinâmica, ele
não se contenta apenas com as
publicações da imprensa
espírita, ou mesmo de seus
livros, veículos de maior
penetração popular, que projetam
a mensagem espírita para os mais
longínquos recantos da Terra, mas
desenvolve-se, ainda, por meio de
encontros fraternos, congressos,
palestras, cursos de
evangelização espírita
infanto-juvenil, estudos
sistematizados da Doutrina
Espírita e também pela
assistência material e espiritual
prestada a encarnados e
desencarnados.
Bibliografia:
"O Livro
dos Médiuns", de Allan
Kardec, itens 334 e 348.
"Brasil, Coração do Mundo,
Pátria do Evangelho", de
Humberto de Campos (Espírito).
"Movimento e Doutrina",
Reformador, setembro de 1977.
"Grande Conferência
Espírita", Reformador,
setembro de 1979.
"75 anos de Bases de
Organização Espírita",
Reformador, janeiro de 1979.
"Unificação",
Reformador, abril de 1976.